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Ciro Nogueira: Tarcísio ou Ratinho são alternativas em 2026

Economia

Com o cenário político para 2026 ganhando forma, o senador Ciro Nogueira (PP) trouxe à tona uma avaliação crucial sobre os possíveis candidatos da direita à Presidência da República. Em entrevista concedida a O GLOBO, Nogueira defende que Ciro Nogueira: Tarcísio ou Ratinho são alternativas em 2026, enfatizando que apenas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o governador do Paraná, Ratinho Júnior, possuem o perfil necessário para o embate eleitoral. A expectativa é que a escolha seja oficializada em janeiro do próximo ano, após deliberação de Jair Bolsonaro.

De acordo com o senador, a decisão sobre o representante da direita na disputa presidencial de 2026 já estaria tomada por Jair Bolsonaro, faltando apenas o anúncio público. Nogueira sugeriu que essa comunicação seja feita em dezembro para a divulgação oficial em janeiro. Ele ponderou que, embora imagine quem seja o escolhido, apenas Bolsonaro, um de seus filhos, como Flávio, ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, teriam a autoridade e legitimidade para revelar o nome, dada a proximidade direta com o ex-presidente.

Ciro Nogueira: Tarcísio ou Ratinho são alternativas em 2026

Ao detalhar sua perspectiva sobre os candidatos, Ciro Nogueira apontou Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior como as figuras mais promissoras. Ele fundamentou sua análise explicando que ambos os governadores apresentam um índice de rejeição que corresponde à metade do de Bolsonaro e são desconhecidos por cerca de 40% do eleitorado, o que representa um significativo potencial de crescimento. Contudo, o senador ressaltou que a viabilidade de suas candidaturas está intrinsecamente ligada ao apoio explícito do ex-presidente Bolsonaro, sem o qual as chances diminuem consideravelmente. Para Ciro Nogueira, o apoio do ex-presidente é o catalisador que pode impulsionar um desses nomes ao Planalto.

A resistência inicial de Tarcísio de Freitas em se lançar candidato à Presidência foi tema de discussão. Nogueira, porém, foi enfático ao declarar que seria “impossível” Tarcísio recusar um eventual chamado de Bolsonaro, caso o ambiente político da direita seja favorável. Ele relembrou a eleição de 2022, quando Bolsonaro convocou Tarcísio para disputar o governo de São Paulo, mesmo contra a vontade do então ministro que almejava o Senado por Goiás com o apoio de Ronaldo Caiado. A obediência de Tarcísio à orientação de Bolsonaro e sua subsequente vitória em São Paulo são, para Nogueira, precedentes que indicam uma adesão inquestionável a um novo apelo presidencial.

Sobre a atual dinâmica da direita, Nogueira afirmou manter contato sistemático com Tarcísio de Freitas, negando qualquer desconforto do governador de São Paulo com as divisões internas. Pelo contrário, o senador indicou que Tarcísio tem se dedicado a esforços de unificação. Ao abordar a pré-candidatura de Eduardo Bolsonaro, Ciro Nogueira destacou o respeito que Tarcísio nutre pelo deputado e pelos demais membros do grupo político. O próprio Ciro Nogueira disse ter aconselhado Eduardo a focar na defesa do pai e no confronto com o atual adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A questão de uma possível vice-presidência para Ciro Nogueira também foi abordada. O senador negou ter atuado para ser vice, afirmando que essa escolha será feita posteriormente, considerando o perfil do candidato principal e as necessidades dos partidos. O vice, segundo ele, não deve prejudicar a chapa e, idealmente, deve contribuir para o projeto eleitoral. Nogueira mencionou a senadora Tereza Cristina como um nome “maravilhoso”, inclusive com potencial para a própria Presidência. Ele também citou Michelle Bolsonaro como uma opção forte, à frente em algumas pesquisas, mas revelou que o ex-presidente a vê como candidata ao Senado com grandes chances de vitória.

Refletindo sobre a necessidade de bom senso para evitar uma derrota da direita em 2026, Ciro Nogueira minimizou o impacto da manifestação de Eduardo Bolsonaro como pré-candidato. Ele considerou legítimo que qualquer brasileiro, especialmente uma figura representativa como Eduardo, coloque seu nome à disposição, dada a inelegibilidade do pai. No entanto, Nogueira apontou o longo caminho para viabilizar tal candidatura, destacando a necessidade de um postulante que possa unificar a direita e o centro, fazer campanha em território nacional, desenvolver um plano de governo e percorrer o Brasil. Ele lamentou que Eduardo Bolsonaro não cumpra esses pré-requisitos no momento, pois reside nos Estados Unidos.

