O Sistema Único de Saúde (SUS) tem demonstrado uma expansão notável na oferta de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), alcançando um número expressivo de cidadãos em todo o território nacional. De acordo com dados inéditos divulgados pelo Ministério da Saúde, no período compreendido entre janeiro e agosto de 2025, um total de 3.757.950 pessoas foram beneficiadas por procedimentos de PICS realizados na atenção primária.
Este volume representa um crescimento significativo de 14,2% em comparação com o mesmo intervalo de 2024, quando foram registrados 3.290.509 atendimentos. Tal elevação sublinha a crescente adesão da população e a importância destas abordagens terapêuticas complementares no cenário da saúde pública brasileira, consolidando-as como um pilar fundamental no cuidado integral à saúde.
A ampliação da cobertura das PICS reflete um investimento contínuo na diversificação dos cuidados e na promoção do bem-estar. Entender como as
Práticas Integrativas no SUS Atingem Quase 4 Milhões de Pessoas
é crucial para dimensionar o impacto dessas políticas públicas e a aceitação crescente dessas terapias. A auriculoterapia, por exemplo, destaca-se como um dos principais motores desse aumento observado no período.
Destaque para Auriculoterapia e Outras PICS em Ascensão
Entre as PICS que impulsionaram este crescimento, a auriculoterapia se sobressai, sendo responsável por 26% do aumento total de atendimentos. Esta técnica terapêutica milenar utiliza pontos específicos da orelha como um microssistema para diagnosticar e tratar uma vasta gama de condições de saúde, abrangendo aspectos físicos, mentais e emocionais. Os estímulos aplicados podem ser realizados com o uso de agulhas, cristais, sementes ou outros materiais específicos.
Além da auriculoterapia, o estudo do Ministério da Saúde também apontou um crescimento expressivo em outras modalidades de PICS coletivas. As práticas corporais oriundas da medicina tradicional chinesa registraram um aumento de 13% nos atendimentos. O uso de plantas medicinais e a fitoterapia tiveram um crescimento de 11%, enquanto a meditação, outra prática de grande adesão, apresentou uma alta de 8% no mesmo período, reforçando a diversidade e a abrangência das opções oferecidas pelo SUS.
Investimento Contínuo em Capacitação Profissional
Para sustentar a expansão e a qualidade dos atendimentos em PICS, o Ministério da Saúde informou que 340 mil profissionais participaram de cursos e capacitações especializadas. Estes programas foram oferecidos por meio do portfólio disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (Avasus) do Sistema Único de Saúde, incluindo a certificação específica em auriculoterapia.
A expectativa do governo, no entanto, é que o número real de profissionais qualificados seja ainda maior. Isso se deve ao fato de que diversos municípios e estados também têm investido ativamente na qualificação de suas equipes de saúde, mantendo registros e dados próprios sobre essas iniciativas locais. Tal descentralização complementa os esforços federais na disseminação do conhecimento e da prática das PICS.
Um exemplo notável é o município de São Paulo. A capital paulista, apenas no primeiro semestre de 2025, foi responsável por 16,4% dos procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde realizados em todo o país. No período entre 2022 e 2024, São Paulo demonstrou um aumento médio de 89,6% nos atendimentos de PICS, com especial destaque para a auriculoterapia, meditação, arteterapia e aromaterapia, indicando uma forte demanda e oferta nessas modalidades.
Crescimento Consolidado e Abrangência Nacional das PICS
Os números de 2024 reforçam a consolidação das PICS no SUS. Ao longo daquele ano, o sistema público de saúde registrou um total de 7.156.703 procedimentos em Práticas Integrativas e Complementares, representando um aumento de 70% em comparação com o ano de 2022. Desse total, 3.198.546 procedimentos foram realizados na atenção primária, registrando um crescimento de 67%, enquanto 3.958.157 ocorreram na média e alta complexidade, com uma elevação de 73%.
Esses dados revelam que mais de nove milhões de pessoas tiveram acesso a práticas integrativas em 2024, um aumento de 83% em relação a 2022. A oferta dessas práticas está amplamente consolidada em 21 mil estabelecimentos de atenção primária, distribuídos em 84% dos municípios brasileiros e presentes em todas as capitais do país. Para 2025, os dados preliminares continuam a apontar uma trajetória de crescimento, com quase quatro milhões de pessoas atendidas em PICS na rede pública, indicando um aumento de 14% em relação ao ano anterior.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Avanços, Estudos Científicos e Futuro das PICS
Para os próximos anos, o Ministério da Saúde informou que dará continuidade às estratégias de formação e qualificação das equipes da atenção primária. Além disso, a pasta trabalha na capacitação de gestores e trabalhadores para implementar as PICS de forma mais integrada nas linhas de cuidado para dor crônica, saúde mental e tratamento de feridas, com ênfase em plantas medicinais e fitoterápicos.
A relevância das PICS no sistema de saúde público é corroborada por estudos e pesquisas científicas, como o realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Esta pesquisa aponta que a oferta de PICS tem grande adesão da população, com relatos consistentes de melhora de dores, redução da ansiedade, combate à insônia e elevação do bem-estar geral. O estudo da UFSC também indicou uma diminuição no uso de medicamentos e um aumento nas capacidades funcionais dos pacientes. Para saber mais sobre o tema e acessar informações detalhadas sobre as PICS no contexto da saúde pública, é possível consultar o Portal do Ministério da Saúde.
Cenário Internacional e Lançamentos no Congresso Mundial
Os novos números e o panorama geral das PICS no Brasil serão oficialmente apresentados pelo Ministério da Saúde a lideranças, à comunidade acadêmica e a profissionais de saúde de 67 países. Esta apresentação ocorrerá durante o 3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa, agendado para os dias 15 a 18 de outubro, no Riocentro, Rio de Janeiro.
Durante o congresso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também apresentará a Estratégia Global de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa 2025-2034. Esta estratégia foi aprovada por seus 170 estados-membros em maio deste ano, durante um evento realizado em Genebra, na Suíça, e delineia os rumos para essas práticas globalmente.
O evento no Rio de Janeiro será palco para o lançamento de materiais inéditos, desenvolvidos pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa, em colaboração com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. Entre os lançamentos, destacam-se o Mapa das Evidências da Efetividade Clínica das Intervenções Baseadas na Natureza e o Mapa de Evidências de Pediatria Integrativa.
Essas ferramentas, que sintetizam milhares de revisões científicas internacionais, já são empregadas pelo Ministério da Saúde como suporte na condução da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, conforme informações do governo. Outro marco importante será o pré-lançamento da Biblioteca Global de Medicina Tradicional da Organização Mundial da Saúde, que já conta com mais de 1,7 milhão de publicações indexadas na área e oferece acesso livre a pesquisadores e ao público geral.
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Em suma, a expansão das PICS no SUS representa um avanço significativo na oferta de saúde integral à população brasileira, com números crescentes de atendimentos e uma rede de profissionais em constante qualificação. A relevância dessas práticas será ainda mais debatida e consolidada em eventos internacionais, reforçando o compromisso do Brasil com a medicina integrativa. Para se manter atualizado sobre os avanços na saúde e em outras áreas relevantes, continue acompanhando as publicações em nossa editoria de notícias.
Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil