Gestoras de Investimentos Sustentáveis Miram COP30 em Belém

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Com a aproximação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em pouco menos de um mês, a mobilização transcende o âmbito governamental. O setor de investimentos sustentáveis COP30 tem demonstrado intensa movimentação, com gestoras se organizando ativamente para marcar presença no evento principal em Belém, assim como nas programações associadas. A expectativa geral é de que a conferência seja um palco propício para importantes diálogos, novas oportunidades de negócios e um aprofundamento educacional sobre o vasto potencial das teses climáticas.

Essa antecipação reflete um crescente reconhecimento da urgência e da oportunidade que a transição climática representa para o mercado financeiro. As gestoras especializadas enxergam na COP30 um ambiente único para catalisar parcerias, apresentar inovações e atrair capital para soluções alinhadas com a sustentabilidade, consolidando o papel do Brasil nesse cenário global. A presença estratégica visa não apenas o networking, mas também a apresentação estruturada das vantagens competitivas do país no combate às mudanças climáticas.

Gestoras de Investimentos Sustentáveis Miram COP30 em Belém

A Lightrock, uma gestora que administra globalmente cerca de US$ 5,5 bilhões em ativos, confirma sua participação na COP30 e avalia o evento como comercialmente promissor. Tatiana Sasson, responsável pela área de impacto da Lightrock na América Latina, observa um interesse crescente no Brasil ao longo do ano em diversos fóruns climáticos globais e locais. Ela salienta que sediar a COP30 posiciona o Brasil no epicentro das discussões sobre a transição climática, oferecendo uma plataforma valiosa para apresentar as vantagens competitivas do país, muitas das quais ainda desconhecidas por investidores e empreendedores internacionais.

Sasson enfatiza a dimensão do desafio da transição para uma economia de baixo carbono, que demanda volumes significativos de capital. Segundo a executiva, este é um ponto crucial onde a gestora pode contribuir, direcionando parte desse capital para soluções e empreendedores que estão ativamente acelerando essa transição. O ambiente gerado pela COP30, na sua visão, tem ampliado esse diálogo e construído pontes essenciais entre o capital internacional e as oportunidades reais de investimento no Brasil, um legado que a Lightrock considera de grande importância para o evento.

A Economia Azul em Foco na COP30

A X8 Investimentos, que atualmente prepara seu quarto fundo, 100% dedicado a empresas de impacto ligadas à “economia azul”, também demonstra grande entusiasmo para a COP30 em Belém. A gestora planeja participar de diversos eventos, incluindo uma sessão educacional sobre sua tese na Casa Vozes dos Oceanos, iniciativa de seus sócios Pierre Schurmann e David Schurmann. Carlos Miranda, sócio da X8 Investimentos, ressalta a pouca atenção que a economia azul ainda recebe, o que gera um grande interesse por parte de gestores e outros players em se conectar e colaborar.

Para a X8 Investimentos, a COP30 representa uma excelente oportunidade para networking, diálogo com potenciais investidores – dado que o processo de captação de recursos é constante – e a descoberta de novas oportunidades de investimento. A economia azul, que engloba atividades econômicas sustentáveis relacionadas aos oceanos e recursos marinhos, é um campo vasto e emergente, onde a gestora busca protagonismo ao unir propósito e retorno financeiro.

Outros Fóruns e o Protagonismo Brasileiro

A oportunidade de conexão e engajamento não se restringe apenas às duas semanas da conferência em Belém. A GEF Capital, embora não tenha planejado sua presença direta na COP30, acompanha de perto a agenda de eventos para 2025. A gestora acredita que fóruns como o PRI in Person, da iniciativa Principles for Responsible Investment (PRI), e o Global Investors’ Symposium, do Milken Institute, podem ser igualmente proveitosos. Amanda El Ghossain, associate do time de investimento e captação da GEF Capital, explica que esses eventos são mais direcionados ao mercado privado.

A GEF Capital tem investido esforços em participar desses encontros para compartilhar seu conhecimento sobre investimentos climáticos no mercado local. O fundo mais recente da gestora captou US$ 200 milhões, com quase 70% desse capital já investido. Além disso, a GEF Capital foi selecionada pelo Ministério da Fazenda como um dos projetos integrantes da nova estratégia nacional de engajamento com o Fundo Verde do Clima. O fundo da GEF priorizará setores estratégicos como energia, saneamento, mobilidade e alimentos & agricultura, alinhando-se com as metas de desenvolvimento sustentável. El Ghossain reitera a percepção de que “o Brasil pode ser protagonista dessa agenda”, destacando o potencial do país em liderar iniciativas de impacto climático.

Amadurecimento das Oportunidades Climáticas

Tatiana Sasson, da Lightrock, avalia que o ano corrente foi marcado por uma intensa jornada de preparação e amadurecimento das oportunidades de investimento climático. Ela observa que esses investimentos estão cada vez mais “dentro do dinheiro”, ou seja, tornaram-se financeiramente viáveis por si só, sem a dependência exclusiva de subsídios ou incentivos governamentais. A filosofia da Lightrock concentra-se em negócios que conseguem harmonizar a entrega de retornos financeiros alinhados ao mercado com um impacto ambiental ou social significativo. A gestora não investe em iniciativas que geram apenas benefícios ambientais sem retorno financeiro, nem o inverso.

Nos últimos anos, Sasson percebeu uma evolução importante: setores que anteriormente pareciam menos atrativos para investimento agora apresentam modelos de negócio escaláveis e robustos. Ela cita como exemplos temas que ganharam tração, como a economia circular, os bioinsumos e as soluções de descarbonização industrial. Essa evolução indica que o mercado está amadurecendo e que as soluções sustentáveis estão se tornando cada vez mais competitivas e rentáveis, atraindo maior interesse do capital privado. Para mais informações sobre iniciativas climáticas globais, você pode consultar o site da Organização das Nações Unidas.

Foco no Financiamento Climático

Para a COP30, a Lightrock dedicará atenção especial às discussões sobre os mecanismos de financiamento climático e como eles podem ser ampliados para mobilizar o capital necessário à transição para uma economia mais verde. Sasson aponta que o desafio não reside apenas no volume de capital, mas também na estrutura dos instrumentos financeiros. É fundamental criar mecanismos que permitam que o capital chegue de forma eficiente às soluções que já demonstram impacto e viabilidade econômica. Avanços nesse debate seriam cruciais para acelerar o ritmo de transformação que a gestora busca apoiar por meio de seus investimentos. A conferência em Belém, portanto, é vista como um catalisador para aprimorar essas estruturas e impulsionar a agenda de investimentos sustentáveis.

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A COP30 emerge como um evento pivotal para as gestoras de investimentos sustentáveis, oferecendo um espaço único para impulsionar o financiamento climático e o desenvolvimento de soluções inovadoras no Brasil. O engajamento dessas empresas reforça o potencial do país em liderar a agenda de transição para uma economia de baixo carbono. Para acompanhar outras notícias e análises sobre o cenário econômico e as tendências de mercado, continue navegando em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: iStock.com/Ramon Felipe

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