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BC: Picchetti Afirma Desaceleração e Política Monetária Eficaz

Economia

A Política Monetária BC está surtindo o efeito desejado, com a atividade econômica brasileira apresentando uma desaceleração conforme o esperado. Essa foi a avaliação de Paulo Picchetti, diretor de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos do Banco Central do Brasil, durante sua participação em um evento promovido pelo J.P. Morgan, realizado em Washington, nos Estados Unidos. A declaração reforça a visão da autoridade monetária sobre os rumos da economia nacional, indicando que as medidas implementadas estão alçando os resultados planejados.

As observações de Picchetti vêm em um momento crucial para a economia brasileira, que tem lidado com desafios inflacionários persistentes. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em um patamar elevado de 15% ao ano. Essa decisão, fundamental para a condução da política monetária, reflete a postura vigilante do colegiado. O Copom continua a monitorar de perto o cenário inflacionário e avalia constantemente se o atual nível de juros, mantido por um período considerável, será suficiente para convergir a inflação para a meta estabelecida de 3%. A Selic alta tem o objetivo de desaquecer a economia, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo e o investimento, buscando assim frear a alta dos preços.

Durante sua apresentação na capital norte-americana, o diretor do Banco Central aprofundou as análises sobre o cenário macroeconômico do país. A discussão em torno da

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centrou-se na análise de indicadores recentes que corroboram a tese de arrefecimento. Picchetti destacou que os dados mais recentes do setor de serviços já indicam sinais claros de uma desaceleração, refletindo a resposta gradual da economia às condições monetárias mais restritivas. Além disso, ele fez comentários pertinentes sobre os resultados recém-divulgados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), frequentemente utilizado como um indicador antecedente do Produto Interno Bruto (PIB) e uma métrica importante para avaliar o desempenho da economia, registrou uma queda de 0,53% em julho na comparação com o mês imediatamente anterior. Segundo o diretor Picchetti, essa retração não é isolada e demonstra uma amplitude no desaquecimento. “O que vemos nas aberturas [do IBC-Br], de acordo com a última leitura, é que há uma desaceleração acontecendo em basicamente todos os componentes”, afirmou o executivo do BC, ressaltando a abrangência do movimento de arrefecimento da atividade. Esta desaceleração, portanto, é interpretada pela autoridade monetária como um sinal de que as medidas de política monetária estão produzindo os efeitos esperados na contenção da demanda e, consequentemente, da inflação.

Apesar da evidente desaceleração, Picchetti fez questão de diferenciar o cenário atual de uma potencial recessão. O diretor do Banco Central manifestou que o cenário-base da instituição é de um arrefecimento da atividade econômica, mas não a ponto de mergulhar a economia em uma recessão. “Quando se trata das preocupações que vimos em termos de se a atividade está a prestar a colapsar, um medo de recessão, de qual é o cenário-base do Banco Central de agora em diante, eu destacaria que o cenário-base é uma desaceleração de atividade, mas não ao ponto de levar a economia a uma recessão”, enfatizou. Ele reiterou sua descrença em um quadro recessivo para o país, afastando temores mais graves.

Paulo Picchetti aproveitou a oportunidade para expressar sua ressalva em relação à definição “técnica” de recessão, comumente caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto. “A razão pela qual eu não gosto da definição de recessão técnica é que você pode ter dois trimestres com queda de 0,1%, muito concentrada em uma atividade, já tivemos isso e isso não se encaixa na definição regular de recessão. A recessão é uma desaceleração no nível geral de atividade”, explicou. Para o diretor, uma verdadeira recessão implicaria uma contração mais generalizada e profunda da economia, não apenas flutuações pontuais ou setoriais que podem distorcer a percepção do cenário macroeconômico.

BC: Picchetti Afirma Desaceleração e Política Monetária Eficaz - Imagem do artigo original

Imagem: valor.globo.com

Um dos pilares da política monetária do Banco Central é a sua transmissão para o mercado de crédito, e Picchetti confirmou que este mecanismo está operando conforme o previsto. O diretor pontuou que o volume de concessões de crédito tem apresentado uma trajetória de queda, enquanto as taxas de juros, por sua vez, registram elevação. Esse comportamento do mercado de crédito é um reflexo direto do ajuste monetário, visando conter o ímpeto inflacionário ao encarecer o acesso ao dinheiro e, consequentemente, desestimular o consumo e o investimento excessivos. A redução do crédito disponível e seu custo mais elevado são ferramentas essenciais para a moderação da atividade econômica.

A atuação do Banco Central, por meio da política monetária, é um tema de constante debate e análise. Para compreender melhor como a política monetária atua e seus impactos na economia, informações adicionais e detalhadas podem ser consultadas no site oficial do Banco Central do Brasil, uma fonte de alta autoridade sobre o tema, que oferece relatórios e comunicados oficiais.

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Diante do cenário de desaceleração controlada e da eficácia percebida da política monetária do BC, as declarações de Paulo Picchetti oferecem um panorama claro das expectativas da autoridade monetária para os próximos meses. A vigilância sobre a inflação e a meta de juros seguem como pontos cruciais para a estabilidade econômica do país. Para continuar acompanhando as principais notícias e análises sobre o panorama econômico e financeiro do país, explore nossa seção de Economia e mantenha-se informado sobre os desdobramentos que impactam seu dia a dia.

Crédito da imagem: Julia Nikhinson/Bloomberg

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