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Governo de SP propõe nova distribuição de recursos educação

Política

O Governo de São Paulo propõe nova distribuição de recursos para educação aos municípios do estado, uma iniciativa que visa redefinir os critérios de repasse do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). A proposta, já encaminhada à Assembleia Legislativa paulista, prioriza indicadores de qualidade educacional e aprimoramento contínuo das notas anuais, tendo como base o desempenho médio das cidades no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo (Saresp).

A alteração proposta busca estabelecer um novo paradigma para a partilha de verbas destinadas ao setor educacional. O foco central reside em estimular a melhoria constante dos resultados de aprendizagem, distanciando-se do modelo atual que, segundo o executivo paulista, pode fomentar desigualdades entre as administrações municipais. A medida, se aprovada, representará um marco na gestão de investimentos na área.

Governo de SP propõe nova distribuição de recursos educação

De acordo com os termos do projeto de lei do executivo estadual, a avaliação dos municípios para fins de distribuição de recursos será predominantemente baseada no desempenho dos estudantes. As notas obtidas pelos alunos terão um peso de 80% na pontuação final que determinará a fatia de ICMS a ser destinada a cada rede municipal de ensino. Esta ênfase nos resultados acadêmicos visa incentivar as prefeituras a investirem mais na qualidade do ensino e no acompanhamento pedagógico.

Os 20% restantes da nota de avaliação serão compostos por outros fatores estratégicos. Serão considerados a condição socioeconômica dos estudantes, um dado crucial para contextualizar os desafios enfrentados por cada rede de ensino. Além disso, a quantidade de unidades escolares que operam em regime de tempo integral e o grau em que a rede municipal se aproxima ou supera as metas de qualidade estabelecidas, também ancoradas no Saresp, completarão os critérios de pontuação. Esses elementos buscam uma visão mais abrangente da gestão educacional.

O montante total em discussão referente a esta modificação é significativo, alcançando aproximadamente R$ 800 milhões. Este valor representa 13% da arrecadação total de ICMS do estado, o que ressalta a importância da reformulação proposta. Atualmente, metade desse valor é distribuída em função do tamanho dos municípios, um critério que, conforme a justificativa do projeto de lei, tem sido identificado como promotor de desigualdades, especialmente entre cidades de diferentes portes e realidades socioeconômicas.

A legislação base que regulamenta a distribuição desses recursos data de 1981. Ao longo das últimas quatro décadas, a lei passou por diversas adequações e atualizações, sendo a mais recente realizada em 2022. No entanto, o governo de São Paulo considera que uma revisão mais profunda é necessária para alinhar a distribuição de verbas às demandas contemporâneas por uma educação de maior qualidade e equidade.

Detalhes da Nova Fórmula para a Qualidade Educacional

A nova fórmula de cálculo incorpora uma série de indicadores projetados para mensurar a evolução na qualidade educacional de maneira mais precisa. Entre os pontos focais, destacam-se a melhoria da alfabetização na idade correta, o aprimoramento da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental e o aumento das taxas de aprovação dos alunos. Adicionalmente, o projeto prevê a bonificação de municípios que expandirem o percentual de matrículas em ensino integral e que demonstrarem maior equidade, conforme aferido pelo Indicador de Nível Socioeconômico (ISE), garantindo que as políticas educacionais atinjam todas as camadas da população estudantil.

Governo de SP propõe nova distribuição de recursos educação - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

A implementação das novas diretrizes está planejada para ocorrer de forma progressiva. A transição será gradual, estendendo-se entre os anos de 2026 e 2028. Este período de adaptação foi cuidadosamente pensado para garantir que nenhum município seja abruptamente prejudicado pelas novas regras, nem que seus orçamentos sejam comprometidos de maneira inesperada. A justificativa do projeto de lei salienta que a medida busca um equilíbrio entre a necessidade de melhoria e a estabilidade financeira das prefeituras. O cronograma para discussão do projeto nas comissões e no plenário da Assembleia Legislativa ainda não foi definido.

Inspiração e Repercussões da Medida

A iniciativa do governo paulista inspira-se em “boas práticas” já implementadas por outros estados brasileiros, como o Ceará, que tem se destacado por seus avanços na educação. O principal objetivo é estimular uma melhoria contínua nas redes de ensino municipais, com um foco claro em resultados tangíveis. Especialmente visados são a alfabetização na idade certa, a qualificação da aprendizagem nos anos iniciais e a ampliação do tempo integral nas escolas, tudo isso preservando a autonomia dos entes federados. O secretário estadual de Educação, Renato Feder, enfatizou que a proposta é um caminho para a excelência educacional. Para mais informações sobre as políticas educacionais do estado, pode-se consultar a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Contudo, a proposta já encontra alguns questionamentos. O Sindicato dos Professores do Ensino Estadual de São Paulo (APEOESP) manifestou que está avaliando a iniciativa, mas reitera críticas antigas ao Saresp. A entidade questiona o uso do sistema de avaliação para balizar a distribuição de recursos, assim como o fez desde a criação do exame para o pagamento de bônus financeiros anuais aos professores. Essa crítica é ecoada por uma parcela dos deputados da oposição na Assembleia Legislativa, que também expressam ressalvas quanto à utilização do Saresp como principal ferramenta para a partilha de verbas essenciais para a educação.

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Em suma, a proposta de reformulação na distribuição do ICMS para a educação em São Paulo representa um esforço para vincular os recursos financeiros diretamente à performance e qualidade do ensino. Esta mudança, que busca fomentar a melhoria da alfabetização, aprendizagem e equidade, embora inspire-se em modelos de sucesso, gera debate quanto à metodologia e seus impactos. Acompanhe as próximas notícias e análises sobre os desenvolvimentos políticos e educacionais em nosso estado para entender como essas mudanças podem afetar o futuro da educação paulista em nossa editoria de Política.

Crédito da Imagem: José Cruz/Agência Brasil

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