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Baixa Adesão de Meninos à Vacina do HPV Preocupa SP

Saúde e Bem-estar

O governo do estado de São Paulo manifestou, na última quinta-feira (16), profunda preocupação com a baixa adesão de meninos à vacina do HPV (papilomavírus humano) na faixa etária de 9 a 14 anos. O alerta foi direcionado a pais e responsáveis, enfatizando a importância crucial da imunização para adolescentes. A campanha de vacinação, que se estende por todo o mês de outubro, visa aumentar a cobertura vacinal contra o vírus, que é o principal causador de diversos tipos de câncer.

Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que, neste ano, a cobertura vacinal contra o HPV para o grupo de meninos entre 9 e 14 anos alcançou apenas 67,7%. Este percentual acende um sinal de alerta para as autoridades de saúde pública, que buscam garantir a proteção da população jovem contra os riscos associados ao papilomavírus humano, uma vez que a vacinação é a estratégia mais eficaz para a prevenção.

Baixa Adesão de Meninos à Vacina do HPV Preocupa SP

Em contraste com a situação dos meninos, as meninas na mesma faixa etária (9 a 14 anos) apresentam uma cobertura vacinal superior, registrando 79,8%. Contudo, um olhar mais atento aos dados específicos das garotas de 14 anos de idade mostra um índice ainda mais elevado, com 98,3% já imunizadas. Essa disparidade indica que, enquanto as campanhas para meninas têm surtido um efeito mais positivo na conscientização, a mobilização para a vacinação dos meninos necessita de reforço para que os índices se aproximem.

Os levantamentos do Ministério da Saúde sublinham uma tendência preocupante: pais e responsáveis demonstram maior inclinação em levar as filhas para receberem a vacina contra o HPV, mas essa mesma proatividade nem sempre se reflete na imunização dos filhos. Embora a cobertura vacinal para meninos de 14 anos seja de 75,5%, um número que se aproxima da média para as idades recomendadas, o total para o grupo de 9 a 14 anos permanece significativamente abaixo do ideal, o que pode gerar lacunas na proteção coletiva.

A imunização contra o HPV é reconhecida globalmente como a medida mais segura e eficaz para prevenir uma série de cânceres, entre eles o de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. A abrangência da proteção oferecida pela vacina ressalta a sua importância fundamental para a saúde pública a longo prazo, combatendo doenças graves que impactam milhões de pessoas globalmente e representam um fardo significativo para os sistemas de saúde.

Apesar de o Brasil possuir um programa de imunização vasto e eficiente, a taxa de vacinação ainda não atinge os patamares desejados em todas as parcelas da população. A professora doutora Luisa Lina Villa, chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), pontua que, enquanto a taxa entre as meninas tem apresentado crescimento, com cerca de 80% já tendo recebido ao menos uma dose, entre os meninos esse número é menor, situando-se em aproximadamente 60%. “É essencial continuar informando sobre a eficácia e segurança da vacina para que possamos, com o tempo, reduzir as doenças causadas pelo vírus”, alerta a especialista, reforçando a necessidade de ampliar a conscientização e combater a desinformação.

A Transmissão do HPV e a Importância da Vacinação Precoce

A transmissão do papilomavírus humano ocorre, primordialmente, por via sexual. Por essa razão, a recomendação principal é que a vacina seja administrada antes do início da vida sexual ativa, idealmente na faixa etária entre 9 e 14 anos. Essa estratégia de vacinação precoce maximiza a eficácia do imunizante ao proteger os indivíduos antes de uma possível exposição ao vírus. No entanto, é crucial destacar que a infecção também pode acontecer por meio do contato direto com regiões da pele ou mucosas que estejam infectadas, ampliando a necessidade de prevenção para além das relações sexuais. Para mais informações sobre o HPV e suas formas de prevenção, é possível consultar fontes confiáveis como o Ministério da Saúde, que oferece um vasto material sobre a doença e as campanhas de vacinação.

Baixa Adesão de Meninos à Vacina do HPV Preocupa SP - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Quem Deve Receber a Vacina Contra o HPV

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) estabelece diretrizes claras sobre os grupos prioritários para a vacinação contra o HPV. A imunização é indicada para garantir a máxima proteção e cobertura da população. Os grupos elegíveis incluem:

  • Meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos, que constituem o público-alvo principal das campanhas.
  • Indivíduos de 15 a 19 anos, com cobertura estendida para essa faixa etária até dezembro de 2025, visando recuperar atrasos na vacinação.
  • Pessoas de 9 a 45 anos que apresentem condições clínicas especiais, como portadores de HIV/Aids, indivíduos que passaram por transplantes de órgãos sólidos ou medula óssea, e pacientes oncológicos (considerados imunossuprimidos), que têm maior risco de complicações.
  • Vítimas de abuso sexual, independentemente da faixa etária, devido ao risco aumentado de exposição ao vírus.
  • Pessoas diagnosticadas com papilomatose respiratória recorrente (PRR), uma condição rara causada pelo HPV.

A iniciativa do governo de São Paulo para desmistificar a vacinação e sanar as dúvidas da população é o portal “Vacina 100 Dúvidas”. Essa plataforma digital foi desenvolvida para responder às 100 perguntas mais frequentes buscadas na internet, abordando temas cruciais como potenciais efeitos colaterais, a comprovada eficácia das vacinas, informações sobre doenças imunopreveníveis e os perigos inerentes à falta de imunização. A ferramenta serve como um importante recurso para que a população possa tomar decisões informadas sobre a saúde e a prevenção, contribuindo para o aumento da cobertura vacinal.

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A baixa adesão à vacina do HPV entre os meninos em São Paulo ressalta a urgência de campanhas de conscientização mais efetivas e direcionadas. Garantir a imunização de todos os grupos elegíveis é fundamental para a erradicação de doenças graves, como o câncer, e para a promoção da saúde pública em longo prazo. Convidamos você a continuar acompanhando nossa editoria de Cidades para mais notícias e análises sobre temas relevantes para a população e o bem-estar coletivo.

Crédito da imagem: João Risi/MS

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