A cotação do dólar hoje registrou uma significativa queda, fechando a segunda-feira em R$ 5,3102, em um movimento que contrariou a tendência de alta observada no mercado internacional. Este recuo da divisa americana no Brasil foi impulsionado, em parte, pelo diálogo telefônico entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um importante esforço para suavizar as tensões comerciais entre as duas nações.
O dólar à vista encerrou a sessão com baixa de 0,46%, marcando R$ 5,3102. No acumulado do ano, a moeda norte-americana apresentava uma desvalorização de 14,06% em relação ao real. Às 17h02, na B3, o dólar para contratos de novembro – considerado o mais líquido no Brasil à época – registrava queda de 0,62%, sendo negociado a R$ 5,3445. O mercado de câmbio brasileiro demonstrou uma reação atípica em comparação com o cenário global, onde a moeda norte-americana manteve uma trajetória de alta frente à maioria das outras divisas.
Dólar hoje cai a R$ 5,31 após conversa entre Lula e Trump
O telefonema amistoso entre os líderes, com duração de aproximadamente 30 minutos na segunda-feira, foi um fator crucial para a direção do mercado. O Palácio do Planalto confirmou que ambos os presidentes concordaram em se encontrar pessoalmente em um futuro próximo, consolidando a percepção de uma aproximação diplomática. Esta comunicação presidencial injetou otimismo no mercado doméstico, contrastando com o comportamento do dólar em outros mercados internacionais.
Diálogo Presidencial e Cenário Cambial Favorável
A valorização do real foi diretamente beneficiada pela conversa entre Lula e Trump. Segundo o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, houve um “desmonte de posições” compradas em dólar, ainda que em volume moderado, refletindo a confiança dos investidores na melhoria das relações comerciais bilaterais. Este fator foi fundamental para a trajetória de queda do dólar no início da sessão brasileira, que se acentuou ao longo do dia com o desenrolar das notícias.
O diálogo cordial e a perspectiva de um encontro presencial entre os dois chefes de Estado sinalizaram uma possível desescalada de conflitos, como a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre exportações brasileiras, que teria sido motivada pela situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, uma fonte próxima à conversa indicou que este tema, assim como a regulamentação das grandes empresas de tecnologia (big techs), não foi abordado diretamente no telefonema, focando-se em um tom mais conciliatório e de abertura para futuras negociações.
Fatores Econômicos Nacionais Influenciam o Dólar
Além do cenário político, as declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em um evento em São Paulo, também contribuíram para a confiança no mercado. Galípolo reiterou o compromisso da instituição em atingir a meta de 3% de inflação e afirmou que a taxa Selic seria mantida em 15% por um período prolongado. Essa postura do Banco Central reforçou a estabilidade econômica percebida pelos investidores, influenciando positivamente a cotação do real.
A balança comercial brasileira também apresentou dados animadores em setembro, com um superávit de US$ 2,990 bilhões, conforme divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este resultado superou as expectativas dos economistas consultados pela Reuters, que projetavam um superávit de US$ 2,650 bilhões. Um superávit robusto na balança comercial geralmente indica uma entrada maior de dólares no país, pressionando a moeda para baixo e contribuindo para a sua desvalorização.
Imagem: infomoney.com.br
Neste contexto de fatores internos e externos, o dólar à vista atingiu sua cotação mínima do dia, R$ 5,3082 (-0,49%), às 16h19, após a divulgação dos noticiários envolvendo Galípolo, Trump e os dados da balança comercial. Para informações oficiais sobre o mercado cambial brasileiro, recomenda-se consultar as publicações do Banco Central do Brasil.
Movimentações do Banco Central e Mercado Futuro Global
No período da manhã, o Banco Central também realizou a venda de 40.000 contratos de swap cambial, uma operação destinada à rolagem do vencimento de novembro. Essas intervenções do BC no mercado são ferramentas importantes para gerenciar a liquidez e a volatilidade da moeda, buscando manter a estabilidade econômica e cambial do país.
Contrastando com o desempenho no Brasil, o dólar operava em alta no exterior ante o iene e o euro no final da tarde. Às 17h04, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas importantes, estava praticamente estável, com uma leve queda de 0,01%, atingindo 98,107. Esse dado reforça o caráter peculiar da queda do dólar no Brasil, impulsionada por fatores domésticos e diplomáticos específicos.
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Em suma, a queda do dólar hoje para R$ 5,31 reflete uma combinação de fatores, desde o diálogo diplomático entre Brasil e Estados Unidos até dados econômicos internos favoráveis e a postura do Banco Central. Para continuar acompanhando as notícias e análises aprofundadas sobre a economia nacional e o mercado financeiro, visite nossa seção de Economia.
Crédito: Com Reuters
