A gestão de pessoas no Banco do Brasil tem se consolidado como um elemento crucial para o alcance da inovação e a sustentabilidade dos resultados. Mariana Dias, que lidera a Diretoria de Cultura e Gestão de Pessoas, detalhou em entrevista exclusiva à Plataforma Melhor RH as metodologias empregadas, como o uso de People Analytics, a aplicação estratégica da inteligência artificial no RH e o avanço das políticas de diversidade, equidade e inclusão. Estas iniciativas são fundamentais para o aumento do engajamento dos colaboradores. Além disso, a promoção da saúde mental no ambiente de trabalho e programas de desenvolvimento contínuo, como a UniBB, representam prioridades que visam conectar o bem-estar dos funcionários à alta performance organizacional.
Dias ressaltou a constante aprendizagem sobre as dinâmicas humanas e a importância de reconhecer as próprias limitações. A diretora enfatizou que a posição de liderança não implica ter todas as respostas, mas sim reforça a necessidade de uma escuta ativa e uma colaboração contínua. Segundo ela, a legitimidade é construída através de resultados consistentes, que emergem de uma visão estratégica, pensamento crítico e um progresso ininterrupto. A filosofia de “pequenas revoluções diárias” guia a equipe em sua jornada rumo à consistência e sustentabilidade.
BB: Gestão de Pessoas impulsiona inovação e bem-estar
A instrumentalização e fortalecimento do assessoramento regional, com seus BPs (Business Partners), são vitais para a execução da estratégia de gestão de pessoas, dada a proximidade e o conhecimento das especificidades locais. Adicionalmente, foi estabelecido um núcleo de atendimento ao funcionário, conhecido como Gepes Atendimento, que desempenha um papel fundamental no acolhimento, aconselhamento e suporte aos colegas. Este serviço foi concebido sob a premissa de um modelo híbrido “humano + digital”, oferecendo um robusto ferramental de autosserviço para dúvidas rotineiras de RH, complementado por atendimento personalizado (telefônico, presencial ou remoto) para casos mais sensíveis. Em seu primeiro ano, a Gepes Atendimento registrou mais de 60 mil interações, com um feedback extremamente positivo dos usuários.
Nos últimos dois anos, a tecnologia transformou o setor de Recursos Humanos, automatizando processos que anteriormente eram manuais. Plataformas digitais otimizaram o tempo de resposta para demandas internas, agilizaram processos seletivos, facilitaram o onboarding remoto, expandiram as opções de treinamentos virtuais e aprimoraram programas de reconhecimento. No Banco do Brasil, o próprio sistema foi configurado para buscar a inclusão de grupos sub-representados, fomentando um ambiente mais inclusivo e equânime. A automação também tornou a rotina menos burocrática, permitindo que as equipes de RH dediquem mais tempo a atividades estratégicas que geram valor. Um exemplo prático é a validação automática do ponto eletrônico, um processo que antes demandava tempo dos líderes.
A integração de sistemas centralizou informações e aumentou a precisão dos dados, fortalecendo a tomada de decisões baseada em evidências reais. Isso se aplica tanto ao desenvolvimento de carreira quanto à ampliação do engajamento do corpo funcional. A inteligência artificial (IA) tem se revelado uma ferramenta poderosa para o RH, atuando de forma complementar. Algoritmos avançados permitem analisar vastos volumes de dados, identificar padrões e prever tendências comportamentais, subsidiando decisões baseadas em dados e possibilitando ações personalizadas que promovem engajamento e bem-estar.
Contudo, decisões que exigem sensibilidade, ética e empatia permanecem no domínio humano. Enquanto a IA pode auxiliar na sugestão de trilhas de desenvolvimento ou no monitoramento de indicadores, a escuta ativa, o aconselhamento e a condução de conversas complexas são atribuições inerentes ao profissional de RH. O Banco do Brasil utiliza uma ferramenta que compila indicadores de resultados e gestão de pessoas, oferecendo uma análise detalhada sobre os pontos fortes e de aprimoramento dos líderes. Essa solução identifica aspectos críticos de liderança, mas é a análise criteriosa da equipe de Gestão de Pessoas que transforma esses dados em ações para impactar a cultura e o comportamento em todas as dependências do banco.
