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Ibovespa, Dólar e Juros: O Que Movimenta o Mercado Hoje

Economia

Nesta terça-feira, o mercado financeiro brasileiro, com destaque para o Ibovespa, Dólar e Juros, registrou um dia de diversas influências, tanto no cenário doméstico quanto no internacional. As declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e desenvolvimentos políticos e econômicos nos Estados Unidos, Europa e Ásia pautaram as negociações, impactando os principais indicadores. A abertura dos mercados foi marcada por uma série de atualizações que delinearam as tendências do dia para investidores e analistas.

O foco doméstico se concentrou nas entrevistas de Haddad, enquanto o ambiente externo monitorava atentamente a situação política na França, Japão e a continuidade da paralisação governamental nos Estados Unidos. Apesar de certa instabilidade, um otimismo em relação a possíveis cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (FED) ofereceu algum suporte aos mercados globais. Os índices futuros dos EUA operaram de forma mista após o S&P 500 atingir novo recorde na segunda-feira, impulsionado por ações de tecnologia ligadas à inteligência artificial.

Ibovespa, Dólar e Juros: O Que Movimenta o Mercado Hoje

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu diversas declarações que reverberaram no mercado nacional. Ele expressou a expectativa de que o Brasil consiga perseguir a meta de inflação dentro da banda estabelecida, talvez ainda neste ano, e projetou que o atual mandato presidencial de Lula apresentará a menor inflação da série histórica desde o Plano Real. Haddad também defendeu que o governo brasileiro não alterará sua estratégia de negociação com os Estados Unidos, classificando-a como bem-sucedida e destacando a determinação dos presidentes Lula e Trump de superar controvérsias passadas. Ambos os líderes concordaram em um encontro pessoal futuro, após um telefonema amistoso.

Em outras abordagens, o ministro reforçou que o papel da Fazenda é fornecer argumentos econômicos sólidos e criticou “privilégios tributários que não fazem mais sentido”. Ele assegurou que não abandonaria as discussões sobre a Medida Provisória do IOF e manifestou otimismo quanto à possibilidade de acordos negociados no Congresso, elogiando a sensibilidade dos parlamentares. Haddad também previu que a tramitação do Imposto de Renda no Senado, com a ideia de uma alíquota mínima, seria votada em outubro e que o país entregaria um resultado fiscal superior aos dos governos anteriores.

Proposta de Tarifa Zero e Impacto Fiscal

Uma das declarações de maior impacto de Haddad foi sobre a proposta de tarifa zero no transporte público. Ele indicou que a medida deve ser uma das bandeiras do presidente Lula na campanha de reeleição em 2026, com um estudo técnico sobre sua viabilidade já em andamento. Essa possibilidade, na semana anterior, já havia elevado as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) devido às suas potenciais implicações fiscais.

No que tange às suas aspirações políticas, Haddad afirmou que não pretende ser candidato no próximo ano, mas que poderia auxiliar de outras formas. Ele também reiterou a importância de ter mais parceiros comerciais e a busca por uma agenda “ganha-ganha” no continente sul-americano, combatendo a desinformação sobre as instituições brasileiras.

Cenário Internacional e o Impacto nos Mercados

A esfera internacional apresentou um quadro diversificado. Nos Estados Unidos, a paralisação do governo persistia, com o Senado rejeitando propostas orçamentárias de ambos os partidos, sem alcançar os 60 votos necessários. Em meio a esse impasse, o ex-presidente Donald Trump acenou aos democratas, em um aparente esforço para reabrir o governo após uma semana de paralisação. No entanto, o mercado de ações americano, impulsionado por resultados de lucros e a expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve, demonstrou resiliência, ignorando a crise política em parte.

O Banco Mundial atualizou suas projeções para o crescimento econômico da América Latina e Caribe. A estimativa para 2026 foi elevada para 2,5%, ligeiramente acima da previsão de junho de 2,4%, embora a região continue sendo a de crescimento mais lento globalmente, devido à inflação persistente, endividamento elevado e incertezas tarifárias dos EUA. A projeção para o Brasil em 2025 permaneceu em 2,4%, com uma leve desaceleração para 2,2% no ano seguinte. Para o México, a expectativa de expansão para este ano subiu para 0,5%, de 0,2%, acelerando para 1,4% em 2026. Mais detalhes sobre as projeções regionais podem ser encontrados em relatórios do Banco Mundial.

Volatilidade Cambial no Japão e Prejuízos da Shell

No Japão, o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, declarou que o governo permanecerá atento à volatilidade no mercado cambial. A afirmação veio após o iene atingir mínimas de dois meses, ultrapassando 150 por dólar. A pressão sobre a moeda japonesa intensificou-se após a escolha de Sanae Takaichi, defensora da política de gastos agressivos e flexibilização monetária do “Abenomics”, como líder do partido governista.

No setor corporativo, a Shell anunciou que espera registrar um prejuízo de US$ 600 milhões no terceiro trimestre devido ao abandono de um projeto de biocombustíveis em Roterdã. Esse valor se soma a perdas e provisões anteriores, elevando o total relacionado ao empreendimento para US$ 1,4 bilhão. A decisão da Shell reflete uma tendência de recuo de grandes produtores de combustíveis fósseis em promessas de expandir investimentos em energia limpa, movimento similar ao observado em empresas como BP e Equinor.

Performance dos Mercados Globais e Nacionais

As bolsas na Europa apresentaram leves ganhos, com a França no centro das atenções após a renúncia do primeiro-ministro Sebastien Lecornu, que gerou nova crise política e alertas de agências de classificação sobre o crédito soberano do país. Na Ásia, as bolsas fecharam o dia com ganhos, com o Nikkei do Japão atingindo mais um recorde, impulsionado pela expectativa de políticas monetárias frouxas sob Sanae Takaichi.

No Brasil, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 0,36% em setembro, comparado a 0,20% em agosto. Com isso, o índice acumulou queda de 1,27% no ano e alta de 2,31% em 12 meses. Em relação aos juros futuros (DIs), a sessão de ontem encerrou com baixas por toda a curva. O dólar comercial registrou a segunda baixa consecutiva frente ao real, fechando a R$ 5,311 na venda, contrariando a valorização global da divisa norte-americana.

O Ibovespa encerrou a segunda-feira com baixa de 0,41%, atingindo 143.608,08 pontos, com volume negociado de R$ 17,50 bilhões. Entre as maiores baixas, destacaram-se RAIZ4 (-3,96%) e NATU3 (-3,70%). As maiores altas foram de CSNA3 (6,46%) e CMIN3 (3,41%), enquanto VALE3 e PETR4 foram as ações mais negociadas.

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O panorama financeiro desta terça-feira foi marcado por uma série de eventos que demandam a atenção dos investidores, desde as movimentações políticas internas até os indicadores macroeconômicos globais. Para continuar acompanhando as análises e notícias que impactam a economia e seus investimentos, mantenha-se conectado à nossa editoria de Economia.

Crédito: Reuters

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