A transformação da cooperação em cultura viva dentro do ambiente corporativo foi o foco de um recente debate entre líderes e especialistas em RH e comunicação. O evento reuniu diversas vozes unânimes em apontar a colaboração como um pilar essencial para a construção de empresas verdadeiramente sustentáveis, que integram propósito, pessoas e prática, garantindo coerência entre o discurso e a ação diária.
Na abertura, o especialista Cardial ressaltou que a sustentabilidade corporativa se manifesta na união de propósito, pessoas e prática, enfatizando a importância de cultivar a coerência. Ele apontou educação, bem-estar e escuta ativa como fundamentos para uma cultura organizacional transformadora, capaz de gerar impacto social e ético duradouro. Em seguida, Paola Klee, CEO da YC Your Career Future, defendeu a colaboração como o motor para criar valor humano e estratégico. Para ela, o impacto genuíno do ESG (Environmental, Social, and Governance) nasce quando a liderança promove confiança e inclusão. Klee caracterizou a cooperação como a nova moeda das relações corporativas, onde o aprendizado mútuo e o desenvolvimento compartilhado convertem a teoria em ações concretas. Douglas Almeida, executivo de RH, reforçou a necessidade de institucionalizar a cooperação, transpondo-a do discurso para a estrutura organizacional. Ele frisou que resultados sustentáveis emergem do compartilhamento de responsabilidades e decisões pelas equipes, transformando o propósito em performance. Almeida observou ainda que o diálogo horizontal fortalece as empresas, diminuindo barreiras e ampliando o engajamento dos colaboradores. Complementando, Kiko Campos, também executivo de RH, destacou que a cooperação exige coragem para inovar nos modelos de liderança. Ele sublinhou o desafio de converter hierarquias rígidas em redes de confiança, defendendo que cooperar significa criar espaço para o sucesso alheio. Campos reforçou que líderes que delegam protagonismo são os arquitetos da cultura ESG, valorizando o coletivo como fonte de inovação e perenidade.
A discussão evidenciou que a cultura de cooperação não é apenas um conceito, mas uma necessidade estratégica para o desenvolvimento de organizações resilientes e socialmente responsáveis. O caminho para essa transformação passa pela formação de líderes conscientes e pela integração profunda dos princípios ESG no cotidiano corporativo, conforme analisado pelos participantes do evento.
Cooperação se Transforma em Cultura Viva nas Empresas
Maria Ester Domingues de Oliveira, diretora de RH da Gooroo Crédito, enfatizou o papel da educação como pilar da mudança cultural. Ela afirmou que empresas que investem em aprendizado contínuo desenvolvem ambientes mais inclusivos e sustentáveis. Para Maria Ester, formar indivíduos é a maneira mais eficaz de perpetuar valores. Ela ainda destacou que programas de capacitação devem estimular a autonomia e o senso de pertencimento, transformando o conhecimento em uma ferramenta de inclusão. Em linha com essa visão, Daniel Arouca, diretor de RH da Colgate-Palmolive, defendeu que o ESG seja tratado como uma competência de negócio e uma mentalidade de liderança. Ele exemplificou como a Colgate integra seus pilares de sustentabilidade a práticas diárias, como a inovação responsável e o desenvolvimento humano. Arouca reiterou que a coerência entre o que se diz e o que se pratica é o alicerce do propósito, e que a formação de líderes conscientes garante a consistência e a credibilidade das políticas empresariais.
Na sequência dos debates, Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, salientou que a liderança sustentável se define pela coerência, inspirando pela conduta. Ela argumentou que líderes ESG precisam atuar como curadores da cultura organizacional, indo além da gestão de resultados. Dabori defendeu a prática da comunicação interna como um instrumento estratégico de engajamento, sublinhando que a cultura só se solidifica quando há harmonia entre as declarações e as ações. Corroborando essa perspectiva, Elcio Trajano Jr., CHRO da Eldorado Brasil Celulose, frisou que a liderança deve incorporar o propósito como um hábito cotidiano. Ele detalhou que, na sua empresa, o investimento em bem-estar e segurança emocional é crucial para manter o engajamento dos colaboradores. Trajano reiterou que o ESG se torna tangível quando os líderes compreendem que zelar pelas pessoas é zelar pelo próprio negócio. Ele também destacou a indispensabilidade da transparência e do diálogo para gerar um verdadeiro sentimento de pertencimento.
