A primeira edição do Festival Curicaca, um evento marcante para o cenário de tecnologia e sustentabilidade, chegou ao seu ápice com uma emocionante batalha de startups. Realizado em Brasília, o festival distribuiu um total de R$ 200 mil em premiações, consolidando-se como um impulsionador crucial para a inovação produtiva e o empreendedorismo nacional.
O formato do desafio era direto e instigante: empreendedores subiam ao palco para apresentar, em um limite de três minutos, soluções tecnológicas que visassem resolver problemas produtivos específicos do Brasil. A competição oferecia 20 prêmios individuais de até R$ 15 mil, montante que representa um capital inicial vital para o desenvolvimento e a escalada de novos negócios no setor de tecnologia.
Batalha de Startups no Festival Curicaca Distribui R$ 200 mil
O Festival Curicaca, dedicado à inovação e à indústria verde, foi promovido pelo governo federal em parceria com diversas entidades representativas da indústria brasileira. O evento, que teve sua etapa final neste sábado, 11 de outubro, marcou a estreia de uma iniciativa que promete se tornar referência no calendário de tecnologia e sustentabilidade do país, reunindo mentes brilhantes em busca de soluções disruptivas.
O certame teve início com o lançamento do edital pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em agosto. A ABDI, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, desempenhou um papel fundamental na organização e execução do Curicaca, concebendo o “Desafio Nacional de Inovação” nos moldes de uma batalha de startups — um formato já bastante conhecido e apreciado por jovens empreendedores que buscam capital para suas ideias inovadoras em todo o território nacional.
Ao todo, o Desafio Nacional de Inovação recebeu 350 projetos inscritos, evidenciando o grande potencial e a efervescência do ecossistema de startups brasileiro. Essa alta demanda por participação reflete a necessidade e o interesse em plataformas que não apenas celebrem a tecnologia, mas também ofereçam oportunidades concretas de financiamento e visibilidade para soluções emergentes.
Entre os participantes, destacou-se Antônio Silveira, de 19 anos, um dos mais jovens integrantes de um projeto de extensão. Seu grupo, originário da Faculdade Tecnológica de Pompéia Shunji Nishimura, no interior de São Paulo, transformou uma pesquisa acadêmica em uma promissora startup. Para Silveira, a dinâmica de rodadas de pitching é familiar e essencial para o amadurecimento e a captação de recursos para projetos inovadores.
O grupo de Antônio Silveira, composto por 12 alunos, desenvolveu o projeto “Vigilância Agrícola e Resposta Digital”. Esta iniciativa integra metodologias antigas de captura de pragas com avançadas análises de inteligência artificial. O objetivo é otimizar a distribuição de armadilhas para combater insetos como os tripes, pequenas pragas que causam prejuízos significativos a culturas agrícolas, como o algodão, melhorando a eficiência e a sustentabilidade na agroindústria.
A ideia recebeu um financiamento inicial da própria faculdade e já havia demonstrado seu potencial ao vencer outra importante disputa, o “Desafio de Inovação Holambra Cooperativa”, onde garantiu R$ 15 mil. Esta competição é reconhecida como uma das mais tradicionais em soluções tecnológicas voltadas para o agronegócio, atestando a qualidade e a relevância da proposta da equipe. Segundo Silveira, esse suporte financeiro é fundamental. “Hoje a gente tem um protótipo, mas queremos transformar em um produto comercializável, perseguindo também a patente tecnológica”, afirmou o jovem empreendedor, destacando as ambições futuras do projeto.
O Festival Curicaca, com entrada gratuita, foi realizado entre os dias 7 e 11 de outubro no icônico Estádio Mané Garrincha, também conhecido como Arena BRB. A ABDI concebeu o evento com inspiração em grandes conferências tecnológicas internacionais, buscando criar um ambiente que unisse a promoção da inovação, debates acadêmicos, discussões sobre desafios industriais, questões ambientais e uma rica programação cultural, fomentando um ecossistema completo de conhecimento e desenvolvimento.
Imagem: José Cruz via agenciabrasil.ebc.com.br
Durante os cinco dias do festival, quatro palcos distintos receberam discussões aprofundadas sobre tecnologia, inovação e sustentabilidade, com foco especial na indústria e no desenvolvimento nacional. Os debates foram estruturados em dez trilhas do conhecimento, abordando temas cruciais para o futuro do país:
- Energia renovável e sustentabilidade energética;
- Inovação em saúde e biotecnologia;
- Transformação digital e Indústria 4.0;
- Segurança e defesa tecnológica;
- Indústria verde e economia circular;
- Agroindústria sustentável e agricultura familiar;
- Inovação social e desenvolvimento regional;
- Políticas e regulação;
- Infraestrutura sustentável e mobilidade verde;
- Tecnologia criativa e inclusão digital.
A programação do último dia, sábado, 11 de outubro, incluiu discussões sobre a presença feminina na ciência e inovação, com o tema “mulheres nas deep techs brasileiras”, e uma análise sobre o impacto da desinformação na indústria, intitulada “narrativas que constroem ou desmontam: como a desinformação impacta a indústria e o que fazer diante das fake news?”. À noite, o encerramento cultural foi marcado por um show de Jorge Aragão, em um palco montado no próprio Mané Garrincha, enquanto outras apresentações musicais, com artistas como Dj Marky e bandas como Dead Fish, ocorriam em diversos pontos de Brasília.
O festival representa uma das iniciativas previstas no programa Nova Indústria Brasil (NIB), a política industrial de longo prazo lançada pelo governo federal em 2024. Este programa ambicioso projeta um investimento total de R$ 300 bilhões até o ano de 2026, sinalizando um forte compromisso com a modernização e o crescimento da indústria nacional através da inovação e da sustentabilidade. Você pode saber mais sobre a política industrial de longo prazo do governo no portal oficial.
Ricardo Capelli, presidente da ABDI, descreveu o Festival Curicaca como um esforço coordenado para aproximar a indústria, a inovação, as universidades e os institutos federais. O objetivo, segundo ele, é fortalecer e debater a “indústria do futuro”, uma visão que se distancia da imagem tradicional de chaminés e fumaça, para abraçar conceitos como inovação, biotecnologia e sustentabilidade como pilares do progresso.
Além do investimento estatal direto, o evento contou com o patrocínio da Petrobras, que contribuiu por meio da Lei Rouanet, demonstrando como a colaboração entre o setor público, empresas estatais e mecanismos de incentivo cultural pode viabilizar grandes projetos de desenvolvimento e inovação para o país.
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A batalha de startups no Festival Curicaca não apenas distribuiu prêmios significativos, mas também ressaltou o papel crucial da inovação e da colaboração para o desenvolvimento da indústria nacional, alinhado aos princípios da sustentabilidade. Para acompanhar mais notícias sobre a economia brasileira, inovação e as políticas de desenvolvimento do país, continue navegando em nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: José Cruz/Agência Brasil
