Os mercados futuros dos EUA demonstraram uma notável recuperação neste domingo, dia 12, evidenciando uma virada após a intensa volatilidade e as quedas expressivas registradas na última sexta-feira, dia 10. A atmosfera de otimismo no cenário financeiro internacional foi predominantemente influenciada por novas declarações de Donald Trump, ex-presidente norte-americano, que buscou apaziguar as tensões comerciais com a China.
A reação positiva dos investidores veio à tona após as falas de Trump, nas quais ele indicou que a relação entre as duas maiores economias globais, Estados Unidos e China, “ficará bem”. Tal posicionamento, mais conciliador em comparação com retóricas anteriores, pareceu tranquilizar os mercados que haviam sido abalados por anúncios recentes de sobretaxas.
Mercados Futuros EUA Reagem a Trump e Saltam Após Queda
A alta observada nos principais índices futuros refletiu diretamente essa mudança de perspectiva. Os contratos futuros do renomado índice Dow Jones, um dos mais importantes barômetros da saúde econômica global, registraram uma valorização de 323 pontos, o que corresponde a um aumento de aproximadamente 0,7%. Da mesma forma, os contratos do S&P 500, amplamente reconhecido pela sua abrangência ao monitorar o desempenho de 500 das maiores empresas de capital aberto dos EUA, operavam em alta de 0,9%. O índice Nasdaq 100, focado em tecnologia e inovação, exibiu um crescimento ainda mais expressivo, atingindo 1% de valorização em seus contratos futuros.
Declarações de Trump Apaziguam Tensões Comerciais
A melhora nos indicadores dos mercados futuros foi catalisada por uma publicação de Donald Trump em sua rede social, a Truth Social. Em seu texto, o ex-presidente minimizou o cenário de tensão que havia se instalado, principalmente após suas ameaças de imposição de um aumento substancial nas tarifas sobre produtos importados da China. Essa declaração surpresa gerou um alívio imediato no mercado.
Trump articulou sua postura de forma direta, buscando desmistificar preocupações sobre a rivalidade econômica. “Não se preocupem com a China, tudo ficará bem! O altamente respeitado presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer uma depressão em seu país, e eu também não”, afirmou o ex-presidente em sua postagem, reforçando uma mensagem de cooperação. Ele concluiu suas declarações enfatizando que “Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la”, sugerindo uma abordagem menos confrontacional do que o esperado inicialmente.
Impacto das Sobretaxas e o Cenário da Guerra Comercial
A antecedência dessas declarações apaziguadoras foi o anúncio de sobretaxas de 100% sobre produtos chineses, realizado na sexta-feira anterior. Esse movimento, amplamente interpretado como uma reativação da “guerra comercial” entre Estados Unidos e China, havia provocado uma reação negativa intensa nas bolsas de valores globalmente. O mercado financeiro mundial testemunhou uma significativa desvalorização, com perdas que totalizaram cerca de US$ 2 trilhões, conforme estimativas divulgadas pela emissora CNBC, ressaltando a severidade do impacto das políticas tarifárias na confiança dos investidores.
A escalada das tensões comerciais não se limitou às palavras, mas se materializou em ações concretas que abalaram a estabilidade econômica. A imposição de tarifas retaliatórias e a incerteza quanto ao futuro das relações comerciais entre as duas potências geraram um ambiente de aversão ao risco, levando à liquidação de ativos e à fuga de capital de investimentos em diversos setores, antes da intervenção de Trump.
Posicionamento Conciliador de JD Vance
Corroborando a nova postura de Donald Trump, o vice-presidente JD Vance também alinhou suas declarações a um tom mais conciliador durante uma entrevista à Fox News, concedida ao longo do fim de semana. Vance destacou a abertura dos Estados Unidos para negociar, contanto que Pequim demonstre disposição para adotar uma postura “razoável”.
Além disso, o vice-presidente Vance fez questão de ressaltar que os EUA possuem uma gama robusta de “cartas na manga”, caso o cenário das negociações não se mostre favorável. Essa afirmação sugere uma estratégia de “paz armada”, onde a disposição para o diálogo é acompanhada de uma preparação para cenários adversos, caso a diplomacia falhe, mantendo, no entanto, a porta aberta para a resolução pacífica dos impasses comerciais.

Imagem: REUTERS via infomoney.com.br
Reação dos Investidores e as Perdas Anteriores
As declarações conjuntas de Trump e Vance, indicando uma possível suavização na política externa americana em relação à China, podem ter sido o catalisador que proporcionou uma perspectiva mais otimista aos investidores. Esse novo panorama incentivou o retorno às suas posições de mercado, especialmente após a intensa liquidação de ativos observada na sexta-feira. A expectativa de um diálogo mais construtivo tende a reduzir a incerteza, um dos maiores inimigos da estabilidade nos mercados financeiros.
Na semana que antecedeu essas declarações, os três principais índices da bolsa norte-americana registraram baixas intensas, refletindo a ansiedade do mercado. O Dow Jones experimentou uma queda de 2,7%, enquanto o S&P 500 perdeu 2,4% de seu valor e o Nasdaq recuou 2,5%. Somente na sexta-feira, a retração de 2,7% do S&P 500 marcou sua maior queda desde abril, período em que o mercado começou a sentir de forma mais acentuada o impacto das primeiras tarifas anunciadas por Donald Trump, sublinhando a sensibilidade do mercado às notícias políticas e comerciais.
Fatores Adicionais de Incerteza no Mercado
Para além das tensões tarifárias com a China, o mercado financeiro continua a balizar suas expectativas com base em outros fatores cruciais para a economia americana. A paralisação do governo dos EUA representa uma fonte significativa de incerteza. Com o prazo para o cumprimento da folha de pagamento se encerrando na próxima quarta-feira, dia 15, a possibilidade de muitos funcionários públicos não receberem seus salários adiciona uma camada de preocupação sobre o consumo e a estabilidade econômica.
Outro destaque importante para a semana é o início da temporada de resultados trimestrais das grandes corporações americanas. Instituições financeiras de peso, como Citigroup, Goldman Sachs, Wells Fargo, JPMorgan Chase, Bank of America e Morgan Stanley, estão programadas para divulgar seus balanços na terça-feira, dia 14, e na quarta-feira, dia 15. Esses resultados são aguardados com grande expectativa, pois fornecerão insights cruciais sobre a saúde corporativa e as perspectivas econômicas gerais, influenciando diretamente o humor e as decisões dos investidores.
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As recentes declarações de Donald Trump sobre a China trouxeram um fôlego aos mercados futuros dos EUA, que experimentaram uma recuperação notável após uma sexta-feira de intensas perdas. No entanto, o cenário econômico permanece complexo, com a paralisação do governo e a temporada de resultados trimestrais dos grandes bancos adicionando camadas de incerteza. Para continuar acompanhando o panorama econômico e os desdobramentos desses e outros eventos que impactam o mercado, convidamos você a explorar outras análises e notícias em nossa editoria de Economia.
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