Nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, a Guerra na Faixa de Gaza Completa Dois Anos com Mais de 67 Mil Mortos, conforme dados fornecidos pelas autoridades de saúde locais. O conflito, que se estendeu por um biênio, resultou em um cenário devastador, com mais de 170 mil palestinos feridos, evidenciando a intensidade e o impacto humanitário das hostilidades na região.
Do lado israelense, o balanço é igualmente trágico, somando 1.665 mortes. Destas, cerca de 1.200 ocorreram nas primeiras horas do ataque inicial do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, data que marcou o início da escalada do conflito. Relatos da agência de notícias Reuters indicam que aproximadamente 250 pessoas foram sequestradas durante essa investida. Atualmente, 48 reféns continuam detidos em Gaza, e estima-se que 20 deles ainda estejam vivos, adicionando uma camada de complexidade às negociações e aos esforços humanitários.
Guerra na Faixa de Gaza Completa Dois Anos com Mais de 67 Mil Mortos
O ataque de 7 de outubro de 2023 é reconhecido como o mais sangrento na história de 75 anos do estado de Israel, deflagrando uma resposta militar de larga escala que tem gerado profundas repercussões. A dimensão da reação israelense, que ultrapassou alvos militares e atingiu infraestruturas civis como casas, hospitais e escolas, provocou uma onda de condenação internacional. O termo “genocídio” passou a ser empregado por diversos setores para descrever a situação em Gaza, embora Israel veementemente negue tais acusações.
Impacto Humano e Acusações de Desproporcionalidade
A Faixa de Gaza foi profundamente devastada pelo conflito entre Israel e o Hamas, com inúmeras vítimas entre a população civil, incluindo um grande número de crianças. O cerco imposto por Israel tem dificultado sobremaneira a chegada de ajuda humanitária essencial à região. A Organização das Nações Unidas (ONU) registrou a morte de 1.857 palestinos enquanto buscavam alimentos na Fundação Humanitária de Gaza, um programa de distribuição de ajuda militarizado, apoiado pelos Estados Unidos e por Israel, que teve início em 27 de maio de 2025.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três pessoas em Gaza passa dias sem alimentação adequada, e mais de 320 mil crianças pequenas estão em risco iminente de desnutrição aguda. Israel tem atuado para impedir a entrada de auxílio internacional, como evidenciado pela apreensão da “Flotilha Global Sumud”. Esta frota, composta por 50 embarcações e com a participação de ativistas brasileiros, tinha como objetivo romper o bloqueio a Gaza para entregar assistência humanitária. As operações militares, com bombardeios por tanques, barcos e jatos israelenses, persistiram em diversas partes da Faixa de Gaza, mesmo na data que marcou o segundo aniversário do conflito.
Esforços Diplomáticos e Negociações de Paz
Em um esforço para intermediar o fim das hostilidades, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano de trégua abrangente. A proposta contempla a libertação dos reféns israelenses em Gaza, a subsequente libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel e o desarmamento do Hamas, que seria impedido de participar da governança de Gaza. Um governo de transição, liderado por um grupo de lideranças estrangeiras, assumiria a administração da Faixa de Gaza neste cenário.
Esta semana, delegações de Israel e do Hamas iniciaram negociações indiretas com o objetivo central de libertar os reféns e pôr um fim definitivo à guerra. Segundo informações do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, as discussões estão focadas na primeira fase do plano de Trump, que prevê a troca dos 48 reféns israelenses ainda em poder do Hamas por prisioneiros palestinos sob custódia israelense. O Brasil, por sua vez, também tem se posicionado ativamente na defesa de um acordo de paz, com o presidente Lula cobrando uma postura mais incisiva da ONU em relação à criação do Estado palestino. Para mais detalhes sobre as posições da comunidade internacional e os esforços pela paz na região, é possível consultar os relatórios da Organização das Nações Unidas sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza.
As Raízes Históricas do Conflito
A tensão entre Israel e Palestina é um conflito antigo, com mais de 70 anos de história, profundamente enraizado em questões geopolíticas, territoriais e religiosas. A região em disputa é considerada sagrada para o judaísmo, o islamismo e o cristianismo, o que adiciona uma camada de complexidade às disputas. As origens do embate remontam à década de 1940, no período pós-Segunda Guerra Mundial, quando o intenso fluxo migratório de judeus alterou significativamente a composição demográfica da região, gerando atritos com a população árabe-palestina.

Imagem: REUTERS via agenciabrasil.ebc.com.br
Com o término do mandato britânico sobre a Palestina, a Organização das Nações Unidas assumiu a responsabilidade de buscar uma solução. Em 1947, foi proposta a criação de dois estados independentes, mas a comunidade árabe rejeitou o plano, argumentando que as terras destinadas a eles possuíam menos recursos naturais. Apesar da rejeição, os judeus celebraram a fundação do Estado de Israel em 1948. Desde então, em meio a uma série de violentos conflitos, Israel expandiu progressivamente suas fronteiras. Os palestinos que residem na região estão atualmente divididos em dois territórios sem conexão terrestre: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
A Palestina reivindica soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, e considera Jerusalém como sua capital. Seu centro administrativo está localizado em Ramallah, na Cisjordânia. A declaração de independência da Palestina foi proclamada em 15 de novembro de 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Contudo, a maior parte das áreas reivindicadas pelos palestinos encontra-se ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1993, foi assinado o Acordo de Oslo, um marco que estabeleceu a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP) por Israel e a OLP. A ANP atua como um governo autônomo provisório, encarregado de administrar os territórios palestinos enquanto as negociações prosseguem para resolver as pendências cruciais do conflito.
O Hamas, cujo nome significa “Movimento de Resistência Islâmica” em árabe, é um movimento palestino fundado em 1987. Ele compreende uma entidade filantrópica, um braço político e um braço armado. Atualmente, o Hamas é classificado como organização terrorista por diversos países, incluindo Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá. No entanto, a ONU e alguns de seus estados-membros, como o Brasil, não utilizam essa mesma denominação. Mais de 140 países, incluindo potências europeias, manifestam apoio à criação do Estado Palestino, embora a proposta seja frequentemente barrada pelos Estados Unidos na ONU.
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A persistência da guerra na Faixa de Gaza, agora em seu segundo ano, sublinha a urgência de uma solução duradoura para o conflito israelo-palestino, que continua a ceifar vidas e a devastar uma das regiões mais complexas do mundo. Para aprofundar-se em outras notícias sobre política internacional e seus desdobramentos, convidamos você a continuar navegando em nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: REUTERS/Mahmoud Issa