rss featured 1690 1760045025

Censo 2022 Revela Renda Menor para Indígenas e em Regiões

Últimas notícias

A pesquisa sobre Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira, 9 de novembro, aponta uma realidade desafiadora para grande parte da população brasileira. Em destaque, aproximadamente 41% dos indivíduos que se autodeclaram indígenas no Brasil vivem com uma renda domiciliar per capita mensal inferior a um quarto do salário mínimo. Esse percentual contrasta significativamente com a média nacional, que foi de 13,3% no mesmo ano, evidenciando uma profunda disparidade socioeconômica.

O levantamento do IBGE também mapeou as diferenças de renda entre diversos grupos populacionais, constatando que a proporção de pessoas com rendimentos abaixo desse patamar de um quarto do salário mínimo per capita foi mais elevada entre pessoas pretas e pardas. Em contrapartida, os grupos de pessoas brancas e amarelas registraram uma proporção menor que a média brasileira, sublinhando as desigualdades raciais e étnicas presentes na estrutura econômica do país.

Censo 2022 Revela Renda Menor para Indígenas e em Regiões

Em termos de valores absolutos, a renda domiciliar per capita média no Brasil alcançou R$ 1.638 em 2022. No entanto, essa média nacional esconde contrastes marcantes entre as grandes regiões do país. Nas Regiões Norte e Nordeste, o valor médio da renda caiu para cerca de R$ 1.070. Já nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, a renda domiciliar per capita média elevou-se para aproximadamente R$ 1.900. A maior cifra foi observada na Região Sul, onde a renda média atingiu R$ 2.058, ressaltando a concentração de riqueza e oportunidades em determinadas áreas geográficas brasileiras.

O conceito de rendimento domiciliar per capita, conforme definido pelo IBGE para a pesquisa, abrange a totalidade dos rendimentos provenientes de todas as fontes disponíveis para os membros de um domicílio. Isso inclui salários, proventos de pensões, benefícios sociais diversos, aluguéis de imóveis e outras fontes de renda. O montante total é então dividido pelo número de moradores da residência para se chegar ao valor per capita, oferecendo uma métrica padronizada para comparar o poder aquisitivo entre diferentes grupos e localidades.

Disparidades Regionais na Renda Brasileira

A pesquisa do Censo 2022 revelou que a maioria da população brasileira, cerca de 61%, tinha uma renda domiciliar per capita de até um salário mínimo. Essa constatação reforça a importância de analisar as nuances regionais, que demonstram uma heterogeneidade significativa na distribuição de renda. A Região Sul destacou-se como a única onde a maioria dos habitantes possuía uma renda per capita superior a um salário mínimo, indicando uma condição econômica relativamente mais favorável em comparação com o restante do país.

No Sudeste e no Centro-Oeste, a proporção de domicílios com renda per capita acima de um salário mínimo ficou em torno de 46%. Por outro lado, as Regiões Norte e Nordeste apresentaram cenários mais desafiadores. Nessas regiões, mais de 76% e 79% dos domicílios, respectivamente, registraram uma renda per capita inferior a um salário mínimo. Esses dados acentuam as profundas desigualdades econômicas que historicamente marcam o desenvolvimento brasileiro e que permanecem presentes na contemporaneidade, conforme detalhado nos levantamentos do IBGE, uma referência para dados demográficos e socioeconômicos do Brasil, cujas publicações podem ser consultadas em seu site oficial IBGE.

Entre as unidades federativas do Brasil, o Distrito Federal apresentou a maior renda domiciliar per capita, com um valor médio de R$ 2.999. Na outra ponta do espectro, o Maranhão registrou a menor renda per capita, com R$ 900. O estado nordestino também chamou a atenção por ter cinco municípios entre os dez com as menores rendas em todo o território nacional, ilustrando a intensidade da pobreza em algumas de suas localidades. Os demais municípios nesse grupo dos dez com menores rendas estão distribuídos em Roraima, Pará, Pernambuco e Amazonas, indicando uma concentração de baixa renda em regiões específicas do Norte e Nordeste.

Os Municípios com as Menores e Maiores Rendas

A lista dos dez municípios com as menores rendas domiciliares per capita, conforme o Censo 2022, inclui: Uiramutã (RR) com R$ 289; Bagre (PA) e Manari (PE), ambos com R$ 359; Belágua (MA) com R$ 388; Cachoeira Grande (MA) com R$ 389; São Paulo de Olivença (AM) com R$ 397; Primeira Cruz (MA) com R$ 414; Humberto de Campos (MA) com R$ 416; Marajá do Sena (MA) com R$ 426; e Tonantins (AM) com R$ 432. Esses números refletem as extremas dificuldades econômicas enfrentadas por essas comunidades, onde a subsistência é uma luta diária para muitos.

Censo 2022 Revela Renda Menor para Indígenas e em Regiões - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Em contraste, o Censo também identificou as cidades com as maiores rendas domiciliares per capita, que se concentram predominantemente nas regiões Sul e Sudeste. São elas: Nova Lima (MG), liderando com R$ 4.300; São Caetano do Sul (SP) com R$ 3.885; Florianópolis (SC) com R$ 3.636; Balneário Camboriú (SC) com R$ 3.584; Niterói (RJ) com R$ 3.577; Santana de Parnaíba (SP) com R$ 3.465; Marema (SC) com R$ 3.440; Vitória (ES) com R$ 3.352; Petrolândia (SC) com R$ 3.308; e Tunápolis (SC) com R$ 3.288. Essa distribuição geográfica da renda reforça o padrão de desenvolvimento desigual no Brasil.

Análise da Desigualdade: Coeficiente de Gini

Além da renda per capita, o Censo 2022 também calculou o Coeficiente de Gini, o principal indicador de desigualdade de renda, que mede a distribuição de riqueza em uma população. Para o Brasil, o coeficiente registrou 0,542 em 2022, um valor que caracteriza uma alta desigualdade de renda. O Coeficiente de Gini varia de 0 a 1, sendo que valores mais próximos de 0 indicam uma distribuição de renda mais igualitária, enquanto valores próximos de 1 apontam para uma concentração maior de renda nas mãos de poucos.

A análise regional do Coeficiente de Gini revelou que a Região Sul foi a única a apresentar um índice abaixo de 0,5, indicando uma distribuição de renda relativamente menos desigual em comparação com as outras regiões do país. Este dado complementa as informações sobre a renda per capita média, solidificando a imagem de uma região com melhor desempenho econômico e social em vários aspectos. A persistência de um alto Coeficiente de Gini no panorama nacional reafirma o desafio contínuo de promover uma distribuição de renda mais equitativa no Brasil.

Confira também: Investir em Imóveis na Região dos Lagos

O Censo 2022 do IBGE fornece um panorama detalhado e crucial sobre a renda e a desigualdade no Brasil, destacando a vulnerabilidade econômica da população indígena e as significativas disparidades entre as regiões Norte, Nordeste e as demais áreas do país. Compreender esses dados é fundamental para a formulação de políticas públicas eficazes e para o debate sobre o desenvolvimento social e econômico. Para mais notícias e análises aprofundadas sobre o cenário econômico brasileiro, continue acompanhando nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Deixe um comentário