O Índice de Commodities BC (IC-Br) registrou uma leve retração de 0,04% em setembro, um movimento que o Banco Central (BC) classificou como próximo da estabilidade. Essa variação discreta sucede uma queda mais acentuada de 0,52% observada no mês de agosto, indicando uma moderação nas dinâmicas de preços das matérias-primas que exercem influência significativa sobre a inflação e a economia nacional.
A volatilidade no mercado global de commodities tem sido um fator crucial para a saúde econômica brasileira. O IC-Br, que é meticulosamente construído com base nos preços de um amplo espectro de commodities — incluindo agrícolas, metálicas e energéticas, convertidos para reais — oferece um panorama essencial para análises macroeconômicas. A divulgação desses dados, realizada nesta quarta-feira pelo Banco Central, permite compreender as tendências de custo de insumos básicos para diversos setores produtivos.
Índice de Commodities BC: Queda de 0,04% em Setembro
Apesar da quase estabilidade no mês de setembro, o panorama de longo prazo para o IC-Br apresenta variações mistas. Nos doze meses encerrados em setembro, o indicador demonstrou um crescimento de 4,10%, evidenciando uma valorização acumulada ao longo do último ano. Contudo, quando analisado o acumulado do ano de 2025 – conforme os dados divulgados –, observou-se um recuo de 10,27%, sugerindo que, apesar da alta anual, o período mais recente tem sido de desvalorização em relação ao início do ano.
A análise do Índice de Commodities Brasil em sua conversão para reais é fundamental, mas a perspectiva em dólares também oferece insights valiosos sobre o desempenho global dessas matérias-primas. Em setembro, a variação do IC-Br expressa em dólares foi positiva, registrando um aumento de 1,44%. Esse contraste com a queda em reais pode ser atribuído a flutuações cambiais, onde a valorização da moeda estrangeira impacta diretamente o poder de compra no mercado interno. Em uma visão de doze meses, o índice em dólares apresentou uma robusta alta de 7,46%, enquanto no acumulado do ano de 2025, o incremento foi de 1,97%. Essa divergência entre os resultados em reais e dólares sublinha a complexidade da análise do mercado de commodities, onde fatores macroeconômicos e cambiais desempenham papéis decisivos.
Desempenho Detalhado por Subgrupo do IC-Br
Commodities Agropecuárias Apresentam Retração Mensal
O subgrupo das commodities agropecuárias, que engloba produtos de vital importância para a mesa dos brasileiros e para as exportações, como carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau, registrou uma queda de 0,78% em setembro. Essa retração mensal, embora notável, se insere em um contexto mais amplo de crescimento anual. Nos doze meses findos em setembro, o segmento agropecuário exibiu uma elevação de 4,83%. No entanto, o acumulado do ano de 2025 mostra um declínio significativo de 11,46%, indicando que, apesar do bom desempenho em parte do período, a trajetória recente tem sido de desvalorização para estes itens essenciais.

Imagem: valor.globo.com
Mercado de Commodities Metálicas em Ascensão
Em contrapartida, as commodities metálicas demonstraram um dinamismo positivo em setembro. Componentes cruciais para a indústria e a construção civil, como alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata, apresentaram um aumento de 2,80% no mês. Esta valorização mensal contribuiu para um desempenho sólido no período de doze meses, com uma elevação de 10,07%. No acumulado do ano de 2025, o subgrupo metálico também registrou um avanço, marcando 0,69%. O setor de mineração e metais frequentemente reflete a saúde da indústria global, e seus preços podem ser influenciados por demandas de infraestrutura e manufatura. Para mais informações sobre a economia brasileira e suas perspectivas, consulte os relatórios do Banco Central do Brasil.
Commodities Energéticas em Recuo
O segmento das commodities energéticas, que inclui petróleo Brent, gás natural e carvão, registrou uma leve queda de 0,14% em setembro. Este recuo mensal, embora modesto, se alinha a uma tendência de baixa observada em períodos mais estendidos. Nos doze meses terminados em setembro, as commodities energéticas acumulou uma retração de 6,20%. No acumulado do ano de 2025, a queda foi ainda mais expressiva, atingindo 16,73%. Os preços da energia são altamente sensíveis a fatores geopolíticos, oferta e demanda global, e as flutuações neste setor podem ter amplas repercussões sobre os custos de produção e transporte, impactando diretamente a inflação para o consumidor final.
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Em suma, os dados mais recentes do Índice de Commodities Brasil revelam um cenário de variação contida em setembro, com o indicador geral apresentando uma quase estabilidade. No entanto, uma análise mais profunda revela desempenhos divergentes entre os subgrupos, com as commodities metálicas em alta e os setores agropecuário e energético registrando recuos em diferentes escalas. Estas tendências são cruciais para entender as pressões inflacionárias e os rumos da economia nacional. Para continuar acompanhando as notícias e análises sobre o mercado e a economia, explore a editoria de Economia do Hora de Começar, onde você encontra informações atualizadas e aprofundadas sobre o mercado de commodities e outros temas relevantes.
Foto: Anna Carolina Negri/Valor