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Ações Tenda (TEND3) Recuam Após Frustração no 3T25

Economia

As ações Tenda (TEND3) registraram um recuo significativo nesta quinta-feira, dia 9 de novembro de 2025, com os investidores repercutindo os dados operacionais da construtora referentes ao terceiro trimestre do mesmo ano, divulgados na véspera. O papel da companhia, que já havia dobrado de valor ao longo do ano, experimentou uma desvalorização de 4,18%, fechando o pregão a R$ 23,39. Este movimento de correção é percebido como natural após um período de meses de alta e o rompimento de topos históricos.

A XP Investimentos, em sua análise, considerou os dados operacionais da Tenda no 3T25 como neutros a ligeiramente negativos. A expectativa do mercado para lançamentos era mais elevada do que o registrado, apesar de as vendas líquidas terem mostrado um crescimento positivo na comparação anual, excluindo as unidades do programa “Pode Entrar”. A corretora sugere que essa defasagem pode ter sido influenciada pelo adiamento estratégico de alguns projetos para o quarto trimestre de 2025, o que contribuiu para a reação negativa inicial do mercado.

Ações Tenda (TEND3) Recuam Após Frustração no 3T25

Por outro lado, o BBI avaliou os resultados da Tenda (TEND3) como neutros em relação à tese de investimento de longo prazo. A casa destacou o crescimento anual de 15% nas vendas, desconsiderando o impacto do programa “Pode Entrar”. Em termos de Vendas Sobre Oferta (VSO), a subsidiária Alea demonstrou um avanço notável, atingindo 35%, enquanto a VSO da Tenda principal recuou para 26,6%, atribuído a bases de comparação mais desafiadoras. As transferências bancárias, um indicador crucial de geração de caixa, continuaram em ascensão, totalizando R$ 1,1 bilhão. Contudo, os distratos de vendas aumentaram para 12,8% das vendas brutas, impulsionados, em grande parte, pelas operações da Alea.

A perspectiva do Itaú BBA convergiu para uma avaliação de resultados operacionais “em linha” no terceiro trimestre. Para o banco, os lançamentos e as vendas líquidas apresentaram-se ligeiramente abaixo das expectativas, principalmente porque alguns projetos presenciais da Tenda, inicialmente previstos para o período, foram postergados para o 4T25. No entanto, o Itaú BBA ressaltou o crescimento considerável na transferência de recebíveis para bancos em comparação com o ano anterior, um ponto que atenua as preocupações com a liquidez da empresa.

Apesar da visão predominante entre neutra e ligeiramente negativa por parte de alguns analistas, a XP Investimentos mantém um olhar otimista para o futuro próximo. A solidez do desempenho de vendas da Tenda, com novos lançamentos e uma VSO resiliente na base trimestral, sinaliza uma demanda forte e contínua. Essa resiliência é um indicativo de que a aceleração das vendas pode se concretizar no 4T25, especialmente com o esperado aumento no volume de lançamentos. O setor da construção civil e o dinamismo do mercado imobiliário nacional, conforme relatórios especializados, seguem influenciando o desempenho de construtoras de grande porte, como a Tenda. Para mais detalhes sobre o panorama do setor, consulte fontes confiáveis como o Valor Econômico.

A Genial Investimentos, por sua vez, destacou um aspecto positivo relevante: o aumento significativo de 8% no preço médio dos lançamentos. Esse crescimento é notável, pois ocorreu após um período de quase dois anos de estabilidade nos preços, indicando uma possível melhora nas margens futuras. A análise da Genial também aponta que a Tenda está no caminho para atingir o guidance indicado para o ano, em particular com sua subsidiária Alea, que pode alcançar o limite inferior do guidance apenas com o reconhecimento dos projetos no Rio Grande do Sul, assinados em julho, mas com reconhecimento previsto para os próximos meses.

Contudo, os lançamentos abaixo da expectativa no segmento Tenda principal impõem uma exigência considerável para o 4T25. Para alcançar o limite inferior do guidance, a companhia precisará manter o volume de vendas obtido no trimestre anterior e aumentá-lo em aproximadamente 20% para atingir o limite superior. Analistas da Genial sugerem que isso exigirá um foco intensivo no 4T25 nas vendas de estoques e, muito provavelmente, em um aumento da VSO. Embora não considerem impossível atingir o meio do guidance, acreditam que o mercado esperava uma folga mais confortável após os resultados deste trimestre, o que contribuiu para a reação vista na prévia.

O BBI reforça sua recomendação de compra para as ações da Tenda, estabelecendo um preço-alvo de R$ 30, com a ação sendo negociada a um P/L (Preço sobre Lucro) esperado de 4,6 vezes para 2026. A casa de investimentos sugere que, caso a Tenda mantenha seu impulso de ganhos e se estabeleça como um “case de qualidade”, a confiança do mercado tende a aumentar, levando a uma melhoria gradual dos múltiplos e à redução da lacuna de avaliação em relação a concorrentes como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), potencialmente impulsionada por dividendos mais robustos. A equipe do Itaú BBA também reiterou sua recomendação de compra, com um preço-alvo ainda mais ambicioso de R$ 40, sublinhando que a avaliação atual da empresa está “barata demais para ser ignorada”, dada suas perspectivas de valorização.

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Em suma, os resultados operacionais do terceiro trimestre de 2025 da Tenda (TEND3) geraram uma reação mista no mercado, com a queda das ações refletindo as expectativas não totalmente atendidas em relação aos lançamentos. Contudo, a maioria das casas de investimento mantém uma visão otimista para o futuro da construtora, destacando a demanda resiliente e o potencial de recuperação no próximo trimestre. Para mais análises sobre o setor de construção e outras perspectivas econômicas, continue acompanhando nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Divulgação/Tenda

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