Em uma ação contundente em **Brasília**, o Greenpeace realizou uma projeção visual estratégica contra o desmatamento florestal, coincidindo com a recepção de autoridades e diplomatas para a pré-COP da ONU. O evento, que aconteceu no início da noite de domingo, dia 12 de outubro de 2025, visou pressionar os principais negociadores e diplomatas da COP30, a conferência de clima das Nações Unidas, a adotarem medidas eficazes e urgentes para zerar a derrubada de florestas globalmente.
A manifestação ocorreu estrategicamente em frente à icônica Torre de TV da capital federal, marcando a chegada das delegações internacionais que participarão da pré-COP. Este encontro preparatório, agendado para o mês anterior à cúpula principal, serve como palco para discussões preliminares essenciais antes das negociações formais sobre o clima e as diretrizes globais para a sustentabilidade. A escolha do local e do momento sublinha a intenção da ONG de gerar visibilidade máxima para a causa.
Com as atividades da pré-COP programadas para segunda-feira, dia 13, e terça-feira, dia 14, a presença do Greenpeace buscou amplificar a urgência da agenda ambiental. Estima-se que mais de 70 delegações, de um universo de quase 200 países, estejam presentes na capital brasileira para as conversas. O foco da campanha sublinha a necessidade de ações concretas para combater o desmatamento, tópico central da iniciativa do Greenpeace.
Greenpeace projeta fim do desmatamento em pré-COP de Brasília
A COP30, evento principal da agenda climática global, está agendada para ocorrer em Belém, capital do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A antecipação das cobranças durante a pré-COP em Brasília demonstra a preocupação da organização ambiental com o progresso das discussões e a implementação de políticas efetivas antes do encontro oficial na Amazônia brasileira.
Durante a projeção, o Greenpeace exibiu, em seis línguas diferentes, dados impactantes de uma pesquisa conduzida pelo renomado instituto Opinium. De acordo com o estudo, realizado em 17 países distintos, uma esmagadora maioria de 86% dos entrevistados defende que a proteção das florestas é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas globais. Complementarmente, 82% dos participantes da pesquisa expressaram o desejo de que seus respectivos governos ampliem significativamente as ações de combate ao desmatamento.
A abrangência da pesquisa Opinium é notável, tendo ouvido 17 mil pessoas em proporções de idade, gênero e região, distribuídas igualmente em 17 nações. O levantamento incluiu países de diversos continentes, como Quênia e África do Sul (África); Argentina, Brasil, Colômbia, Canadá e Estados Unidos (Américas); Indonésia, Malásia e Coreia do Sul (Ásia); Austrália (Oceania); e Dinamarca, França, Alemanha, Países Baixos, Espanha e Reino Unido (Europa). Esta ampla base de dados confere credibilidade e representatividade aos resultados apresentados.
Em comunicado oficial, o Greenpeace enfatizou a responsabilidade dos governos: “Os governos precisam ouvir suas populações e agir de acordo com suas responsabilidades morais, legais e políticas para pôr fim ao desmatamento e manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C”. A organização ambientalista ressalta a importância de cumprir o Acordo de Paris, que estabelece a meta de zerar o desmatamento até 2030, e solicita que qualquer entidade que lucre com a destruição de florestas seja privada de recursos financeiros.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
No cenário brasileiro, a pesquisa revela que 93% dos entrevistados esperam que o governo federal intensifique as medidas de combate ao desmatamento, dado este que foi prominentemente projetado durante a ação de domingo. Adicionalmente, 80% dos brasileiros demonstraram maior confiança nos povos indígenas para a proteção da natureza, em comparação com outros grupos ou entidades. Esses dados destacam a percepção pública sobre a gestão ambiental no país e o papel crucial das comunidades tradicionais.
Sob condição de reserva, integrantes da sociedade civil manifestaram descontentamento com a pré-COP, alegando que o evento concedeu pouco espaço para a participação efetiva deste setor. O próprio Greenpeace, por exemplo, não recebeu credenciais para participar dos debates formais, o que levou a organização a preparar programações paralelas em Brasília, além da já mencionada projeção em espaços públicos. Esta situação levanta questões sobre a inclusão e a diversidade de vozes nas discussões climáticas prévias à COP30.
A importância dessas discussões é reiterada pelo trabalho contínuo da Organização das Nações Unidas (ONU) em pautas climáticas globais, como detalhado em seus relatórios oficiais sobre o meio ambiente, que apontam para a necessidade de ações coordenadas e urgentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
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A campanha do Greenpeace em Brasília ressalta a urgência de ações globais e nacionais contra o desmatamento, pressionando líderes e negociadores a cumprir os compromissos climáticos internacionais. As projeções visuais serviram como um lembrete vívido das expectativas públicas por uma governança ambiental mais robusta e transparente. Para mais análises aprofundadas sobre o impacto da política ambiental no Brasil e os desenvolvimentos da COP30, continue acompanhando nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Cristiane Silva/Greenpeace