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Hamas Devolve Sete Reféns Vivos a Israel Após Dois Anos

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Em um desdobramento crucial no conflito regional, o Hamas devolve sete reféns vivos a Israel após dois anos de cativeiro. A libertação destes indivíduos, capturados durante os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, ocorreu nesta segunda-feira (13) e representa um passo significativo nas negociações de trégua. Os reféns já estão sob a custódia da Cruz Vermelha, marcando o início da concretização do acordo. Este evento, aguardado com grande expectativa, trouxe um alívio temporário para as famílias e para a nação israelense, que há 735 dias clama pelo retorno de seus cidadãos.

As autoridades israelenses confirmaram a entrega dos reféns à Cruz Vermelha. Entre os libertados estão Eitan Mor, Gali e Ziv Berman, Matan Angrest, Guy Guilboa-Dalal, Alon Ohel e Omri Meiran. Estes nomes simbolizam a esperança e a dor de um período prolongado de incerteza para seus entes queridos. A expectativa agora se volta para a fase de reintegração e apoio psicológico que será oferecido a eles após o longo período de detenção.

Hamas Devolve Sete Reféns Vivos a Israel Após Dois Anos

Paralelamente à libertação dos sete reféns, a primeira fase do acordo prevê também a devolução de metade dos 28 corpos de pessoas que morreram enquanto estavam sob o poder do Hamas em território palestino. O restante dos corpos será entregue nas etapas subsequentes da trégua. Importante ressaltar que entre os restos mortais que serão restituídos, encontra-se o de um soldado israelense que faleceu em 2014, durante um confronto anterior em Gaza, evidenciando a complexidade e a abrangência das negociações atuais.

Processo de Libertação e Acordo de Trégua

O processo de libertação e transferência foi meticulosamente planejado. Com a mediação ativa de funcionários da Cruz Vermelha Internacional, os reféns foram entregues às tropas de Tel Aviv que operam em Gaza. A partir deste ponto de encontro, os libertados serão transferidos para a base militar de Re’im, um local de grande simbolismo onde seus familiares aguardam ansiosamente o reencontro, pondo fim a um período de angústia.

Este acordo de paz abrangente é fundamentado em um plano de 20 pontos, originalmente proposto pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em contrapartida à devolução dos reféns e dos corpos, Tel Aviv se comprometeu a libertar 250 prisioneiros palestinos, além de 1.700 moradores de Gaza que foram detidos desde o início do conflito. A complexidade da troca ressalta a intrincada teia de interesses e demandas que permeiam as relações entre as partes envolvidas.

Repercussão em Israel e Contexto Político

A notícia do acordo e a iminente libertação dos reféns geraram uma onda de celebração em Israel nos últimos dias. No sábado anterior à libertação, dezenas de milhares de israelenses se reuniram na Praça dos Reféns, em Tel Aviv. Muitos vestiam camisetas estampadas com as imagens dos sequestrados, diante de um telão que marcava os 735 dias desde os ataques de 7 de outubro de 2023. O sentimento de união e a urgência pelo retorno de todos os capturados eram palpáveis.

Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, um refém de 25 anos, expressou à agência de notícias AFP sua profunda emoção durante a manifestação. “Sinto uma emoção imensa, não tenho palavras para descrevê-la para mim, para nós, para todo Israel, que quer que os reféns voltem para casa e espera ver todos regressarem”, declarou, ecoando o desejo de toda uma nação.

O evento em Tel Aviv contou com a presença de figuras internacionais de destaque, como o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, o genro de Donald Trump, Jared Kushner, e sua filha, Ivanka Trump. A presença deles no palco foi recebida com aplausos. No entanto, a menção ao nome do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, provocou vaias entre os presentes, evidenciando tensões políticas internas em meio à crise.

