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Etanol é diferencial do Brasil na transição, diz Stellantis

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A Stellantis reafirma o etanol como principal diferencial do Brasil na jornada rumo à transição energética. Com a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30) programada para ocorrer em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro, o vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, João Irineu Medeiros, enfatiza a oportunidade única para o país se consolidar como um ator-chave no cenário econômico global, evidenciando suas contribuições para um modelo de desenvolvimento de baixo carbono.

Para o executivo da Stellantis, conglomerado automotivo que abrange marcas renomadas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram e Abarth, o Brasil possui credenciais robustas para assumir essa liderança. A vantagem competitiva primária do país, segundo Medeiros, reside no etanol, percebido como uma solução energética limpa e altamente eficiente. Essa perspectiva foi compartilhada durante o painel “Acelerando a Transição Justa: Soluções Energéticas e a Indústria do Futuro”, parte do evento CNN Talks COP30, realizado na última quarta-feira (15).

Etanol é diferencial do Brasil na transição, diz Stellantis

Medeiros sublinhou que, embora o etanol tenha emergido inicialmente como uma estratégia de segurança energética em resposta às crises do petróleo da década de 1970, sua importância evoluiu para um papel crucial na descarbonização veicular. Este papel estratégico se mantém, mesmo diante do progresso acelerado da eletrificação no setor automotivo.

O vice-presidente da Stellantis ressaltou que o etanol se apresenta como um diferencial competitivo inquestionável. Trata-se de um combustível de baixo carbono e renovável, onde o dióxido de carbono liberado durante a combustão é reabsorvido pela própria plantação de cana-de-açúcar. A cada safra, a planta se regenera, garantindo a produção contínua do biocombustível.

A principal superioridade do Brasil, especialmente em relação a outros mercados, é sua vasta frota veicular já adaptada e abastecida por biocombustíveis. Atualmente, aproximadamente 30% do combustível consumido por veículos leves e comerciais leves no país é etanol. Medeiros comparou essa realidade a ter “30% de veículos 100% elétricos rodando”, questionando qual outra frota mundial apresenta tal cenário.

Esses dados, conforme Medeiros, posicionam o Brasil de forma singular para encabeçar discussões globais sobre uma transição energética equilibrada, que integre dimensões ambientais, econômicas e sociais. Ele observou que outros mercados dependem exclusivamente de veículos totalmente elétricos para alcançar a descarbonização, um processo que pode levar de 15 a 20 anos para renovar completamente uma frota. No Brasil, o etanol permite um avanço progressivo e contínuo, sem grandes disrupções.

Stellantis Investe em Futuro Híbrido e Flex

Alinhada a essa visão, a Stellantis anunciou um robusto plano de investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil, com projeções para o período entre 2025 e 2030. Este aporte financeiro visa o desenvolvimento e a fabricação local de tecnologias híbridas e elétricas, projetadas para se harmonizarem com as especificidades do mercado brasileiro, ao integrar motores a combustão capazes de utilizar o etanol. Os primeiros frutos dessa estratégia já estão circulando: os modelos Fiat Pulse e Fiat Fastback, lançados no ano anterior, e os Peugeot 208 e 2008, introduzidos este ano, já incorporam essa tecnologia.

Etanol é diferencial do Brasil na transição, diz Stellantis - Imagem do artigo original

Imagem: cnnbrasil.com.br

A expectativa da montadora é que, até o ano de 2030, cerca de metade dos veículos novos vendidos no Brasil incorpore algum nível de eletrificação. Essa eletrificação variará desde versões híbridas leves até as mais avançadas, demonstrando o compromisso com a inovação. O principal desafio, contudo, é a nacionalização da produção de componentes-chave, como motores elétricos, baterias e demais eletrônicos. Tal iniciativa geraria não apenas valor, mas também um significativo avanço tecnológico dentro do próprio país, fortalecendo a cadeia produtiva local e impulsionando a expertise brasileira na indústria automobilística. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) oferece mais informações sobre a transição energética nacional no Brasil.

Regulamentação e Reconhecimento Global

O representante da Stellantis também ressaltou os progressos regulatórios que têm sustentado a abordagem brasileira para a eficiência energética no setor de mobilidade. Desde 2017, o Brasil tem implementado uma série de programas consecutivos com metas ambiciosas de redução de emissões. Iniciativas como o Inovar-Auto e, subsequentemente, o Rota 2030 (atualmente em vigor), pavimentam o caminho para o futuro programa Mover, que está previsto para começar em 2027. Esses programas conjuntos resultaram em uma notável redução de 35% nas emissões de gás carbônico ao longo de uma década, além de um incremento substancial na eficiência energética de veículos leves e comerciais.

Para uma nação em desenvolvimento, uma redução de 35% em apenas dez anos representa um feito notável, conforme Medeiros. Ele desafia a encontrar outros exemplos comparáveis no cenário global, enfatizando que esse é um avanço que merece ser amplamente divulgado. O executivo entende que a COP30 se configura como uma oportunidade de ouro para o Brasil apresentar esses resultados e compartilhar suas estratégias e tecnologias com outras nações, consolidando sua posição como líder em soluções de baixo carbono.

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Em suma, a visão da Stellantis converge com a capacidade brasileira de liderar a descarbonização veicular através do etanol, um recurso que posiciona o país como um modelo na transição energética global. Este cenário não só impulsiona a inovação automotiva local, como também reforça a importância da integração de políticas de desenvolvimento com metas ambientais. Para mais insights sobre os desafios da mobilidade sustentável e a evolução dos biocombustíveis, continue explorando nossa editoria de Análises.

Crédito da imagem: Divulgação/Stellantis

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