rss featured 1772 1760064731

Marina Silva defende Fundo Florestas Tropicais para Sempre na COP30

Últimas notícias

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma iniciativa crucial para a conservação ambiental global, foi defendido nesta quinta-feira (9) pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O anúncio ocorreu a apenas um mês da abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), que terá início em 10 de novembro na capital paraense, Belém, marcando um momento decisivo para as discussões climáticas.

Durante entrevista concedida ao programa A Voz do Brasil, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a ministra detalhou os objetivos e a mecânica por trás da proposta. Essa discussão precede o grande encontro climático, onde o fundo será oficialmente apresentado como uma das soluções propostas pelo Brasil para o combate ao desmatamento e à crise climática global, buscando um modelo de desenvolvimento sustentável.

A iniciativa é liderada pelo Brasil, um país com vasta experiência na gestão de biomas complexos, e visa estabelecer um mecanismo inovador para a conservação. O cerne da proposta reside na remuneração de nações que efetivamente conservam suas florestas tropicais, destinando uma parcela significativa, 20% dos recursos, para o apoio direto a povos indígenas e comunidades tradicionais.

Marina Silva defende Fundo Florestas Tropicais para Sempre na COP30

Essa abordagem reconhece o papel fundamental desses grupos na proteção ambiental e busca garantir que os benefícios da conservação alcancem diretamente aqueles que vivem e cuidam das florestas. A ideia é consolidar o Brasil como um protagonista na discussão ambiental global, apresentando soluções pragmáticas e financeiramente viáveis para a manutenção da biodiversidade e do equilíbrio climático em nível planetário.

O estabelecimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre representa um esforço estratégico do Brasil, que abriga a maior parte da Floresta Amazônica, o maior bioma tropical do planeta. A intenção é estender apoio financeiro a pelo menos 71 outras nações detentoras de florestas tropicais, capacitando-as a destinar recursos essenciais para a proteção e manutenção dessas áreas vitais. Essa cooperação internacional é vista como fundamental para o enfrentamento conjunto dos desafios climáticos.

Marina Silva enfatizou que países que optam por não desmatar suas florestas tropicais desempenham um serviço ambiental de valor inestimável. Essa preservação contribui diretamente para o equilíbrio ecológico não apenas em nível local, beneficiando cidades e estados, mas também em escala nacional e global, regulando o clima, a qualidade do ar e da água, e a biodiversidade planetária, o que impacta diretamente a vida de bilhões de pessoas.

A concepção do Fundo Florestas Tropicais para Sempre se baseia em uma lógica de mercado inovadora. Ele foi desenhado para atrair recursos financeiros tanto de nações desenvolvidas quanto de investidores do setor privado, buscando alavancar capital para a causa da conservação. Essa estrutura visa garantir a sustentabilidade do fundo a longo prazo, conectando o interesse econômico à necessidade ambiental e criando um modelo de financiamento resiliente.

Mecanismo Financeiro e Captação de Recursos

A ministra detalhou o modelo de financiamento do Fundo, explicando que ele será alimentado por capital proveniente tanto de governos de países desenvolvidos quanto de investidores privados. A estratégia consiste em captar esses recursos oferecendo juros baixos no mercado financeiro global. O diferencial entre os rendimentos gerados por esses investimentos e os custos operacionais será então utilizado para remunerar as nações que mantêm suas florestas tropicais preservadas. Esse modelo financeiro busca criar um ciclo virtuoso, onde o investimento na preservação se torna atrativo e sustentável, incentivando a participação de diversos atores.

A ambição do Fundo é substancial, refletindo a urgência da crise climática. A meta inicial de captação é de aproximadamente US$ 25 bilhões, a serem obtidos por meio de contribuições governamentais. No entanto, com a esperada participação do setor privado, o potencial de arrecadação pode superar a marca de US$ 100 bilhões, demonstrando a escala da iniciativa. É crucial destacar que os recursos do Fundo são caracterizados como não retornáveis, ou seja, são doações para a causa da conservação, sem expectativa de reembolso direto aos doadores, funcionando como um investimento direto na saúde do planeta.