Udi Goren, primo de um refém que morreu em 7 de outubro e teve seu corpo levado para a Faixa de Gaza, compartilhou sua perspectiva em entrevista à BBC Radio 4 neste domingo. Ele afirmou ter conversado com Witkoff, que compreendia a importância do resgate dos sequestrados. No entanto, Goren questionou o papel dos Estados Unidos no processo, indagando por que representantes do governo Trump estavam no palco da Praça dos Reféns, e não autoridades israelenses, sublinhando a percepção de uma lacuna na liderança nacional.

Cúpula de Paz e Desafios Futuros

Em um movimento diplomático paralelo, o ex-presidente Donald Trump realizou uma breve visita a Israel antes de seguir para Sharm el-Sheikh, no Egito. Lá, ele presidiu uma cúpula dedicada à paz, ao lado do líder egípcio, Abdul Fatah Al-Sisi. O encontro teve como objetivo discutir caminhos para a estabilização da região e a busca por uma solução duradoura para o conflito. A comunidade internacional continua a acompanhar de perto esses esforços, conforme detalhado pela cobertura sobre o conflito no Oriente Médio da BBC News Brasil, que aborda os complexos desafios da região.

Hamas Devolve Sete Reféns Vivos a Israel Após Dois Anos - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

A cúpula em Sharm el-Sheikh reuniu importantes líderes globais, incluindo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; o presidente da França, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. A diversidade de nações representadas sublinha a urgência e a relevância da busca por soluções pacíficas.

Apesar da intensa atividade diplomática, o gabinete do primeiro-ministro Netanyahu anunciou que nenhuma autoridade israelense compareceria à reunião, e o Hamas também não esteve presente. Isso indica as profundas divergências e os obstáculos significativos que ainda persistem. Os mediadores, portanto, enfrentam a complexa e difícil tarefa de garantir uma solução política de longo prazo que não apenas mantenha a trégua, mas também leve a facção a entregar suas armas e desmobilizar suas estruturas.

Detalhes da Operação de Troca de Reféns

A operação de troca foi delineada em várias fases para garantir a segurança e a logística necessárias:

Fase 1: Troca e Transferência Inicial
A Cruz Vermelha Internacional coordena o resgate dos reféns em um local pré-definido com o Hamas. Em seguida, o comboio se desloca para encontrar o Exército de Israel, que assume a custódia dos sobreviventes. Posteriormente, os reféns são transportados para a base militar de Re’im, onde seus familiares os aguardam ansiosamente para o reencontro.

Fase 2: Triagem Médica e Reunião Familiar
Na base de Re’im, cada refém é acolhido e passa por uma avaliação inicial. Após um exame preliminar de saúde, que verifica a necessidade de intervenções médicas imediatas, os sobreviventes são finalmente reunidos com suas famílias. Em seguida, eles são transferidos por helicóptero da Força Aérea para três hospitais especializados: Sheba, em Tel HaShomer (com capacidade para 10 pacientes); Ichilov, em Tel Aviv (para 5 pacientes); e Beilinson, em Petah Tikva (também para 5 pacientes).

Fase 3: Recebimento dos Mortos
Simultaneamente, a Cruz Vermelha prepara veículos adaptados para o transporte dos corpos dos 28 sequestrados mortos. No entanto, apenas metade desses corpos deverá ser devolvida na primeira etapa do acordo. Os caixões são recebidos com uma cerimônia militar antes de serem encaminhados ao Instituto de Medicina Legal de Abu Kabir para um processo de identificação rigoroso. Após a confirmação das identidades, a Administração de Reféns e Desaparecidos é responsável por notificar as respectivas famílias.

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A libertação dos reféns do Hamas para Israel marca um momento de esperança e complexidade no cenário do Oriente Médio. Enquanto a região busca soluções duradouras, este acordo demonstra a importância da diplomacia em meio ao conflito. Para mais análises aprofundadas sobre política e os desdobramentos internacionais, continue acompanhando nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Stoyan Nenov/Reuters

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