Uma pauta-bomba articulada pelo Centrão contra o governo Lula é o centro das denúncias do líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ). Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o parlamentar acusou explicitamente o grupo político e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de orquestrarem uma sabotagem contra o país, manifestada na resistência à aprovação da Medida Provisória (MP) dos impostos.
Segundo Farias, a estratégia visa precipitar o calendário eleitoral com o intuito de minar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes das eleições de 2026. “Eles estão atrapalhando o Brasil. É uma pauta-bomba. Isso aqui é o velho método Eduardo Cunha. O que estão fazendo é um absurdo, não tem justificativa técnica”, declarou o líder petista, traçando um paralelo com táticas parlamentares do passado.
Líder do PT acusa Centrão de pauta-bomba contra Lula
A denúncia de **Líder do PT acusa Centrão de pauta-bomba contra Lula** não se restringe apenas ao governador paulista. Lindbergh Farias também apontou o líder do PP, Ciro Nogueira, o líder do União Brasil, Antonio Rueda, e o influente setor do agronegócio como peças-chave nessa mobilização coordenada contra a medida provisória. O objetivo, na visão do petista, seria criar entraves econômicos e um significativo rombo fiscal para o próximo ano, uma conduta que ele classifica como “irresponsabilidade”.
Os Alvos da Denúncia e a Urgência da MP
Lindbergh Farias detalhou a lista de atores envolvidos na suposta manobra. Além do governador Tarcísio de Freitas, foram citados o líder do PP, Ciro Nogueira, o líder do União Brasil, Antonio Rueda, e o setor do agronegócio. A urgência da questão se deve ao prazo final: a Medida Provisória necessita ser aprovada no plenário da Câmara dos Deputados e do Senado até a próxima quarta-feira, 8 de outubro de 2025, ou perderá sua validade, impactando diretamente a arrecadação federal. Líderes governistas já admitem a dificuldade de angariar os votos necessários para sua aprovação.
Entenda a MP dos Impostos e seu Impacto Fiscal
A Medida Provisória foi editada pelo governo federal em junho de 2025 com o propósito de compensar a perda de arrecadação resultante da derrubada parcial de um decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O Supremo Tribunal Federal (STF) havia julgado inconstitucional um trecho específico que instituía a tributação sobre o risco sacado – uma operação financeira em que bancos ou outras instituições antecipam pagamentos a fornecedores. O governo projeta que a MP é crucial para assegurar uma arrecadação de R$ 35 bilhões em 2026, montante essencial para evitar o risco de uma crise fiscal iminente no país. Para mais informações sobre decisões do STF, você pode consultar o portal oficial da Corte Suprema.
Reação e Mobilização Governista
Diante do cenário de incertezas, Lindbergh Farias utilizou seu vídeo para conclamar a mobilização popular, pedindo que seus seguidores exerçam pressão sobre os parlamentares. Ele também assegurou que o governo possui alternativas, caso a MP não consiga ser aprovada. “A gente tem conseguido vitórias, foi o que aprendemos com as passeatas de 21 de setembro. Foi isso que deu a possibilidade de termos a vitória na isenção do Imposto de Renda. Foi tanta vitória que agora estão achando que vão atrapalhar o governo desta forma. Não vão não. O Haddad pode ter saídas depois, se não conseguirmos aprovar”, afirmou, demonstrando confiança na equipe econômica. O líder petista alertou ainda que os deputados estariam “dando um grande tiro no pé”, comparando a situação a um erro estratégico similar ao da aprovação da PEC da Blindagem.

Imagem: redir.folha.com.br
O Posicionamento de Tarcísio de Freitas e a Bancada Ruralista
Em resposta às acusações, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou veementemente qualquer articulação contra a Medida Provisória. Em mensagem enviada à colunista, Tarcísio declarou: “Estou muito focado nos problemas aqui de SP. Temos várias coisas aqui acontecendo. Essa questão é do Congresso”, buscando desvincular-se das movimentações em Brasília. No entanto, a principal oposição pública à MP provém da poderosa bancada ruralista da Câmara dos Deputados, que, com aproximadamente 300 parlamentares, manifestou-se contrária à medida, apesar de várias de suas demandas terem sido atendidas durante as negociações.
Concessões e a Votação Acirrada
A comissão mista responsável por analisar a MP que visa aumentar impostos aprovou, na terça-feira, 7 de outubro de 2025, uma versão “desidratada” do texto original. Esta nova redação poupou as casas de apostas (bets) de um aumento na tributação e manteve a isenção sobre os rendimentos de títulos imobiliários e do agronegócio. Mesmo com todas essas concessões significativas, a medida obteve aprovação por uma margem apertadíssima: 13 votos a favor contra 12 contrários na comissão. Este placar apertado foi o resultado de dias de intensas negociações entre deputados, senadores e representantes do governo Lula, já indicando as dificuldades que o governo enfrentaria para a votação em plenário no dia seguinte. O relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), reconheceu após a votação que as concessões realizadas não foram suficientes para garantir ao governo uma margem de votos mais confortável.
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Este cenário de intensa disputa política em torno da Medida Provisória dos impostos evidencia a complexidade das relações entre o governo e as diferentes forças parlamentares, com implicações diretas para a estabilidade fiscal e o planejamento econômico do país nos próximos anos. Para aprofundar-se nos desdobramentos do Congresso Nacional e outras análises do cenário político, continue acompanhando nossa editoria. Saiba mais sobre o tema em Cenário Político: Desafios e Perspectivas para as Próximas Eleições.
Crédito da imagem: Pedro Ladeira -2.jun.25/Folhapress