A pauta ESG (Ambiental, Social e Governança) deixou de ser um diferencial e se firmou como um requisito fundamental para a reputação corporativa. Uma pesquisa conduzida pela Nexus, intitulada “Reputação das Marcas: o que move o comportamento dos brasileiros”, entrevistou 2.006 pessoas em todo o território nacional e apresentou dados inquestionáveis sobre a influência dessas práticas nas escolhas dos consumidores.
Os resultados do estudo indicam que uma parcela significativa da população já baseia suas decisões de compra nas ações de sustentabilidade das empresas. Foi revelado que 32% dos participantes da pesquisa optaram por não adquirir um produto ou serviço devido ao seu impacto ambiental. Embora as iniciativas relacionadas ao ESG ocupem o terceiro lugar entre os atributos que geram admiração por uma marca, alcançando 19% das menções, a ausência dessas práticas se destaca como o principal motivo que prejudica a imagem de uma companhia, com 26% das respostas.
ESG se consolida como requisito-chave para reputação corporativa
Esses números sublinham que, enquanto o ESG pode não ser o fator primário de identificação ou apreço por parte do público, ignorar sua importância pode resultar em sérios danos à reputação. Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, enfatiza que o tema transcende o status de um mero diferencial positivo, tornando-se uma exigência básica. Para Tokarski, a compreensão de que a reputação organizacional está intrinsecamente ligada às questões ambientais, sociais e de governança é indispensável, representando uma “mudança sem volta” que eleva a pressão sobre as instituições à medida que a sociedade valoriza cada vez mais as práticas ESG.
Desafios e a Consolidação do ESG no Mercado Brasileiro
As empresas brasileiras demonstram uma crescente e acelerada percepção sobre a relevância da agenda ambiental, social e de governança. Esse reconhecimento é impulsionado tanto por imperativos financeiros quanto pela necessidade de preservar a imagem institucional. O ESG consolidou-se como um fator de competitividade e um indicativo claro de compromisso com a conformidade e a ética nos negócios. Danilo Maeda, diretor-geral da Beon, observa avanços notáveis na integração dessa agenda, mas ressalta que ainda existe um considerável espaço para a evolução contínua.
Os principais obstáculos identificados por Maeda referem-se à formulação de uma estratégia verdadeiramente eficaz, que esteja alinhada aos impactos mais significativos do negócio. Além disso, as companhias enfrentam uma “agenda externa” que procura descreditar a importância do tema, por meio da disseminação de informações inverídicas e campanhas de desinformação. O cenário exige, portanto, não apenas a implementação de práticas ESG, mas também a capacidade de comunicá-las de forma transparente e defender sua legitimidade frente a ataques.
A crescente prioridade do ESG para investidores e empresas é um indicativo da sua irreversibilidade no panorama corporativo global. Conforme estudos e análises de mercado, as organizações que incorporam efetivamente os princípios ESG tendem a apresentar melhor desempenho financeiro a longo prazo e a atrair um número maior de stakeholders conscientes. Para aprofundar a compreensão sobre o impacto dessas transformações, é útil consultar fontes especializadas em economia e finanças. Por exemplo, artigos do Valor Econômico frequentemente abordam como o ESG se tornou uma prioridade para investidores e empresas, oferecendo análises detalhadas sobre essa tendência.
O Impacto das Redes Sociais na Reputação Corporativa
No contexto atual, as redes sociais emergiram como plataformas cruciais na construção e desconstrução da identificação com as marcas. A pesquisa da Nexus aponta que 40% dos consumidores romperam o vínculo com perfis corporativos nessas plataformas após terem acesso a notícias negativas ou denúncias. Adicionalmente, 25% dos entrevistados relataram que se deparam frequentemente com postagens que incitam boicotes a determinadas empresas ou produtos.
Marcelo Tokarski descreve as redes sociais como um ambiente de dupla face: são simultaneamente uma vasta oportunidade e uma ameaça latente. Ele as compara a um “teto de vidro”, onde a transparência é máxima e qualquer falha pode ser imediatamente exposta ao público. As empresas, portanto, precisam desenvolver uma capacidade robusta de lidar com essa dinâmica complexa, que exige agilidade e sensibilidade. Apesar do risco inerente de exposição e de “cancelamentos”, as redes sociais consolidaram-se como os canais de diálogo mais importantes entre as marcas e seus consumidores, especialmente considerando que nem todos têm fácil acesso a relatórios de sustentabilidade detalhados.

Imagem: Divulgação via valor.globo.com
A comunicação empresarial nas plataformas digitais, segundo o CEO da Nexus, deve ser verdadeira e consistente, transcendendo a mera publicação de relatórios anuais. É essencial que as companhias demonstrem suas ações e valores de forma autêntica e contínua, construindo uma narrativa que ressoe com os valores dos consumidores. Essa abordagem proativa e transparente é vital para manter a relevância e a confiança do público em um cenário onde a imagem da marca tem um peso cada vez maior nas decisões de consumo.
Estratégia e Comunicação: O Papel da Beon na Era ESG
Diante da crescente importância da imagem corporativa nas escolhas de consumo, torna-se imperativo que as organizações compreendam e se adaptem às novas regras do jogo para preservar sua relevância no mercado. Nesse cenário em constante evolução, a Beon desempenha um papel fundamental, oferecendo suporte estratégico para a integração eficaz entre a estratégia de negócios e a comunicação das empresas.
Danilo Maeda explica que o propósito da Beon é “conectar a agenda de sustentabilidade à criação de valor do negócio”. Essa integração estratégica visa aprimorar a comunicação, tornando-a mais eficiente, consistente e capaz de gerar resultados positivos e tangíveis para as companhias. Ao alinhar as práticas ESG com os objetivos empresariais, a Beon auxilia as organizações a não apenas cumprirem suas responsabilidades ambientais e sociais, mas também a fortalecerem sua reputação e a impulsionarem seu crescimento de forma sustentável no longo prazo.
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A pesquisa da Nexus e as análises dos especialistas reforçam que o ESG é, sem dúvidas, um componente indissociável da reputação corporativa moderna. Ignorar suas implicações pode significar perda de consumidores e danos à imagem, enquanto sua adoção consciente e comunicada de forma estratégica abre portas para o crescimento e a lealdade do público. Para continuar acompanhando as tendências e análises do mercado, explore mais conteúdos em nossa editoria de Economia.
Foto: Felipe Iruata