O equilíbrio entre tecnologia e humanização é essencial. O sucesso da integração tecnológica no RH reside na colaboração, onde a IA otimiza a eficiência e o toque humano assegura a cultura e o bem-estar dos colaboradores. A IA, portanto, atua como uma aliada estratégica, permitindo que os profissionais de RH se concentrem no que é mais importante: as pessoas. Em um caso prático, o uso de ferramentas como o Copilot gerou uma eficiência de 784% nos processos, demonstrando o potencial da IA como aliada, mas nunca como substituta do olhar humano.
People Analytics e a transformação do Banco do Brasil
O People Analytics representa a capacidade de converter dados em decisões inteligentes, visando a criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, produtivos e inovadores. O acompanhamento dessas métricas permite que o RH atue de forma mais estratégica, antecipando tendências e desenvolvendo soluções alinhadas à evolução do Banco do Brasil e às demandas do futuro do trabalho. Um exemplo do sucesso dessa abordagem é o crescimento consistente do índice de engajamento dos colaboradores, que reflete, entre outros aspectos, a satisfação interna. A diversidade também é um valor primordial para o BB, e a IA é utilizada para promover a inclusão de grupos sub-representados, contribuindo para o avanço das políticas inclusivas e resultados das ações afirmativas.
Em síntese, a aplicação do People Analytics vai além da simples medição de indicadores; ela se concentra em resolver desafios reais do negócio e em aprimorar o ambiente de trabalho para todos. Em um cenário de constantes transformações no mercado de trabalho, o Banco do Brasil tem adotado estratégias que combinam escuta ativa, análise de dados e desenvolvimento de lideranças, buscando construir ambientes mais saudáveis, produtivos e alinhados às expectativas dos funcionários.
Um dos pilares dessa abordagem são as pesquisas estratégicas de gestão de pessoas, como a pesquisa de engajamento, e-NPS e l-NPS. Essas ferramentas são cruciais para avaliar a experiência dos funcionários e suas lideranças, identificando pontos fortes e áreas de melhoria, e fortalecendo a conexão entre equipes e gestores. Os resultados são compartilhados com as áreas por meio de apresentações direcionadas, possibilitando o desenvolvimento de ações específicas e contextualizadas. Para aumentar a efetividade dessas iniciativas, ações de mitigação estão em curso, incluindo workshops de feedback para gerentes, reforço na atuação das Gerências Regionais de Gestão de Pessoas e jornadas de liderança focadas em competências de gestão de equipes.
A diversidade é um valor institucionalmente reconhecido no BB, manifestado por meio de diversas ações de inclusão. Há grupos auto-organizados de múltiplos marcadores sociais (gênero, raça, gerações, PCD e LGBTQIAPN+), que promovem debates e possuem representantes eleitos pelo funcionalismo para compartilhar suas questões. Isso ocorre em fóruns regionais de diversidade, equidade e inclusão, proporcionando um ambiente rico para a construção de propostas baseadas na escuta genuína dos grupos de interesse. A cultura organizacional centenária do Banco do Brasil se sustenta em pilares como Integridade, Proximidade e Compromisso social, mas também enfrenta o desafio contínuo de adaptação a um mundo em rápida transformação, que exige agilidade, inovação e inclusão. Equilibrar a manutenção dos valores únicos com a capacidade de reinventar-se é um desafio constante, que exige diálogo, metodologia, escuta ativa e coragem para superar resistências.
Os investimentos em diagnósticos, escuta de equipes, programas de liderança e ações de engajamento visam promover o senso de pertencimento e colaboração. Barreiras como a burocracia, silos organizacionais e diferentes percepções geracionais e regionais ainda precisam ser superadas. Adaptar a cultura às novas demandas é um processo contínuo que demanda flexibilidade, abertura ao novo e respeito à trajetória. O maior desafio é sustentar uma cultura viva, capaz de honrar o passado e abraçar o futuro, garantindo que cada funcionário se sinta parte dessa construção. No BB, a transformação acontece de forma coletiva, com coragem para mudar e maturidade para preservar o que é essencial, buscando ser um banco relevante, inovador e humano.
