A morte por metanol em SP teve uma segunda vítima confirmada. Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, faleceu devido à intoxicação por metanol após ingerir vodca em um estabelecimento na zona leste da capital paulista. O caso eleva o número de óbitos confirmados em São Paulo relacionados a bebidas adulteradas com a substância tóxica.
O homem foi internado em estado grave no Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio, localizado no Tatuapé, após apresentar os primeiros sinais de mal-estar. O incidente ocorreu em 28 de setembro, quando Marcos Antônio saiu com amigos e consumiu a bebida. A confirmação de seu óbito, divulgada pela Globonews e posteriormente confirmada pelo UOL, ocorreu em 2 de outubro, quatro dias após sua internação.
Morte por Metanol em SP: Segunda Vítima é Confirmada
Os sintomas iniciais que levaram Marcos Antônio a buscar atendimento médico incluíam náuseas, alterações visuais, dores intensas no estômago e episódios de vômito. O laudo médico apontou a causa da morte como intoxicação por metanol, insuficiência renal aguda, choque distributivo e morte encefálica. O sepultamento da vítima aconteceu no último sábado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, também na zona leste de São Paulo.
Cenário das Intoxicações por Metanol no Brasil
Esta é a segunda fatalidade confirmada por ingestão de bebida adulterada com metanol na capital paulista. A primeira vítima era um homem de 54 anos, também residente da zona leste. Além desses casos confirmados, o estado de São Paulo investiga outros sete óbitos que são considerados suspeitos de terem sido causados pela mesma substância. Todas as vítimas até o momento são do sexo masculino.
Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde informou que o Brasil registra um total de 11 casos de intoxicação por metanol com confirmação laboratorial. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhou que a pasta acompanha outras 116 suspeitas de intoxicação que estão distribuídas em doze estados brasileiros. Esses estados incluem Pernambuco, Distrito Federal, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, São Paulo, Roraima, Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí e Goiás. No Piauí, um caso está sob investigação na cidade de Parnaíba.
O Ministério da Saúde emitiu uma recomendação para que os estados notifiquem prontamente qualquer caso suspeito de intoxicação por metanol. Essa medida visa agilizar o tratamento das possíveis vítimas e, concomitantemente, auxiliar as autoridades policiais na investigação sobre a origem das bebidas contaminadas. Para mais informações sobre intoxicações, consulte o Ministério da Saúde.
Aquisição de Antídoto e Mecanismo de Ação
Como resposta à emergência, o governo federal anunciou a aquisição de 2.500 tratamentos de fomepizol, um medicamento considerado um antídoto eficaz para intoxicações por metanol. A compra foi realizada com uma empresa farmacêutica japonesa, um dia após o Brasil emitir um chamamento de emergência a indústrias internacionais produtoras da droga. O valor da compra não foi divulgado pelo governo.

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De acordo com o ministro Padilha, dez agências de diferentes países foram acionadas na semana anterior à aquisição, e sete empresas com histórico de produção de fomepizol foram contatadas globalmente. A urgência da situação dispensou a necessidade de um processo licitatório. O fomepizol atua bloqueando uma enzima que metaboliza o metanol, impedindo sua transformação em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que causam os danos no organismo. O antídoto é comercializado em ampolas de 1,5 ml e é administrado por injeção, embora não faça parte da política nacional de antídotos toxicológicos do país.
A secretária de Vigilância em Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, enfatizou que o Brasil possui antídoto suficiente para os pacientes. Em entrevista à GloboNews, ela afirmou que o etanol, também utilizado no tratamento, “dá conta do que a gente tem hoje”, e que não há necessidade de “criar pânico na população”, pois os recursos disponíveis são eficazes no auxílio aos intoxicados.
O que é o Metanol e Seus Riscos
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um álcool líquido incolor, visualmente similar ao etanol, mas com uma toxicidade acentuada para a saúde humana. É fundamental não confundi-lo com o álcool presente em bebidas alcoólicas seguras para consumo. A exposição a quantidades significativas de metanol pode desencadear uma série de sintomas graves, incluindo náuseas, vômitos, fortes dores de cabeça, visão turva, cegueira permanente, convulsões, coma, danos irreversíveis ao sistema nervoso e, em casos mais severos, a morte.
Esta substância é ocasionalmente adicionada ilegalmente a combustíveis como uma alternativa mais barata ao etanol, o que destaca o perigo de seu uso indevido. Especialistas alertam que a ingestão de pequenas quantidades já pode provocar intoxicação. A toxicidade do metanol está diretamente ligada à dose consumida e à forma como o corpo de cada indivíduo reage. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) alerta que apenas cerca de 10 ml de metanol puro são suficientes para causar cegueira, e 30 ml podem ser letais. A conscientização sobre os perigos dessa substância é crucial para a prevenção de novos casos de intoxicação.
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O triste falecimento de Marcos Antônio Jorge Junior reitera a gravidade da intoxicação por metanol e a urgência das investigações para coibir a distribuição de bebidas adulteradas. Acompanhe as últimas notícias e desenvolvimentos sobre saúde pública e segurança em São Paulo e no Brasil em nossa editoria de Cidades.
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