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Cancelamento Voo Azul Madri: Passageiros Relatam Caos e Desassistência

Economia

O cancelamento do voo AD8755 da Azul, que deveria partir de Madri, na Espanha, rumo ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo, no sábado, dia 11, resultou em uma série de transtornos para seus passageiros. Eles enfrentaram, ao menos, quatro interrupções na programação de embarque e, até o momento da reportagem, muitos ainda aguardavam uma solução para retornar ao Brasil. As principais queixas incluem a ausência de informações claras e a pouca assistência oferecida pela companhia aérea, deixando muitos viajantes sem alimentação e sem acomodação para pernoitar.

A situação dos passageiros foi agravada quando um hotel, que inicialmente os havia recebido a pedido da Azul, orientou-os a retornar ao aeroporto. Em resposta aos incidentes, a Azul emitiu um comunicado informando que, devido a “questões técnicas”, o voo AD8755, de Madri para Viracopos, marcado para o dia 11, foi cancelado. A empresa garantiu que os clientes afetados estavam recebendo a assistência prevista na Resolução nº 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que estavam sendo realocados em outros voos. A nota finaliza afirmando que as equipes da Azul estavam empenhadas em minimizar os impactos e atender os clientes da melhor maneira possível.

Cancelamento Voo Azul Madri: Passageiros Relatam Caos e Desassistência

Entre os passageiros impactados estava o advogado Gustavo Luiz de Faria Mársico, residente de Ribeirão Preto, que viajava em lua de mel com sua esposa, a oftalmologista Fernanda Mársico. O casal já estava a bordo da aeronave no aeroporto de Madri no sábado, 11, quando, após quase três horas de espera dentro do avião, os viajantes foram informados sobre um problema técnico na aeronave. Em seguida, foi solicitado o desembarque de todos para que a manutenção fosse realizada. Pouco depois, veio a notícia definitiva do cancelamento do voo. Segundo Mársico, a decolagem estava programada para as 13h45, horário local.

A partir desse momento, teve início uma sequência de transtornos significativos. Mársico relatou a completa ausência de assistência por parte da Azul, além da falta de informações precisas por parte do pessoal do aeroporto. A situação se tornou ainda mais crítica porque muitos passageiros ficaram sem hotel para pernoitar. A demora na resolução do problema levou alguns estabelecimentos hoteleiros a recusar a hospedagem dos brasileiros. Um desses hotéis chegou a exibir um cartaz em inglês, instruindo: “Passageiros da Azul Linhas Aéreas Brasileiras precisam ir para o aeroporto”, evidenciando a recusa.

De acordo com o depoimento do advogado, foram quatro cancelamentos consecutivos, incluindo um voo que havia sido reagendado para a 1h30 da manhã daquela terça-feira. A situação foi descrita como um “caos”, com muitos passageiros ainda dependendo de um novo voo. Mársico, após muita persistência, conseguiu ser realocado junto à esposa em um voo da Latam, com previsão de chegada ao Brasil no início da noite de terça. No entanto, ele salientou que muitos outros ainda aguardavam o retorno. A falta de comunicação foi um ponto crucial de indignação, já que, em momento algum, a Azul teria enviado um representante ao hotel para prestar esclarecimentos ou assistência aos cerca de 300 passageiros, que viajavam por diversos motivos, desde lazer até trabalho.

Mársico classificou o procedimento da companhia aérea como “desumano” e “cruel”. Ele destacou a vulnerabilidade de parte dos passageiros, incluindo pessoas com dificuldades de locomoção, que faziam uso de muletas, e famílias com crianças de colo, que enfrentaram horas sem alimentação. Após as três horas de espera dentro do avião, somaram-se mais quatro a cinco horas sem acesso a comida. Além disso, alguns passageiros chegaram a aguardar por 24 horas ou mais por uma solução. Diante da experiência considerada “desastrosa”, o advogado confirmou sua intenção de processar a Azul por danos materiais e morais, buscando uma reparação abrangente pelos impactos emocionais e financeiros causados. Outros advogados que estavam no mesmo voo também se prontificaram a entrar com ações legais.

A angústia dos viajantes foi visível, com muitos deles sentados no chão do aeroporto, aguardando informações que, segundo funcionários do balcão, dependiam da sede da empresa no Brasil. A dificuldade de acesso à moeda local complicou ainda mais a situação, com passageiros precisando pedir dinheiro emprestado para comprar itens básicos. Relatos de solidariedade surgiram, com pessoas comprando lanches e dividindo com outros passageiros. Em sua segunda nota, a Azul reiterou o lamento pelos transtornos e enfatizou que medidas como a manutenção da aeronave são fundamentais para garantir a segurança de suas operações, que é um “valor primordial” para a companhia.

Para entender melhor os direitos dos passageiros em situações de cancelamento de voos e atrasos, é essencial consultar as regulamentações vigentes. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) possui diretrizes claras que estabelecem as responsabilidades das companhias aéreas e os direitos dos consumidores. A Resolução nº 400 da Anac detalha os procedimentos que as empresas devem seguir para garantir a assistência e a reacomodação dos passageiros em caso de problemas operacionais. Mais informações podem ser encontradas no portal oficial da Anac, que detalha seus direitos como passageiro.

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O incidente com o voo da Azul em Madri serve como um lembrete importante dos desafios que podem surgir em viagens internacionais e da necessidade de as companhias aéreas garantirem a assistência adequada, conforme previsto em lei. As repercussões desse episódio, que envolveu centenas de passageiros em uma experiência tão negativa, certamente continuarão a ser acompanhadas. Para se manter informado sobre notícias e análises relevantes do setor de aviação e direitos do consumidor, continue explorando nossa editoria de Análises e outras categorias em nosso site.

Crédito da imagem: Divulgação

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