TÍTULO: Viúvo de Gilberto Braga critica Odete Roitman em remake
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META DESCRIÇÃO: Edgar Moura Brasil, viúvo de Gilberto Braga, detalha por que a alteração de Odete Roitman para ‘serial killer ninfomaníaca’ foi a pior no remake de ‘Vale Tudo’.
O decorador Edgar Moura Brasil critica a versão de Odete Roitman no remake de “Vale Tudo”, classificando a transformação da vilã como a pior alteração da releitura. Viúvo de Gilberto Braga (1945-2021), um dos autores originais da aclamada trama, Moura Brasil expressou seu profundo descontentamento, afirmando que a nova produção “não teve nenhum respeito” pela novela e, ao invés disso, “ela foi destruída”.
Na semana anterior, Edgar Moura Brasil utilizou suas redes sociais para manifestar sua desaprovação ao trabalho de Manuela Dias, responsável pela adaptação atual. Em sua postagem, ele avaliou que a autora “não teve lastro nem intimidade intelectual para fazer um remake da monta de Gilberto Braga”, indicando uma falta de conexão e compreensão da obra original.
Viúvo de Gilberto Braga critica Odete Roitman em remake
Em entrevista por mensagens de WhatsApp na quinta-feira, 2 de outubro, Edgar Moura Brasil confirmou que assiste esporadicamente a alguns capítulos da novela na televisão, mas acompanha a maioria dos recortes e discussões pela internet. Ele lamentou que a essência da premissa de “Vale Tudo”, que propunha a reflexão “vale a pena ser honesto no Brasil”, tenha se perdido completamente na releitura contemporânea.
Conforme a percepção de Edgar, Gilberto Braga “não teria gostado nada do remake”, imaginando que o autor jamais conceberia personagens “tão tacanhos e incoerentes”. Essa crítica aponta para uma suposta deturpação da complexidade psicológica e da profundidade que caracterizavam os personagens na versão original da novela.
Para o decorador, a mudança mais drástica e lamentável implementada por Manuela Dias foi na figura de Odete Roitman. Segundo ele, a vilã, que era “uma personagem tão rica” em sua concepção inicial, foi descaracterizada e transformada em uma figura “louca, inconsequente, atirando e tentando envenenar as pessoas, virando praticamente uma serial killer ninfomaníaca”. Esta alteração, em sua visão, comprometeu a inteligência e o impacto da personagem icônica.
Edgar Moura Brasil viveu um relacionamento de 48 anos com Gilberto Braga. No início deste ano, ele oficializou sua união com o advogado Cristhian Vieira. Recentemente, Moura Brasil esteve envolvido em um processo judicial contra a Rede Globo, buscando o pagamento de R$ 290 mil referentes ao último salário de seu falecido companheiro na emissora. Ele, no entanto, perdeu o recurso em segunda instância e preferiu não tecer comentários adicionais sobre a ação quando questionado.
Ao analisar a perda da proposta original da novela, Edgar Moura Brasil enfatizou que a questão fundamental “vale a pena ser honesto no Brasil” continua extremamente pertinente. Ele observa que o tema, abordado com maestria por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, conforme detalhado no portal Memória Globo, ressoa com a realidade atual, onde a busca por vantagem e a impunidade ainda são evidentes em diversos escândalos nacionais.
Ainda sobre a perspectiva de Gilberto Braga, Edgar reiterou que o autor, sendo um profundo conhecedor da alma humana, culto e com bom gosto, teria reprovado veementemente as construções “tacanhas e incoerentes” dos personagens do remake. A suposta “humanização” de Odete Roitman, alegada pela adaptadora, é vista por Moura Brasil como um “emburrecimento” da personagem. Ele argumenta que a Odete original já possuía uma humanidade complexa dentro de sua maldade, preocupando-se com a família, e jamais abandonaria um filho deficiente em condições precárias, pois teria recursos para garantir seu tratamento digno, longe dos olhos públicos.

Imagem: redir.folha.com.br
A percepção de Edgar é clara: a obra original “Vale Tudo” não apenas não foi respeitada, como foi “destruída”. Ele sugere que uma simples atualização, com a inserção de situações contemporâneas, seria suficiente para manter a relevância da trama. A novela original é descrita por ele como “fantástica”, com diálogos primorosos e personagens complexos, humanos e longe de serem maniqueístas. Moura Brasil relembra o desfecho de Maria de Fátima, o romance de Raquel e Ivan, a recuperação de Heleninha, e a célebre “banana” de Marco Aurélio ao Brasil, símbolos que, para ele, continuam a espelhar a impunidade e a moralidade da sociedade brasileira.
Questionado sobre possíveis aspectos positivos na versão atual, o decorador afirmou não conseguir identificar nenhum. Em sua visão, o remake serve apenas para “provar que o nível das novelas atuais é infinitamente inferior às que foram produzidas nas décadas passadas”. Ele enfatizou que essa conclusão não decorre de nostalgia, mas sim de uma “constatação” objetiva.
Para Edgar Moura Brasil, a falta de “lastro nem intimidade intelectual” da adaptadora Manuela Dias para lidar com uma obra do porte de Gilberto Braga reside em uma série de deficiências. Ele aponta a carência de talento, humildade perante a obra, elegância nos diálogos, refinamento na psicologia dos personagens e, crucialmente, a ausência de conhecimento dos grandes clássicos da literatura, do cinema e da própria história da teledramaturgia.
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Em suma, as críticas de Edgar Moura Brasil ao remake de “Vale Tudo” são contundentes, focando na descaracterização de personagens como Odete Roitman e na perda da essência filosófica da trama original. A análise sublinha a importância de se preservar a integridade artística em adaptações, respeitando a complexidade e a relevância social da obra primária. Para mais conteúdos sobre o impacto da teledramaturgia brasileira e análises de produções culturais, continue explorando nossa editoria de Celebridade.
Crédito da imagem: Instagram/Globo