A investigação sobre a morte de mãe e filha em São Paulo após a ingestão de um bolo supostamente envenenado ganhou novos contornos com a atuação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O caso, que resultou na perda de Ana Maria de Jesus, de 52 anos, e sua filha Larissa de Jesus Castilho, de 21 anos, é apurado pela Polícia Civil paulista, gerando apreensão e busca por respostas sobre a causa das trágicas mortes.
Os fatos ocorreram em junho, mas a complexidade da situação e os desdobramentos levaram a investigação do DHPP a intensificar-se, culminando no cumprimento de mandados de busca e apreensão na última quarta-feira, 8 de novembro. A ação policial visa reunir evidências cruciais para desvendar as circunstâncias exatas que levaram à fatalidade, focando no bolo de aniversário que foi entregue às vítimas por um parente próximo.
Investigação: Mãe e filha morrem após bolo envenenado em SP
O boletim de ocorrência detalha que, em 7 de junho, um sábado, uma festa de aniversário foi realizada na residência de familiares das vítimas. Larissa de Jesus Castilho esteve presente na celebração. Ao término do evento, a jovem optou por não retornar imediatamente para casa, solicitando a um parente — um adestrador de animais de 43 anos — que levasse uma porção do bolo festivo para sua mãe, Ana Maria, que não comparecera à comemoração. O adestrador comprometeu-se a realizar a entrega no dia seguinte pela manhã.
No domingo, Ana Maria de Jesus, autônoma de 52 anos, recebeu o doce na parte da manhã em sua residência, localizada no bairro do Ipiranga, na zona sul da capital paulista. No período da tarde, enquanto Larissa havia saído com uma outra parente, uma adolescente de 16 anos, a mãe consumiu o pedaço do bolo. Aproximadamente 40 minutos após a ingestão, Ana Maria telefonou para a filha, relatando que se sentia extremamente mal e com dificuldades para se manter de pé.
Preocupada, Larissa prontamente alertou sua irmã mais velha, de 19 anos, e pediu-lhe que prestasse socorro à mãe. Ao chegar, a irmã encontrou Ana Maria em sua cama, em meio a convulsões. A autônoma foi rapidamente encaminhada ao Hospital Heliópolis, onde precisou ser intubada devido à gravidade de seu estado de saúde, um sinal alarmante de intoxicação.
Após acompanhar parte do atendimento da mãe, Larissa e a adolescente de 16 anos retornaram para casa por volta da meia-noite. Ambas, então, também consumiram partes do mesmo bolo. A adolescente informou, em seu depoimento, ter comido apenas um pequeno pedaço, enquanto Larissa ingeriu metade da fatia e, inclusive, mencionou que o doce apresentava um gosto amargo e incomum.
Cerca de 20 minutos após o consumo, a adolescente começou a sentir falta de ar e fortes dores de estômago, sintomas que rapidamente se agravaram. Larissa, por sua vez, manifestou tontura, dificuldade para respirar e náuseas intensas, seguidas por uma crise convulsiva e o arroxeamento de sua pele, indicando uma condição crítica e uma falha respiratória iminente.
A adolescente, em estado de choque e buscando auxílio, narrou no boletim de ocorrência ter acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Durante a chamada, ela recebeu instruções vitais sobre como proceder enquanto aguardava a chegada da ambulância. No entanto, ao chegarem ao local, as equipes de socorro constataram que Larissa já havia falecido, vítima da rápida e agressiva ação da substância contida no bolo.
A mãe, Ana Maria, permaneceu internada no Hospital Heliópolis por cerca de uma semana, e, surpreendentemente, recebeu alta. Contudo, seu quadro de saúde permaneceu instável, exigindo diversas readmissões hospitalares. Ela foi novamente internada no Hospital Heliópolis e, posteriormente, transferida para o Hospital São Paulo, onde veio a óbito em 29 de julho, quase dois meses após a ingestão do bolo. Conforme o registro policial, a causa de sua morte foi intoxicação, resultando em insuficiência respiratória, corroborando a hipótese de envenenamento.

Imagem: envenenamento no Brasil via www1.folha.uol.com.br
Em seu depoimento à polícia, o parente que realizou a entrega do bolo a Ana Maria afirmou que o doce havia sido cortado pela própria Larissa no dia da festa. Ele alegou ter guardado o pedaço em um recipiente lacrado na geladeira até o momento da entrega no dia seguinte, reforçando que não houve qualquer alteração por sua parte. A responsável pela festa de aniversário do filho, onde o bolo foi servido inicialmente, declarou ter encomendado o doce e o recebido em perfeitas condições.
A anfitriã relatou, ainda, que todos os convidados presentes na comemoração consumiram o bolo sem quaisquer queixas de sabor ou odor estranho. Além disso, ninguém apresentou sintomas de mal-estar após a ingestão, e muitos convidados levaram porções do bolo para suas casas, o que levanta questões sobre o momento e a forma como o suposto veneno teria sido introduzido na fatia destinada a Ana Maria e Larissa.
O caso está registrado como morte suspeita no 16º Distrito Policial (Vila Clementina) e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou a requisição de exames detalhados ao Instituto Médico Legal (IML). O objetivo é identificar a substância exata que causou as mortes e traçar a cronologia da contaminação. O DHPP segue à frente das investigações, realizando diligências contínuas com o intuito de esclarecer completamente o crime e identificar os responsáveis. A polícia mantém sigilo sobre detalhes específicos para não comprometer o andamento das apurações.
Casos de intoxicação alimentar grave, especialmente aqueles com desfechos fatais, demandam uma investigação meticulosa. A Polícia Civil de São Paulo, através do DHPP, segue buscando respostas para esta tragédia que chocou a família e a comunidade, reforçando a importância da perícia e da coleta de informações em cada etapa do processo. Entender a origem da contaminação é essencial para que a justiça seja feita. Para aprofundar-se em como as autoridades atuam em crimes complexos, é possível consultar publicações sobre investigações criminais em veículos de imprensa de renome nacional.
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As investigações sobre a morte de mãe e filha após bolo envenenado em SP continuam em andamento, com a Polícia Civil e o DHPP empenhados em desvendar as circunstâncias que levaram à fatalidade. A complexidade do caso exige uma análise cuidadosa de todos os depoimentos e evidências periciais. Para se manter informado sobre este e outros casos de grande repercussão em São Paulo e no Brasil, continue acompanhando nossa editoria de Cidades, onde publicamos as últimas notícias e análises.
Crédito da imagem: Pedro Affonso – 16.jul.2024/Folhapress