Compromissos e Monitoramento para a Preservação

Para serem elegíveis ao recebimento dos incentivos do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, os cerca de 71 países que abrigam florestas tropicais deverão assumir um compromisso rigoroso e verificável. A ministra esclareceu que essas nações precisarão demonstrar a capacidade de manter suas áreas florestais preservadas por um período mínimo de três décadas, estabelecendo um “dever de casa” ambiental de longo prazo que exige planejamento e execução consistentes.

Marina Silva defende Fundo Florestas Tropicais para Sempre na COP30 - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Para garantir a efetividade e a transparência desse compromisso, Marina Silva ressaltou que a comprovação da preservação será realizada por meio de sistemas avançados de monitoramento por satélite. Essa tecnologia permitirá uma fiscalização precisa e contínua das áreas, atestando o cumprimento das metas de conservação e a elegibilidade para os recursos do Fundo. Essa abordagem baseada em dados reforça a credibilidade da iniciativa.

O Brasil, por sua vez, apresenta uma vasta expertise na área de monitoramento e combate ao desmatamento, servindo como um exemplo prático de sucesso. A ministra destacou os resultados recentes, com uma redução de 46% no desmatamento da Amazônia e uma queda de 32% em todo o território nacional nos últimos dois anos e meio. Projeções indicam que o país continuará a reduzir o desmatamento em 2025. A ministra expressou a convicção de que a iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre não se restringirá apenas à Amazônia, mas trará benefícios para a conservação de todos os biomas brasileiros e globais, reforçando o papel do Brasil como um modelo de gestão ambiental eficaz.

Agenda da COP30 e Adaptação Climática

Além da proposta do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ministra Marina Silva detalhou a agenda da COP30, que inclui discussões obrigatórias sobre as adaptações climáticas urgentes que o mundo deve empreender. Ela alertou para o impacto devastador das mudanças climáticas, mencionando que aproximadamente 500 mil vidas são perdidas anualmente devido apenas a ondas de calor, um dado alarmante que sublinha a necessidade de ação imediata. Diante desse cenário, a necessidade de desenvolver sistemas adaptativos para proteger populações vulneráveis, como idosos e crianças, é crucial, conforme enfatizado pela ministra.

O evento promete ser um marco para a discussão de políticas ambientais e adaptações climáticas, com foco na cooperação internacional. Mais informações sobre a Conferência do Clima das Nações Unidas podem ser encontradas no site oficial da UNFCCC sobre a COP30. Entre as medidas de adaptação propostas, a ministra citou a importância de climatizar escolas, além de estabelecer espaços amplos e centros comunitários que possam servir de refúgio e proteção para a população durante eventos climáticos extremos, garantindo a segurança e o bem-estar das comunidades.

No contexto nacional, ela celebrou a significativa redução dos incêndios no Brasil, com uma projeção para 2025 de quedas acentuadas: 88% na Amazônia, 48% no Cerrado e impressionantes 98% no Pantanal. Esses resultados, embora muito significativos, segundo a ministra, dependem de um investimento contínuo em recursos e de um esforço de trabalho incansável para serem mantidos e aprimorados, consolidando as políticas de prevenção e combate aos incêndios florestais.

Confira também: Investir em Imóveis na Região dos Lagos

O anúncio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre e a agenda da COP30 reforçam o compromisso brasileiro com a pauta ambiental global. A iniciativa de Marina Silva visa não só proteger biomas vitais, mas também estabelecer um novo paradigma de financiamento para a conservação, com a participação de governos e do setor privado. Para aprofundar seu conhecimento sobre as discussões políticas e ambientais que moldam o futuro do nosso país, continue acompanhando as notícias em nossa editoria de Política.

Crédito da Imagem: Felipe Werneck/MMA

Deixe um comentário