A UniBB: Desenvolvimento e Retenção de Talentos
A proposta de valor do Banco do Brasil aos funcionários se baseia em oferecer uma vida de oportunidades, o que é um atrativo para talentos. Com uma porta de entrada única via concurso público, o banco permite que os aprovados construam carreiras diversas, com múltiplas possibilidades de formação e desenvolvimento contínuo desde o primeiro dia de trabalho. A última edição do concurso, por exemplo, teve uma seleção exclusiva para a carreira de TI, com uma comunicação robusta e direcionada a estudantes da área, atraindo cerca de 3 mil novos colaboradores. Além disso, o BB oferece excelentes benefícios que cuidam da saúde e bem-estar do funcionário de forma integrada e adaptada a cada fase da vida. Como banco público de economia mista, o BB proporciona um impacto perceptível na vida de clientes, funcionários e na sociedade, o que contribui para um baixo turnover de aproximadamente 2%, significativamente menor que a média do mercado, justificado pela vida de oportunidades oferecida.
Com mais de duas décadas de atuação, a UniBB, a universidade corporativa do Banco do Brasil, capacitou milhões de funcionários, consolidando-se como uma das mais premiadas do país (eleita 4 vezes como a melhor universidade corporativa do mundo). Seu legado reside na transformação de talentos em líderes preparados para os desafios do setor financeiro. A UniBB, parte da Diretoria de Cultura e Gestão de Pessoas, atua com educação corporativa desde 1965 e como universidade corporativa desde 2002. Ela desenvolve talentos em linha com a estratégia corporativa do Banco do Brasil, contribuindo para os objetivos estratégicos e apoiando a evolução da empresa com foco em inovação e resultados sustentáveis.
Os pilares da UniBB incluem a gestão compartilhada da carreira, onde o profissional é protagonista; o modelo de Gestão por Competências; a metodologia de aprendizagem 70:20:10; uma cultura de Aprendizagem Contínua; e valores como Excelência, Foco no Cliente, Inovação, Cuidado com as Pessoas, Diversidade, Equidade, Inclusão, Ética e Transparência. Seus programas educacionais são estruturados em três direcionadores estratégicos: Pessoas (foco na experiência do usuário e soluções personalizadas), Valor para o Negócio (alinhamento com resultados estratégicos) e Pensar Digital (uso de tecnologias de ponta, como mais de 1.200 cursos online, aplicativos móveis e ambientes virtuais de aprendizagem). O alinhamento das ações de capacitação com os objetivos estratégicos do BB gera valor para o cliente e a sociedade, e resultados sustentáveis. A UniBB oferece uma vasta gama de soluções, como programas de formação técnica, desenvolvimento de liderança e competências comportamentais, além de educação continuada com bolsas de estudo e certificações. Seu legado é a consolidação de uma cultura de aprendizagem contínua, diversidade e inovação.
Para redesenhar planos de carreira e torná-los mais flexíveis, o BB adota uma abordagem que vê a carreira como um ecossistema de desenvolvimento fluido e inteligente, adaptado às aspirações individuais e necessidades da empresa. Isso inclui diversificar as oportunidades de crescimento, com promoções verticais, movimentos laterais e programas de mentoria para desenvolvimento de novas habilidades. O desenvolvimento contínuo é integrado ao dia a dia, com identificação de lacunas e recomendações personalizadas. Líderes atuam como mentores, utilizando dados para conversas estratégicas sobre carreira, construindo uma organização ágil e adaptável às prioridades do mercado. Para mais informações sobre People Analytics, a prática de transformar dados em decisões estratégicas, você pode consultar fontes como a Society for Human Resource Management (SHRM).
