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Dólar Dispara para R$ 5,50 em Meio a Tensões EUA-China

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A cotação do dólar disparou para R$ 5,50 nesta sexta-feira (10), superando um patamar não visto desde o início de agosto, em um cenário marcado por turbulência nos mercados global e doméstico. A valorização da moeda norte-americana reflete a intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, somada a crescentes preocupações com a situação fiscal brasileira.

O dólar comercial encerrou o pregão do dia 10 de outubro vendido a R$ 5,503, registrando uma expressiva alta de R$ 0,128, o que representa um avanço de 2,38% em apenas 24 horas. Apesar de ter iniciado o dia em baixa, chegando a R$ 5,36, a divisa rapidamente inverteu a trajetória nos primeiros instantes das negociações, atingindo sua máxima diária em R$ 5,51 pouco depois das 14h.

Dólar Dispara para R$ 5,50 em Meio a Tensões EUA-China

Este desempenho posiciona o dólar em seu maior nível desde 5 de agosto. Na análise semanal, a moeda acumulou uma valorização de 3,13%, enquanto no acumulado de outubro, o avanço é de 3,39%. Curiosamente, a perspectiva anual para 2025 ainda indica uma desvalorização de 10,95% para o dólar, o que ressalta a volatilidade atual e a imprevisibilidade do cenário econômico global.

A agitação não se limitou ao câmbio. O mercado de ações também experimentou um dia de forte instabilidade, com o índice Ibovespa, principal termômetro da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechando aos 140.680 pontos. O recuo de 0,73% marcou o segundo dia consecutivo de perdas, levando o indicador ao menor patamar desde 3 de setembro. Na semana, o Ibovespa acumulou uma perda de 2,44%, elevando a queda mensal para 3,8%.

A conjuntura de fatores externos e internos se mostrou particularmente desfavorável para a economia brasileira. A escalada das disputas comerciais entre Washington e Pequim, em conjunto com o aumento das incertezas sobre o equilíbrio fiscal do Brasil, exerceu uma pressão significativa sobre o real, que, diante desse cenário, apresentou o pior desempenho entre as moedas de países emergentes.

No panorama internacional, uma nova ofensiva comercial dos Estados Unidos contra a China foi o catalisador para a tensão global. O presidente norte-americano, Donald Trump, utilizou a plataforma Truth Social para anunciar que seu governo está em processo de cálculo para implementar um substancial aumento de tarifas sobre uma gama de produtos chineses. Essa medida é vista como uma retaliação direta à decisão da China de expandir o controle sobre a exportação de terras raras, minerais essenciais para a indústria de alta tecnologia. Para mais detalhes sobre as tensões comerciais entre EUA e China, veja a análise da Reuters sobre a escalada da disputa.

Para intensificar a pressão, na noite da mesma sexta-feira (10), o presidente Trump oficializou a imposição de uma nova tarifa de 100% sobre determinados produtos originários da China. Essa decisão, que promete reverberar ainda mais no mercado financeiro internacional, é esperada para gerar impactos significativos já na próxima segunda-feira (13), sinalizando uma escalada nas hostilidades econômicas entre as duas maiores potências mundiais.

Dólar Dispara para R$ 5,50 em Meio a Tensões EUA-China - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

O nervosismo global se manifestou também em outros segmentos. Os preços do petróleo sofreram um revés considerável, recuando mais de 4% e alcançando o menor nível em cinco meses. A cotação do barril do Tipo Brent, referência nas negociações internacionais, encerrou o dia em US$ 62,73, com uma queda de 3,82%. Similarmente, as bolsas dos Estados Unidos registraram fortes baixas: o S&P 500, que engloba as 500 maiores empresas, caiu 2,71%; o Nasdaq, focado em tecnologia, perdeu 3,56%; e o Dow Jones, das indústrias, recuou 1,88%. Em resposta a essa crescente incerteza, muitos investidores buscaram refúgio em ativos considerados mais seguros, como o ouro e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Em âmbito nacional, a turbulência externa foi agravada por renovados temores em relação às contas públicas brasileiras para o ano de 2026. A recente derrubada de uma medida provisória (MP) que visava elevar a tributação de investimentos criou um desfalque estimado em R$ 17 bilhões no orçamento governamental para o próximo ano, que também será marcado por eleições. A expectativa é que, na semana subsequente, o governo se mobilize para debater e encontrar alternativas para compensar a perda de arrecadação resultante da expiração dessa MP.

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O cenário complexo, com o dólar em alta e mercados em baixa, destaca a interconexão entre eventos globais e a saúde econômica doméstica. A continuidade das tensões geopolíticas e a busca por soluções fiscais no Brasil prometem manter os olhos dos investidores e da população voltados para os próximos desenvolvimentos. Para continuar se informando sobre as últimas movimentações econômicas e suas análises, visite nossa seção de Economia.

Crédito da imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

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