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Casos de intoxicação por metanol chegam a 17 no país

Saúde e Bem-estar

O Brasil registra um total de 17 casos confirmados de intoxicação por metanol, desencadeados pelo consumo de bebidas alcoólicas. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, que reportou ter recebido 217 notificações relacionadas a esta condição. Desse universo, enquanto 17 ocorrências foram categorizadas como confirmadas, outras 200 ainda permanecem sob investigação em diversas regiões do país.

O boletim mais recente, detalhando a atualização dos casos e o progresso das investigações, foi publicizado pela pasta federal na noite da última segunda-feira, 6 de outubro de 2025. Os dados apontam para uma concentração notável de incidentes em determinados estados, evidenciando a urgência e a amplitude da resposta governamental.

O estado de São Paulo se destaca como o epicentro da situação, contabilizando 82,49% das notificações gerais. Nele, foram confirmados 15 casos de contaminação por metanol, e outras 164 situações seguem em processo de apuração. A gravidade da situação no estado reforça a necessidade de ações coordenadas e eficientes para conter a propagação e tratar os afetados.

Casos de intoxicação por metanol chegam a 17 no país

Além de São Paulo, o Paraná é outro estado que apresenta casos confirmados, com duas ocorrências. No mesmo estado do Sul, quatro investigações adicionais estão em andamento, indicando que a problemática não se restringe a uma única região, mas representa um desafio de saúde pública com alcance mais amplo.

A abrangência das investigações estende-se por mais 12 unidades da federação, onde casos suspeitos estão sendo analisados. Esses estados incluem Acre (1 notificação), Ceará (3), Espírito Santo (1), Goiás (3), Minas Gerais (1), Mato Grosso do Sul (5), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (3), Rio de Janeiro (1), Rondônia (1) e Rio Grande do Sul (2), somando um esforço nacional para identificar e quantificar a extensão do problema.

No que tange às fatalidades, o Ministério da Saúde informou que duas mortes foram registradas em São Paulo. Adicionalmente, 12 óbitos permanecem sob investigação em diversos estados, sendo um caso no Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará. Esses números sublinham a seriedade e o potencial letal da intoxicação por metanol.

Ações do Governo e Apoio Laboratorial

Em coletiva de imprensa realizada na mesma data, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou o compromisso do governo federal em prestar assistência ao estado de São Paulo. O objetivo é acelerar o processo de confirmação dos casos de contaminação por metanol resultantes da ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas.

Conforme declarado pelo ministro, dois laboratórios de alta capacidade serão designados como referência nacional para a realização dos exames necessários. Trata-se de uma parceria estratégica com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), visando descentralizar e agilizar o diagnóstico.

A colaboração formal com a Unicamp é um passo significativo, dada a estrutura robusta do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da universidade. Este centro possui a capacidade de processar aproximadamente 190 exames por dia, o que representa um avanço crucial na identificação rápida dos casos.

Padilha ressaltou que a Unicamp desempenhará um papel fundamental na elucidação dos casos em São Paulo, onde se concentra a “brutal concentração” de ocorrências. Além disso, a estrutura da Unicamp poderá servir como referência para outros estados que necessitem de apoio técnico para confirmar ou descartar casos de intoxicação por metanol.

Casos de intoxicação por metanol chegam a 17 no país - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Complementando essa rede de apoio, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, também disponibilizará um laboratório. Esta iniciativa visa oferecer suporte não apenas a São Paulo, mas também a outras unidades federativas que enfrentem dificuldades na detecção do metanol e na subsequente confirmação dos diagnósticos.

Com o propósito de otimizar a velocidade dos diagnósticos, o ministro Padilha emitiu uma recomendação expressa: profissionais de saúde devem notificar cada suspeita de intoxicação prontamente. Ele enfatizou que “não tem que esperar a confirmação do caso para começar o tratamento”, sublinhando a importância da intervenção precoce.

Estratégia de Antídotos para Intoxicação por Metanol

Em um comunicado anterior, no sábado, 4 de outubro, o Ministério da Saúde havia anunciado a aquisição de um reforço substancial nos estoques estratégicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram adquiridas 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, ambos utilizados como antídotos em situações de intoxicação por metanol devido ao consumo de bebidas adulteradas.

O ministro Padilha informou que o Fomepizol, um dos antídotos de suma importância, tem previsão de chegada para esta semana. Uma vez disponível, o medicamento será distribuído e concentrado nos centros de referência de cada estado. “A gente está garantindo um grande estoque estratégico por precaução”, afirmou o ministro, reforçando a postura preventiva do governo.

Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, tanto o etanol quanto o fomepizol podem ser administrados em casos de mera suspeita de intoxicação. Contudo, o governo federal alerta para a necessidade de que a utilização desses medicamentos seja realizada exclusivamente sob prescrição e acompanhamento médico rigoroso, devido à complexidade do tratamento.

A aquisição das 2,5 mil doses do fomepizol foi viabilizada por meio de uma parceria estratégica com o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A negociação envolveu um fabricante sediado no Japão, que mantém estoques do antídoto nos Estados Unidos, garantindo a disponibilidade em tempo hábil para o Brasil.

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A situação de intoxicação por metanol no Brasil, com 17 casos confirmados e centenas em investigação, ressalta a importância da vigilância sanitária e da rápida resposta em saúde pública. O Ministério da Saúde e seus parceiros continuam empenhados em diagnosticar, tratar e conter este surto, garantindo a segurança da população. Para mais informações sobre as ações do governo e políticas de saúde, continue acompanhando nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Robson Valverde / SES-SC

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