Diversidade e Saúde Mental: Pilares Essenciais
A diversidade é um valor central do BB, integrada à sua Estratégia Corporativa, pois se acredita que equipes diversas potencializam inovação, criatividade e resultados. O Banco do Brasil busca ser um exemplo para a sociedade, promovendo a Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) através de compromissos públicos e indicadores mensuráveis. Estes incluem adesão ao Pacto Global da ONU (Elas Lideram e Raça é Prioridade), protocolos com ministérios, listagem no Índice Idiversa B3, e engajamento em iniciativas empresariais de promoção da diversidade. Internamente, a Agenda 30 e o Plano Diretor do BB reforçam esses compromissos.
Entre as ações concretas, destacam-se programas de aceleração de carreira para mulheres e pessoas pretas, que têm gerado experiências positivas de transformação para gestores, participantes e facilitadores. Em agosto, uma mudança significativa nos instrumentos de recrutamento de talentos introduziu ações afirmativas para mulheres, negros, indígenas e pessoas com deficiência. O programa de Saúde Mental do BB, um importante aliado no cuidado integral do funcionário, aborda a saúde social através da construção de relações de confiança e segurança psicológica, com foco na prevenção e promoção de hábitos saudáveis, rodas de conversa e recursos para autoconhecimento, como terapia.
A amplificação da voz da Gestão de Cultura e Pessoas legitima sua responsabilidade como guardiã da equidade salarial e de oportunidades. A premissa é alinhar-se aos objetivos estratégicos da empresa, atuando como parceira estratégica e facilitadora. Diante das contínuas transformações, o setor busca ser protagonista no desenvolvimento, capacitação e promoção de uma cultura forte, capaz de guiar o banco pelos próximos 200 anos. A equidade salarial e a igualdade são consequência de uma estratégia que prioriza o cuidado com as pessoas, com diretrizes que empregam disciplina na execução das políticas de pessoas, diversidade, equidade e inclusão.
O programa de saúde mental do BB é estruturado em três níveis de atenção (primária, secundária e terciária) e cinco pilares: hábitos saudáveis, educação, ergonomia, cuidado integral e apoio psicológico. Na capacitação e letramento, mais de 690 mil conteúdos foram consumidos em diversas trilhas de aprendizado sobre o assunto, desmistificando o tema. Na dimensão de hábitos saudáveis, mais de 31 mil funcionários estão ativos em plataformas de atividade física e bem-estar, e foram realizadas mais de 45 mil sessões de terapia em 2025. Consultorias de ergonomia também são realizadas pelos SESMT, com avaliação positiva. Esses números demonstram a alta aderência às iniciativas do programa, que é aprimorado anualmente com novas parcerias e feedback dos funcionários. O tema ganhou força, especialmente durante a pandemia, e as ferramentas de apoio se fortaleceram, embora ainda existam tabus a serem superados com letramento, capacitação e diálogo.
O mundo corporativo exige que líderes se reinventem diariamente diante de transformações digitais, diversidade e sustentabilidade. Nos próximos cinco anos, a Mentalidade Digital e a Visão Estratégica serão competências essenciais, exigindo a integração da tecnologia à estratégia de negócios, o uso de dados e IA para decisões assertivas, e a capacidade de antecipar tendências. A Adaptabilidade para lidar com a dinamicidade do mundo, o Compromisso com a Sustentabilidade e, fundamentalmente, uma Liderança Humanizada são cruciais. Líderes precisam ouvir, compreender, criar ambientes seguros para inovação e crescimento, investir no desenvolvimento da equipe, promover diversidade e inclusão, garantindo bem-estar e engajamento. O Banco do Brasil busca ser cada vez mais sustentável, diverso, inclusivo e colaborativo, rompendo padrões, estimulando a curiosidade e investindo nas relações humanas como base para sua perenidade.
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As estratégias de gestão de pessoas do Banco do Brasil, com foco em tecnologia, bem-estar e inclusão, demonstram um compromisso com o futuro do trabalho e o desenvolvimento de seus colaboradores. Para continuar acompanhando as tendências e análises aprofundadas sobre o futuro da gestão de talentos no setor financeiro, explore nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Melhor RH
