A agenda econômica da segunda-feira apresenta uma série de eventos cruciais para o cenário financeiro nacional e internacional. Entre os pontos de maior relevância, o mercado financeiro aguarda com expectativa a divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central do Brasil, que trará as mais recentes projeções para a economia. Paralelamente, os olhares se voltam para o exterior, onde a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fará um discurso importante em um dia com poucos indicadores significativos nos Estados Unidos, mas que promete movimentar as bolsas europeias e globais.
Este dia específico concentra informações que podem balizar decisões de investimento e as expectativas sobre a política monetária de grandes economias. No Brasil, os dados de inflação e juros são sempre um termômetro vital, enquanto na Europa, a fala de Lagarde pode sinalizar os próximos passos do BCE em relação à estabilidade de preços e ao crescimento econômico da zona do euro. Além disso, outros dados setoriais e agendas políticas complementam o panorama.
Os principais pontos que compõem a
Agenda Econômica Segunda-feira: Focus e Lagarde em Destaque
abrangem desde indicadores de aluguéis e comércio exterior até importantes pronunciamentos de líderes econômicos e reuniões estratégicas. Essa diversidade de temas reforça a complexidade e a interconexão dos mercados atuais, onde cada anúncio pode reverberar globalmente.
Indicadores Domésticos: Aluguéis e Projeções de Mercado
A jornada econômica brasileira da segunda-feira teve início com a divulgação do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar/FGV) de setembro, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) às 8h. O relatório indicou que o Ivar referente a agosto de 2025 registrou uma leve elevação de 0,28%. A variação acumulada ao longo de 12 meses apresentou uma desaceleração notável, passando de 5,79% em julho de 2025 para 4,08% em agosto do mesmo ano. Em uma análise por capitais, o período entre julho e agosto de 2025 mostrou uma aceleração dos aluguéis em três das quatro cidades monitoradas pelo índice, embora a taxa interanual de aluguel residencial tenha demonstrado um ritmo mais lento em todas as localidades avaliadas.
Pouco depois, às 8h25, o Banco Central (BC) liberou o tão aguardado Boletim Focus, referente à semana que terminou em 3 de outubro. Este documento, que compila as expectativas de economistas de mercado, revelou um novo recuo na mediana das projeções para a inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2025, a estimativa caiu de 4,83% para 4,81%. As previsões para 2026 também apresentaram uma leve baixa, de 4,29% para 4,28%, enquanto a expectativa para 2027 permaneceu estável em 3,90%. No que tange à taxa básica de juros, a Selic, as projeções se mantiveram inalteradas: 15% para o fim de 2025 (pela 14ª semana consecutiva), 12,25% para o fim de 2026 e 10,50% para 2027 (estável pela 33ª semana). As informações foram coletadas até a última sexta-feira, dia 29.
No período da tarde, às 15h, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), divulgou os resultados da balança comercial referentes a setembro. A análise da quarta semana de setembro de 2025 revelou um déficit de US$ 157 milhões, com uma corrente de comércio totalizando US$ 15,6 bilhões. Este montante foi composto por exportações de US$ 7,7 bilhões e importações de US$ 7,9 bilhões. Considerando o mês completo de setembro, as exportações brasileiras alcançaram US$ 27,6 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 25,5 bilhões, resultando em um saldo positivo de US$ 2,16 bilhões. A corrente de comércio mensal atingiu a marca de US$ 53 bilhões. No acumulado do ano, a balança comercial registra um saldo favorável de US$ 44,972 bilhões, com exportações de US$ 255,206 bilhões e importações de US$ 210,234 bilhões, perfazendo uma corrente de comércio de US$ 465,44 bilhões.
Ainda na esfera do Banco Central, foi anunciado o início da rolagem dos contratos de swap cambial. Essa operação, que visa gerenciar a liquidez e a volatilidade do câmbio, diz respeito aos contratos com vencimento previsto para 3 de novembro de 2025. O BC reservou para si a prerrogativa de ajustar o volume ofertado diariamente, além de ter a flexibilidade de aceitar propostas que não atinjam o montante total da oferta, adaptando-se assim às dinâmicas e demandas do mercado pelo instrumento financeiro.
Cenário Internacional: Palavra de Lagarde e Outras Reuniões
No cenário econômico global, a atenção se voltou para a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que proferiu um discurso aguardado em um evento programado para as 14h, horário de Brasília. As declarações de Lagarde são frequentemente analisadas pelos mercados para captar sinais sobre a política monetária da Zona do Euro, incluindo possíveis movimentos na taxa de juros e outras medidas para controlar a inflação e estimular a economia da região. Seu pronunciamento foi um dos poucos destaques internacionais em uma segunda-feira com menor volume de indicadores nos Estados Unidos.
Imagem: valor.globo.com
Agenda Política: Encontros Nacionais e Internacionais
A agenda política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi movimentada. Pela manhã, às 10h, ele recebeu em Brasília o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Marco Aurélio Marcola, e seu adjunto, Oswaldo Malatesta, para despachos internos. No período da tarde, às 13h, o presidente embarcou em direção a Imperatriz, no Maranhão, para um importante encontro internacional com o presidente da Bolívia, Luís Arce. A visita reforça os laços diplomáticos e econômicos entre os dois países. Posteriormente, às 17h, Lula participou da cerimônia de entrega de 2.837 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), no Residencial Canto da Serra, também em Imperatriz. O retorno do presidente à capital federal foi programado para as 21h20.
No Congresso Nacional, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS tinha agendada para as 16h a oitiva do empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti. Cavalcanti, conhecido por ser ex-sócio do advogado Nelson Wilians, é um dos investigados no âmbito da Operação Sem Desconto, e seu depoimento é considerado chave para as investigações conduzidas pela CPMI sobre possíveis irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social.
Participações de Diretores do Banco Central
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esteve em São Paulo para palestrar no ciclo de debates “O Brasil na visão das lideranças públicas”. O evento, organizado pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, teve início às 10h30, e a presença de Galípolo ressaltou a importância do diálogo entre as autoridades monetárias e a sociedade sobre os rumos econômicos do país. A agenda do Banco Central é sempre acompanhada de perto por investidores e analistas, buscando insights sobre as perspectivas econômicas.
Adicionalmente, outros diretores do Banco Central também tiveram compromissos relevantes. O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, realizou uma reunião com economistas da Porto Seguro Investimentos às 10h, em São Paulo. Em Brasília, a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Izabela Correa, manteve um encontro às 16h com representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), incluindo Suzanna do Carmo Louzada, diretora de Recursos e Entendimento de Acesso à Informação, e Marcelo de Brito Vidal, diretor de Governo Aberto e Transparência. Mais tarde, às 18h, Correa se reuniu com membros da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), como o diretor Iagê Miola e o coordenador-geral de fiscalização, Fabrício Guimarães Madruga Lopes, entre outros. O diretor de Regulação, Gilneu Vivan, por sua vez, teve uma audiência por videoconferência com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), programada para as 17h. Os demais diretores cumpriram suas agendas com despachos internos.
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Em resumo, a agenda econômica da segunda-feira foi repleta de anúncios e encontros que delinearam tanto o cenário doméstico quanto o internacional. Desde as projeções do Boletim Focus e os dados da balança comercial até os discursos de lideranças políticas e monetárias, cada evento contribuiu para o panorama complexo que rege os mercados. Fique por dentro de todas as análises e notícias aprofundadas sobre esses temas e outros assuntos relevantes em nossa editoria de Economia.
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