A importância de uma visão de longo prazo foi abordada por Claudia Meirelles, diretora de Pessoas e Cultura na Itaúsa. Ela propôs que as corporações preparem ‘líderes jardineiros’, capazes de nutrir o futuro com responsabilidade e empatia. Meirelles definiu a sustentabilidade como o ato de plantar hoje o que se almeja colher em uma década. Ela também ressaltou que o departamento de Recursos Humanos tem a função de apoiar os gestores na criação de ambientes éticos e motivadores, nos quais o valor humano e os resultados financeiros coexistam em equilíbrio. A mediadora Helena Prado, sócia-fundadora da PinePR, iniciou um dos painéis com a indagação central que pautou a discussão: “Se o like não sustenta legado, o que sustenta?”. Ela provocou os participantes a refletirem sobre como o RH e a comunicação podem prevenir que o discurso ESG se resuma a uma bela narrativa superficial nas plataformas digitais, focando na substância sobre a imagem.
A aplicação prática dos princípios ESG foi exemplificada por líderes de grandes companhias. Priscila Quaresma, gerente global de Comunicação da Votorantim Cimentos, afirmou que a sustentabilidade está intrinsecamente ligada à estratégia e à cultura da empresa. Com uma trajetória de 90 anos, a companhia estabeleceu uma ‘casa estratégica 2030’ que delineia metas de descarbonização e a busca por um legado positivo. Quaresma enfatizou que a sustentabilidade é um tema transversal, presente em todas as esferas de atuação da organização. Da mesma forma, Lívia Lopes, head de Impacto Positivo e Sustentabilidade da Pernambucanas, compartilhou como a marca centenária fortaleceu a inclusão produtiva e a diversidade tanto em suas lojas quanto em suas equipes. Ela destacou que 55% do quadro de colaboradores é composto por pessoas negras, e 16% da liderança se identifica como LGBTQIAPN+. Lopes defendeu que o pertencimento se traduz na liberdade de ser quem se é, e que o ESG deve ser fundamentado na escuta ativa e na transparência, e não meramente na reputação. Ao concluir o painel, Helena Prado reforçou que a comunicação eficaz transforma a verdade em reputação, e não o oposto, ressaltando que marcas com legados sólidos mantêm um diálogo consistente entre o que prometem e o que de fato entregam.

Imagem: melhorrh.com.br
O painel de encerramento, mediado por Eliseo Karkoski, sócio-diretor da P3K Comunicação, concentrou-se na comunicação interna como um eixo crucial da cultura ESG. Karkoski lembrou a disparidade entre a expectativa dos jovens, onde 65% buscam empresas com propósito, e a realidade de apenas metade dos executivos que de fato integram a sustentabilidade à estratégia. Ele pontuou que “falar é fácil, difícil é transformar valores em hábito”. José Luiz Ovando, sócio-diretor da Supera Comunicação, observou que a autenticidade das empresas é posta à prova em contextos de incerteza. Ele afirmou que não existe sustentabilidade sem consistência nas atitudes. Ovando frisou que, mesmo sob pressões econômicas, a comunicação deve preservar o compromisso com a diversidade e a verdade corporativa. Para aprofundar no conceito de liderança com propósito e seus impactos, veja o estudo da HBR: What’s Your Purpose?
Bruno Borges, gerente de campanhas e programas de relacionamento com o público interno da Petrobras, detalhou iniciativas da petrolífera em ESG e Comunicação. Ele explicou que a empresa, com cerca de 50 mil empregados diretos e mais de 100 mil prestadores de serviço, enfrenta o desafio de comunicar uma transição energética justa a públicos diversificados. Borges enfatizou que o papel da companhia é conectar cada trabalhador à missão de produzir energia mais limpa, garantindo que ninguém seja deixado para trás. Ele descreveu as ações de educação, transparência e diálogo implementadas pela empresa, que incluem campanhas internas, workshops e o reforço dos valores de sustentabilidade e comprometimento com o Brasil. Para Borges, a comunicação interna funciona como o motor que transforma o propósito em pertencimento. Ele concluiu que o futuro da Petrobras depende da confiança daqueles que a constroem diariamente, e que comunicar com clareza representa o gesto mais sustentável que uma empresa pode adotar.
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Em síntese, o debate reforçou que a integração da cooperação, dos princípios ESG e de uma comunicação interna robusta é vital para construir organizações que não apenas prosperam financeiramente, mas também geram um impacto positivo e duradouro na sociedade. Compreender esses pilares é fundamental para qualquer empresa que almeja um futuro sustentável e ético. Para explorar mais artigos sobre as tendências do mercado e a evolução da gestão, continue acompanhando nossa editoria de Economia, onde aprofundamos em temas que moldam o cenário corporativo.
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