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China declara não temer guerra tarifária em resposta a Trump

Economia

China declara não temer guerra tarifária em resposta a Trump. Em um posicionamento firme e direto, Pequim sinalizou neste domingo, dia 12, que não pretende recuar diante das recentes ameaças do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas substanciais ao país asiático. O governo chinês reiterou seu apelo aos Estados Unidos para que as divergências comerciais sejam solucionadas por meio de negociações diplomáticas, e não por imposições unilaterais ou intimidações.

A postura da China, conforme comunicado oficial do Ministério do Comércio, é de consistência inabalável. “Não desejamos uma guerra tarifária, mas não temos medo de uma”, declarou o ministério, em uma mensagem que ressalta a determinação chinesa em proteger seus interesses econômicos e soberanos. Esta foi a primeira manifestação formal do governo chinês após a recente escalada de tensões, evidenciando a seriedade com que Pequim encarava a retórica protecionista de Washington.

China declara não temer guerra tarifária em resposta a Trump

A origem da mais recente confrontação remonta à ameaça de Trump de elevar o imposto sobre importações de produtos chineses para até 100%, com prazo de implementação estabelecido para 1º de novembro. Tal medida seria uma resposta direta às novas restrições impostas por Pequim à exportação de terras raras. Estes minerais são de importância estratégica, sendo componentes essenciais para uma vasta gama de produtos, desde eletrônicos de consumo cotidianos até equipamentos militares de alta tecnologia. A dependência global das terras raras chinesas confere a Pequim uma significativa alavanca nas negociações comerciais.

A crescente troca de acusações entre as duas maiores economias do mundo representava uma séria ameaça a um possível encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping. Além disso, a escalada tarifária colocava em risco a frágil trégua de uma guerra comercial que, em seu auge, em abril, já havia visto tarifas acima de 100% aplicadas por ambos os lados. A instabilidade gerada por essa disputa não apenas prejudicava as relações bilaterais, mas também reverberava nos mercados globais, gerando incertezas para investidores e empresas que dependem da estabilidade comercial internacional.

Desde que assumiu a Casa Branca em janeiro, o então presidente Trump adotou uma política agressiva de elevação de impostos sobre importações de diversos parceiros comerciais dos Estados Unidos. Seu objetivo declarado era obter concessões e renegociar acordos que ele considerava desfavoráveis. A China, no entanto, destacou-se como um dos poucos países que não cederam às pressões, confiando em sua robusta influência econômica e em sua capacidade de resistir a sanções externas.

O Ministério do Comércio chinês enfatizou que “recorrer frequentemente à ameaça de altas tarifas não é a maneira correta de se relacionar com a China”. Esta declaração foi apresentada em uma série de respostas de um porta-voz não identificado a questionamentos da mídia, sublinhando a posição oficial de que as preocupações mútuas deveriam ser tratadas por meio do diálogo construtivo. A diplomacia, e não a imposição, seria o caminho mais eficaz para resolver as complexas questões comerciais entre as duas potências.

Pequim também deixou claro que, caso o lado americano persista obstinadamente em suas práticas retaliatórias, a China não hesitará em agir. “A China certamente tomará medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, afirmou a publicação oficial. Esta advertência reforça a postura defensiva e a prontidão chinesa para responder a quaisquer novas ações tarifárias ou restrições comerciais impostas por Washington.

Adicionalmente à tarifa de 100%, Trump havia ameaçado impor controles de exportação sobre o que ele denominou “software crítico”, sem fornecer detalhes sobre o que essa classificação implicaria. Ambos os países, aliás, acusavam-se mutuamente de violar o espírito da trégua comercial ao introduzir novas restrições. Trump, em uma postagem em redes sociais, chegou a descrever a China como “muito hostil” e alegou que o país estava “mantendo o mundo refém” ao restringir o acesso a metais e ímãs de terras raras, minerais essenciais para a indústria tecnológica global.

Em resposta às acusações americanas, o Ministério do Comércio chinês apontou que os Estados Unidos introduziram várias novas restrições nas semanas anteriores, incluindo a expansão da lista de empresas chinesas sujeitas a controles de exportação americanos. Sobre as terras raras, o ministério esclareceu que as licenças de exportação seriam concedidas para “usos civis legítimos”, mas ressaltou que esses minerais também possuem aplicações militares. As novas regras chinesas incluíam a exigência de que empresas estrangeiras obtivessem aprovação do governo chinês para exportar itens que contivessem terras raras originárias da China, independentemente do local de fabricação do produto final. Essa medida visava garantir o controle estratégico sobre um recurso vital.

A China detém uma posição dominante no mercado global de terras raras, sendo responsável por aproximadamente 70% da mineração mundial e controlando cerca de 90% do seu processamento global. O acesso a esses materiais estratégicos é um dos pontos de disputa mais sensíveis nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Os minerais críticos são indispensáveis em uma variedade de produtos, desde motores a jato, sistemas de radar e veículos elétricos até eletrônicos de consumo como laptops e telefones celulares. As restrições de exportação impostas pela China afetavam diretamente fabricantes em toda a Europa, América e outras regiões, gerando preocupação na cadeia de suprimentos global. Para entender melhor como disputas como esta moldam o comércio global, consulte os relatórios da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Para agravar as tensões, o comunicado do Ministério do Comércio chinês também indicou que os Estados Unidos estavam ignorando as preocupações de Pequim ao avançar com novas taxas portuárias para navios chineses, que entrariam em vigor na terça-feira. Em retaliação imediata, a China anunciou na sexta-feira que iria impor taxas portuárias recíprocas aos navios americanos, intensificando a disputa em mais uma frente comercial.

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A posição chinesa reflete uma determinação em não ceder a pressões externas, buscando o diálogo enquanto se prepara para defender seus interesses. A complexidade das relações comerciais entre as duas nações continua a ser um fator determinante para a economia global. Para se aprofundar nas nuances da política externa e comercial da China, continue acompanhando nossa editoria de Política e mantenha-se informado sobre os desdobramentos que impactam o cenário internacional.

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