Ao se referir à união da direita, centro-direita e seu extremo, Ciro Nogueira identificou o “bolsonarista” como a representação da extrema-direita, principalmente através de figuras como Eduardo Bolsonaro. Para o senador, o ex-presidente Jair Bolsonaro se posiciona mais à direita, mas adotou atitudes de centro, especialmente nos dois anos finais de seu mandato, ao convidar um ministro com perfil mais de centro-direita. Sobre as recentes ironias de Eduardo e Carlos Bolsonaro em relação à união da direita, Nogueira afirmou que conversou com Eduardo, a quem considera um grande amigo. Ele não se sente atingido pelas declarações, compreendendo que elas vêm de um ponto de vista pessoal, especialmente diante do que consideram injustiças contra o pai.

A situação dos ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos do PP e integrantes da mesma federação, foi discutida em relação à permanência no governo Lula. Ciro Nogueira esclareceu que não se trata de um ultimato, mas de uma determinação para que membros do partido com mandato deixem os cargos. Um prazo “razoável” foi dado, com a expectativa de definição até a próxima semana. O senador reiterou que a situação de Fufuca e Sabino é a mesma: ambos terão de escolher entre a federação e o governo. Nogueira expressou confiança de que ambos permanecerão leais à federação.

Questionado sobre um eventual convite de Lula para conversar sobre sua permanência no governo, Ciro Nogueira foi taxativo em sua recusa. Ele manifestou grande carinho por Lula, principalmente pelos dois primeiros mandatos, mas considerou que uma conversa antes de deixar o governo não teria sentido e não aconteceria, pois o partido já decidiu não apoiar o presidente em 2026. Mesmo a sugestão de uma conversa sobre futebol foi descartada com bom humor pelo senador, que acredita que Lula buscaria apoio político, algo que, segundo ele, não ocorrerá. Nogueira revelou que diversos aliados de Lula têm tentado estabelecer essa ponte, mas sem sucesso.

Sobre a recuperação da popularidade de Lula e o baque da direita com a condenação de Bolsonaro, Ciro Nogueira discordou que o presidente tenha acertado mais. Ele atribuiu a melhora de Lula a erros da própria direita, mencionando a “narrativa sobre o tarifaço”, que, de forma equivocada, acabou beneficiando o governo. Nogueira descreveu Lula como um presidente sem perspectiva, que “olha só para trás”, com programas “velhos” como o “Novo Bolsa Família” e “Minha Casa Minha Vida”. Ele comparou o retorno de Lula ao de Getúlio Vargas, classificando-o como um “erro” e associando seu perfil a Chávez, em vez de Mandela.

As manifestações da esquerda contra a anistia e a PEC da Blindagem, que foram as maiores desde 2022, também foram avaliadas. Ciro Nogueira admitiu que foi um erro coletivo, não apenas de Hugo Motta, que as lideranças tivessem defendido a anistia ampla. O senador revelou que defendia desde o início que a medida se restringisse a crimes de opinião, com voto aberto. A reação popular foi positiva, na visão de Nogueira, que afirmou que o governo Lula não tem capacidade de mobilizar e “pega carona” em movimentos já existentes. Para Ciro Nogueira, o tema das eleições de 2026 será fundamental para a reorganização da direita. Para aprofundar a análise política e o impacto dessas decisões, é relevante acompanhar as movimentações dos partidos e das figuras-chave, como Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, que se destacam no cenário atual. Uma visão mais ampla sobre as estratégias políticas da direita pode ser obtida através de análises de veículos de comunicação de alta autoridade, como as publicadas por O GLOBO sobre as intenções de Bolsonaro para 2026.

Ciro Nogueira defendeu a anistia ampla, mas, como mínimo, a necessidade de dosimetria para as penas consideradas “absurdas”, citando o exemplo de condenações maiores para quem “escreveu com batom em uma estátua” do que para quem cometeu homicídio. Ele enfatizou a necessidade de corrigir essas penas, que teriam sido elevadas demais. O senador argumentou pela urgência da votação sobre a dosimetria, sugerindo que a questão seja resolvida nos próximos dias.

Em relação ao projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, aprovado por unanimidade na Câmara, Ciro Nogueira manifestou apoio. Ele defendeu que o Senado aprove a proposta exatamente como veio da Câmara e o mais rápido possível, elogiando a votação histórica que demonstrou união entre governo e oposição. O senador destacou que a medida era uma promessa tanto de Bolsonaro quanto de Lula, e creditou a Hugo Motta, junto com o relator Arthur Lira, o trabalho de construção do consenso.

Por fim, ao ser criticado por não encampar pautas mais radicais, como um impeachment de Alexandre de Moraes, e por ser chamado de “raposa” por Silas Malafaia, Ciro Nogueira respondeu com pragmatismo. Ele afirmou que tais pautas servem apenas para “criar palanque”, sem qualquer viabilidade. O senador reiterou sua preferência por trabalhar com o que é factível e realista na política brasileira.

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A entrevista de Ciro Nogueira oferece um panorama detalhado das articulações políticas da direita em busca de um nome competitivo para 2026. As figuras de Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, sob a sombra da influência de Jair Bolsonaro, emergem como protagonistas nesse tabuleiro eleitoral complexo. Para continuar acompanhando as análises e desdobramentos sobre a política nacional, explore a nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: O GLOBO

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