rss featured 869 1759831852

China amplia domínio na carne brasileira, EUA perdem fatia

Economia

A China amplia domínio na carne brasileira, consolidando-se como o principal destino da exportação de carnes do Brasil. Este avanço, especialmente notável em setembro, ocorreu em detrimento de outros mercados, com os Estados Unidos registrando uma queda significativa em sua participação após a implementação de tarifas. O movimento reconfigura o panorama das vendas externas brasileiras de produtos cárneos, acentuando a dependência do mercado asiático.

Historicamente, a China já era um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, especialmente na aquisição de soja e minério de ferro. Agora, essa posição de destaque se estende ao setor de carnes. No acumulado de 2024, o país asiático absorveu 51,3% da carne bovina – fresca, refrigerada ou congelada – exportada pelo Brasil. Os Estados Unidos, embora ainda figurassem como o segundo maior comprador, representaram apenas 8,1% desses embarques.

China amplia domínio na carne brasileira, EUA perdem fatia

A análise dos dados acumulados de janeiro a setembro deste ano corrobora a tendência, mostrando a China na liderança absoluta com uma participação de 52,9% no ranking de compradores de carne bovina brasileira. Os EUA mantiveram a segunda posição, com 8,3% da fatia, enquanto o México figurou em terceiro, respondendo por 4,5% do total. Contudo, o cenário de setembro de 2024 apresentou uma mudança ainda mais drástica, impulsionada pelo que se denominou de “tarifaço”, deslocando importantes volumes de vendas antes destinados aos americanos.

De acordo com informações detalhadas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), a participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras de carne bovina fresca, resfriada ou congelada sofreu uma retração acentuada. Em setembro de 2024, a fatia americana era de 8,9%; no mesmo mês do ano corrente, esse percentual despencou para 2,4%. Paralelamente, a China elevou sua participação de 52,9% para impressionantes 59,5% no mesmo período comparativo, evidenciando que a parcela de mercado perdida pelos americanos foi, em grande parte, absorvida pelos chineses.

Essa reconfiguração elevou o México à posição de segundo maior destino da carne bovina brasileira em setembro, com uma fatia de 4,2%, um aumento considerável em relação aos 2% registrados em setembro de 2024. A dinâmica de valores também espelha essa movimentação. As vendas de carnes para a China em setembro totalizaram US$ 1,1 bilhão, representando uma alta expressiva de 75,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Para o México, os embarques de carne brasileira aceleraram de forma ainda mais acentuada, com um crescimento de 220,9%, embora o valor total da exportação tenha sido consideravelmente menor, alcançando US$ 73,4 milhões. Em contrapartida, as exportações para os Estados Unidos somaram apenas US$ 42,2 milhões em setembro, registrando uma queda de 58% em relação a setembro de 2024, confirmando o impacto direto das tarifas.

China amplia domínio na carne brasileira, EUA perdem fatia - Imagem do artigo original

Imagem: Silvia Costanti via valor.globo.com

O crescimento do mercado chinês para a carne brasileira ocorreu em um período de expansão geral das exportações do setor. Em setembro, as exportações totais de carnes bovinas pelo Brasil atingiram US$ 1,8 bilhão, um aumento de 55,6% comparado ao mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os embarques alcançaram US$ 11,4 bilhões, registrando um aumento de 37,3% em relação ao período equivalente do ano anterior. Esses dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) sublinham a crescente demanda global pela carne brasileira, mesmo com as significativas alterações nos mercados de destino.

A dependência cada vez maior do Brasil em relação ao mercado chinês para a exportação de carnes, especialmente bovina, indica uma estratégia de diversificação de mercados que se mostra desafiadora diante de cenários tarifários. O enfraquecimento da demanda americana, embora compensado pelo volume chinês e pelo crescimento de outros mercados como o mexicano, aponta para a necessidade de monitoramento contínuo das políticas comerciais globais e seus reflexos no agronegócio nacional.

Confira também: Investir em Imóveis na Região dos Lagos

Em suma, a dinâmica das exportações de carne bovina brasileira em 2024 revela uma consolidação da China como principal comprador, impulsionada em parte pela diminuição da demanda dos Estados Unidos após a aplicação de tarifas. Para continuar acompanhando de perto as transformações no mercado global e as análises do setor econômico, explore mais notícias sobre economia e comércio em nossa editoria de Economia.

Crédito da Imagem: Divulgação

Deixe um comentário