rss featured 724 1759778536

Aliados de Bolsonaro minimizam Trump e celebram Marco Rubio

Economia

Aliados de Bolsonaro minimizam Trump e celebram Marco Rubio após o telefonema ocorrido nesta segunda-feira entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Embora ambos os líderes tenham elogiado a conversa e sinalizado a possibilidade de um futuro encontro presencial, a repercussão dentro do círculo do ex-presidente brasileiro foi de ceticismo e foco em movimentos estratégicos.

Este diálogo representou o primeiro contato oficial entre os chefes de Estado desde a implementação de tarifas e sanções direcionadas a autoridades brasileiras. Tais medidas, em parte, resultaram da atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se empenhou em defender seu pai, Jair Bolsonaro, do processo judicial por tentativa de golpe de Estado. Residindo nos EUA desde fevereiro, o deputado optou por não comentar publicamente o encontro ou as declarações emitidas pelos presidentes.

Aliados de Bolsonaro minimizam Trump e celebram Marco Rubio

A reação dos apoiadores de Jair Bolsonaro, contudo, foi marcada pela minimização da importância da ligação entre Trump e Lula. Paulo Figueiredo, um blogueiro e principal aliado de Eduardo Bolsonaro nas articulações nos Estados Unidos, expressou que o telefonema representava “zero avanço”. Ele direcionou seu comentário à notícia de que Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar continuidade às negociações com o Brasil, envolvendo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para Figueiredo e outros, a designação de Rubio foi o ponto de destaque, não o contato em si.

Marco Rubio e as Negociações Futuras

A escolha de Marco Rubio para liderar as negociações bilaterais foi recebida com particular interesse por parte dos aliados de Bolsonaro. Rubio é conhecido por manifestações públicas críticas ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), figura central nos ataques de Eduardo Bolsonaro e uma das autoridades brasileiras mais impactadas pelas sanções americanas. Até o momento, o secretário americano não se manifestou sobre sua designação para as tratativas. A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos tem se mostrado complexa, como detalhado pelo Departamento de Estado dos EUA em suas análises sobre as relações bilaterais, e a entrada de Rubio adiciona uma nova camada a esse cenário.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro, também minimizou o evento, declarando que a ligação não significa “absolutamente nada”. Em suas redes sociais, Wajngarten criticou a política externa atual, descrevendo-a como “retrógrada, lenta e sem nenhuma tecnicidade”. Ele ainda ironizou a expressão “química ótima” utilizada por Trump após seu encontro com Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, há duas semanas, sugerindo que tal “química perfeita” careceria de alicerces com participantes que “promovem o terrorismo e seus aliados históricos”.

Contexto das Sanções e do “Tarifaço”

Durante a conversa, foram abordados temas econômicos, e o presidente Lula solicitou o encerramento das sobretaxas aplicadas a produtos brasileiros exportados para os EUA. O “tarifaço”, anunciado por Trump em julho, marcou o início de uma série de ações adotadas pelos Estados Unidos desde o avanço da ação penal contra Jair Bolsonaro no STF. Em diversas ocasiões, o ex-presidente americano afirmou que as sanções eram uma resposta a decisões da Suprema Corte contra empresas de tecnologia sediadas nos EUA e ao processo de Bolsonaro, que ele classificou como uma “caça às bruxas”.

Aliados de Bolsonaro minimizam Trump e celebram Marco Rubio - Imagem do artigo original

Imagem: valor.globo.com

As medidas punitivas americanas incluíram a suspensão de vistos de alguns ministros do STF e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, posteriormente estendida à sua esposa. Inicialmente, Eduardo Bolsonaro negou qualquer envolvimento com o “tarifaço”, mas posteriormente passou a defender a medida como uma forma de pressionar o STF e condicionar o recuo das sanções à aprovação de uma anistia para os condenados por tentativa de golpe de Estado.

Punições e a Defesa de Eduardo Bolsonaro

A postura de Eduardo Bolsonaro gerou forte reação no Brasil. Tanto o Palácio do Planalto quanto o Poder Judiciário rechaçaram veementemente a possibilidade de ceder ao que foi classificado como tentativa de interferência e ataque à soberania brasileira. A pressão externa não alterou o curso dos processos internos, e em setembro, o Supremo Tribunal Federal condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, reforçando a independência das instituições brasileiras perante as pressões políticas e diplomáticas.

Confira também: Investir em Imóveis na Região dos Lagos

O cenário político envolvendo as relações Brasil-EUA e as disputas internas no Brasil continua a ser um ponto de grande atenção. As reações dos aliados de Bolsonaro ao recente contato entre Trump e Lula, com destaque para a figura de Marco Rubio, sublinham a complexidade e as múltiplas camadas de interpretação em eventos diplomáticos de grande relevância. Para mais análises e notícias sobre os desdobramentos políticos, continue acompanhando nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Deixe um comentário