Nesta segunda-feira, 6 de novembro, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou que a perícia conduzida pelo departamento científico da Polícia Civil constatou a presença de metanol em bebidas alcoólicas. Os produtos foram apreendidos em duas distribuidoras localizadas no estado. Esta confirmação é resultado de uma série de investigações em andamento.
De um total de 17 requisições relacionadas a 13 boletins de ocorrência distintos, duas análises laboratoriais retornaram com resultado positivo para metanol. “Saiu hoje (segunda-feira) o laudo positivo contendo metanol. Eram distribuidoras”, detalhou Derrite durante o anúncio, ressaltando a gravidade da situação e o envolvimento de estabelecimentos comerciais.
Laudo Confirma Metanol em Bebidas Apreendidas em SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), informou que as duas distribuidoras envolvidas, cujos nomes não foram revelados publicamente, foram imediatamente fechadas. O governador enfatizou a importância dessas ações: “Você confirma que a origem daquela bebida que foi consumida naquele bar, que gerou o resultado óbito, saiu daquela distribuidora que foi fechada e teve o seu registro suspenso”, declarou, conectando as apreensões a casos de intoxicação fatal.
Nos últimos dias, a operação do governo de São Paulo resultou na prisão de 20 indivíduos suspeitos de envolvimento na manipulação e adulteração de bebidas alcoólicas. Segundo Tarcísio, as investigações iniciais indicam que não há relação direta entre os suspeitos detidos. Este número representa quase a metade das 41 prisões efetuadas desde o início do ano, relacionadas a casos de adulteração de bebidas em todo o estado.
“Estamos prendendo os suspeitos para fazer a qualificação, ver outros crimes que eles podem ter cometido. As pessoas presas não têm relação entre si. Dentro da cidade, elas não têm relação entre si”, explicou o governador, indicando a complexidade e a possível descentralização das atividades criminosas. As declarações foram proferidas no Palácio dos Bandeirantes, durante uma reunião do gabinete de crise estabelecido para enfrentar os casos de intoxicação por metanol.
Uma das principais linhas de investigação sugere que a contaminação pode ter ocorrido durante o processo de limpeza dos vasilhames, utilizando metanol de forma inadequada. Contudo, a polícia não descarta a possibilidade de que o metanol tenha sido empregado intencionalmente para adulterar as bebidas, visando aumentar o volume dos produtos e, consequentemente, os lucros de forma ilícita.
As autoridades de saúde e segurança pública têm orientado a população sobre a crucial importância de evitar o consumo de produtos falsificados e de buscar assistência médica imediata ao apresentar quaisquer sintomas após a ingestão de álcool. A intoxicação por metanol é extremamente grave e pode resultar em sequelas permanentes, como cegueira, ou até mesmo levar à morte, destacando o perigo das bebidas adulteradas.
Paralelamente às ações dos governos estaduais, a Polícia Federal também instaurou um inquérito para investigar os casos de contaminação por metanol em todo o país. O Ministério da Saúde, na mesma segunda-feira, recebeu 217 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de álcool. Deste total, 17 casos foram confirmados e 200 ainda estão sob investigação. O estado de São Paulo concentra a maior parte dessas notificações, com 82,49% do total, registrando 15 casos confirmados e 164 em averiguação. O Paraná, por sua vez, contabiliza dois casos confirmados e quatro em investigação.
O metanol, um álcool impróprio para consumo humano, é comumente utilizado como matéria-prima para combustíveis e em processos industriais. No entanto, tem sido fraudulentamente empregado na falsificação de bebidas alcoólicas. Os casos de intoxicação, que tiveram origem em São Paulo, estão associados ao consumo de bebidas destiladas, como gim, vodca e uísque, que foram alvo de adulteração.
O governo estadual alerta que qualquer paciente que apresentar um quadro clínico incomum após a ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico de urgência. É fundamental realizar exames laboratoriais e uma avaliação oftalmológica completa. Os sintomas de alerta incluem dores abdominais intensas, tontura e confusão mental, que podem indicar a presença de intoxicação por metanol.
A rapidez no socorro é um fator decisivo; o atendimento em até seis horas após o início dos sintomas é crucial para evitar o agravamento do quadro clínico do paciente e minimizar as chances de sequelas irreversíveis. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oferece informações detalhadas sobre os riscos do metanol e orientações à população e profissionais de saúde.
No sábado anterior, o Ministério da Saúde anunciou o início da distribuição de etanol farmacêutico, que funciona como antídoto para o tratamento de pacientes intoxicados por metanol, aos estados que formalizaram o pedido de reforço de estoque. Esta medida visa garantir que os hospitais tenham os recursos necessários para atender emergências decorrentes do consumo de bebidas adulteradas.

Imagem: infomoney.com.br
Para denunciar possíveis irregularidades e suspeitas a respeito de bebidas adulteradas, a população pode utilizar o Disque Denúncia 181 ou o site da Polícia Civil de São Paulo. O Procon-SP também disponibiliza canais para denúncias, como o Disque 151 e seu site oficial, onde os consumidores podem encontrar informações sobre como registrar suas queixas. Adicionalmente, o número 0800 642 9782 da Anvisa permanece ativo para esclarecer dúvidas da população, profissionais de saúde e comerciantes sobre intoxicações e procedimentos adequados.
As autoridades recomendam que os consumidores procurem sempre estabelecimentos conhecidos e de boa reputação. Desconfiar de preços excessivamente baixos é um alerta importante, pois podem indicar falhas como sonegação fiscal ou, mais gravemente, adulteração do produto.
Observar a apresentação das embalagens e o aspecto do produto é fundamental: lacres ou tampas tortas, rótulos desalinhados ou desgastados, erros de ortografia, logos com variações ou a ausência de informações obrigatórias, como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor e número do lote, são imperfeições perceptíveis que devem levantar suspeitas.
Ao notar qualquer diferença ou imperfeição, é crucial não realizar testes caseiros, como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida, pois essas práticas não são seguras nem oferecem resultados conclusivos sobre a adulteração. A segurança deve ser a prioridade.
Fique atento a sintomas que possam surgir após o consumo de bebidas alcoólicas: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência. Estes sinais podem indicar intoxicação por metanol ou por outra substância presente em bebidas adulteradas.
Em caso de qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve buscar atendimento médico imediato e sem demora em uma unidade de urgência. A agilidade no atendimento é vital para um tratamento eficaz.
Comunique as autoridades competentes sobre a suspeita: utilize o Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica, a Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual), a Polícia (civil), o Procon (órgão de defesa do consumidor) e, quando aplicável, outros órgãos relacionados, como o Ministério da Agricultura.
Exija sempre a nota fiscal ou qualquer comprovante de origem do produto. Este documento deve conter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra, facilitando a rastreabilidade do produto e servindo como garantia para o consumidor em caso de eventual reclamação ou necessidade de investigação.
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Em suma, a confirmação de metanol em bebidas apreendidas em São Paulo ressalta a importância da vigilância tanto por parte das autoridades quanto dos consumidores. A união de esforços na denúncia e na busca por produtos de origem conhecida é essencial para combater a adulteração e proteger a saúde pública. Para mais informações sobre segurança pública e notícias de São Paulo, continue acompanhando nossa editoria de Cidades e mantenha-se informado.
Crédito da imagem: Divulgação/SSP-SP