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Petrobras assina R$ 9,6 bi em contratos para obras no Comperj

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A Petrobras assina R$ 9,6 bilhões em contratos para obras no antigo Comperj, marcando um novo capítulo para o Complexo de Energias Boaventura, localizado em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A estatal confirmou, nesta segunda-feira (6), a formalização desses acordos bilionários, que foram celebrados na última sexta-feira (3), com o objetivo de impulsionar a infraestrutura de refino e a produção de derivados de petróleo.

Adicionalmente, a companhia também anunciou investimentos substanciais no setor marítimo, com a assinatura de contratos no valor de R$ 10 bilhões. Estes acordos visam o afretamento de quatro embarcações de apoio, cruciais para as operações de exploração e produção de petróleo em alto-mar. A medida reflete uma estratégia abrangente da Petrobras para fortalecer suas capacidades em terra e no mar, elementos essenciais para a expansão e eficiência de suas atividades.

Petrobras assina R$ 9,6 bilhões em contratos para obras no Comperj

Os cinco contratos firmados especificamente para o Complexo de Energias Boaventura representam uma importante retomada de investimentos no projeto de refino, cujas obras haviam sido suspensas após a eclosão do esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato. A decisão de reiniciar esses investimentos foi aprovada pela diretoria da estatal em 2023, sinalizando um novo ciclo de compromisso com a conclusão e operacionalização dessa infraestrutura vital para o país.

A meta primordial dessas obras é a produção de derivados de petróleo de alto valor agregado e menor impacto ambiental. Especificamente, o Complexo de Energias Boaventura será configurado para fabricar diesel, querosene de aviação e lubrificantes com baixíssimo teor de enxofre. Essa produção de combustíveis mais limpos e eficientes não apenas atenderá a uma demanda crescente do mercado, mas também contribuirá para os esforços de sustentabilidade e conformidade com regulamentações ambientais mais rigorosas. A Petrobras estima que o pico das obras gerará cerca de 15 mil empregos diretos na região, oferecendo um significativo impulso econômico local.

A história do Comperj está intrinsecamente ligada aos eventos da Operação Lava Jato. O complexo foi um dos pontos centrais da delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que deu o pontapé inicial às investigações. Estas investigações, por sua vez, revelaram a existência de um cartel de empreiteiras que se organizava para lotear grandes obras da estatal, desviando recursos e gerando enormes prejuízos ao erário público. Embora a Petrobras não detalhe publicamente os gastos acumulados no local, o Tribunal de Contas da União (TCU), em sua última atualização de 2022, apontou que o projeto já acumulava um prejuízo de US$ 14 bilhões, o equivalente a quase R$ 80 bilhões na cotação atual.

Em setembro de 2024, durante a cerimônia de anúncio da retomada do projeto, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estimou os gastos necessários para a conclusão das obras remanescentes em R$ 13 bilhões. Em seu discurso, o presidente Lula ironizou as questões sobre os custos, propondo uma reflexão inversa: “Quanto custou paralisar ele desde 2018?”, questionou. Vale ressaltar que as obras, na verdade, haviam sido interrompidas mais cedo, em 2015.

No mesmo evento de setembro de 2024, a Petrobras inaugurou uma unidade de tratamento de gás natural no Complexo de Energias Boaventura. Esta unidade é fundamental para otimizar o escoamento da produção de gás do pré-sal, com parte desse volume sendo processada e transformada em matéria-prima essencial para a indústria petroquímica. Este avanço é vital para diversificar a matriz energética e industrial do país.

Até o momento, a estatal não divulgou os nomes das empresas vencedoras das licitações para as obras no Comperj, mantendo as informações em sigilo até que os trâmites administrativos sejam completamente finalizados.

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Imagem: www1.folha.uol.com.br

Paralelamente, os contratos para o afretamento das quatro embarcações de apoio à produção de petróleo em alto-mar terão a operação a cargo da Bram. A construção desses navios será realizada pelo estaleiro Navship, localizado em Navegantes, Santa Catarina, com previsão de entrega entre os anos de 2029 e 2030.

Um aspecto crucial desses novos contratos é o estímulo à indústria nacional. O projeto exige um mínimo de 40% de conteúdo local na fase de construção e 60% na fase de operação. Contudo, a Bram se comprometeu a ir além, planejando contribuir com um conteúdo local estimado em até 80% na construção e até 90% na operação. Essa iniciativa reforça o compromisso da Petrobras e de seus parceiros com o desenvolvimento da cadeia de fornecedores e a geração de valor dentro do Brasil.

Em comunicado oficial, a Petrobras afirmou que “Estes contratos fortalecem a cadeia de fornecedores nacionais, ampliando a participação da indústria brasileira na execução e manutenção das embarcações”. A projeção é de que essa empreitada gere 1.500 empregos diretos e 5.400 empregos indiretos, considerando tanto as fases de obras quanto as de operação, consolidando o impacto positivo desses investimentos na economia e no mercado de trabalho brasileiro. Essa iniciativa se alinha com a estratégia da Petrobras de fortalecer a infraestrutura energética nacional, conforme detalhado em comunicados oficiais da própria companhia sobre a retomada de projetos importantes para o refino, como pode ser consultado no portal da Agência Petrobras.

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Os recentes contratos firmados pela Petrobras representam um marco na revitalização da sua capacidade de refino e suporte logístico, prometendo impulsionar a economia regional e nacional por meio da geração de milhares de empregos e do fortalecimento da cadeia produtiva brasileira. Para aprofundar-se em como grandes investimentos impactam a economia do país, convidamos você a explorar mais conteúdos em nossa editoria de Economia, onde você encontrará análises e notícias relevantes sobre o cenário econômico atual.

Crédito da imagem: Nicola Pamplona/Folhapress

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