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Nobel da Paz para María Corina Machado Gera Críticas Firmes

Internacional

A recente atribuição do Prêmio Nobel da Paz para María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, desencadeou uma onda de críticas significativas por parte de importantes figuras políticas e especialistas internacionais. A decisão do Comitê Norueguês, anunciada na sexta-feira, 10 de outubro de 2025, tem gerado debates acalorados sobre os critérios e o alinhamento político por trás da condecoração.

Um dos primeiros a se manifestar foi Paulo Nogueira Batista Jr., economista renomado e ex-diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em sua conta na plataforma X (anteriormente Twitter), Batista Jr. expressou profunda desaprovação, alegando que o Prêmio Nobel da Paz teria perdido sua credibilidade ao honrar María Corina Machado. Ele argumentou que, em vez de reconhecer indivíduos que atuam contra o “genocídio em Gaza”, o comitê optou por premiar uma “política controlada por Washington”, levantando sérias questões sobre a imparcialidade do processo de seleção.

Nobel da Paz para María Corina Machado Gera Críticas Firmes

A visão de Paulo Nogueira Batista Jr. não é isolada. A concessão do prêmio à oposicionista venezuelana foi amplamente condenada por uma série de líderes e autoridades de diversos países. A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, por exemplo, comentou a escolha em suas redes sociais com a concisa frase: “Sem comentários”, denotando uma postura de distanciamento e crítica velada. Da mesma forma, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente de Cuba, e Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, também utilizaram suas plataformas digitais para postar mensagens de repúdio à decisão, ampliando o coro de desaprovação na América Latina.

No campo dos direitos humanos, a educadora Marisol Guedez, vinculada ao Observatório para Dignidade no Trabalho, também questionou a escolha do Comitê Nobel. Segundo Guedez, María Corina Machado não demonstrou, em sua trajetória, uma preocupação genuína com a promoção da paz na Venezuela. Em entrevistas concedidas ao jornal Brasil de Fato, Guedez recordou episódios em que a líder opositora teria promovido e convocado uma série de atos que culminaram em violência no país. “Ela convocou eventos violentos que saíram dos marcos jurídicos. Não eram espaços de encontro para uma via democrática com justiça social”, afirmou a educadora, reforçando a incompatibilidade entre as ações de Machado e os ideais do Nobel da Paz.

As críticas à figura de María Corina Machado ganharam contornos mais agudos quando lideranças da base do governo, em contexto brasileiro, traçaram um paralelo entre o papel da venezuelana e as ações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Essa comparação surge do fato de que Machado, similarmente ao político brasileiro, teria apoiado abertamente as sanções econômicas impostas à Venezuela pelo governo de Donald Trump, em 2017. Tais sanções são vistas por críticos como medidas que agravaram a crise humanitária e econômica no país sul-americano, distanciando-se de qualquer agenda de paz e reconciliação.

No entanto, a premiação de María Corina Machado também foi celebrada por setores da direita brasileira. Deputados federais como Nikolas Ferreira (PL-MG) festejaram a escolha nas redes sociais, indicando uma polarização ideológica em torno da figura da oposicionista venezuelana e do próprio significado do Nobel da Paz em um cenário político global tensionado.

Nobel da Paz para María Corina Machado Gera Críticas Firmes - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Em um âmbito mais pessoal e reflexivo, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, compartilhou sua perspectiva com a CNN Brasil nesta sexta-feira. Amorim afirmou que, em sua opinião, o Prêmio Nobel priorizou a política em detrimento da paz ao agraciar a líder da oposição venezuelana. “Não sei os critérios do Nobel. Nem ponho em dúvida as qualidades pessoais da María Corina”, ponderou Amorim. Ele mencionou ter lido uma referência, aparentemente retirada, a uma postagem de um porta-voz da Casa Branca que indicava que o Comitê do Nobel teria priorizado a política em relação à paz, uma observação que, para ele, “pessoalmente achei interessante”. Para mais informações sobre política internacional, você pode consultar o site do CNN Brasil Internacional.

Em sua nota oficial, o Comitê Norueguês do Nobel justificou a escolha de María Corina Machado “pelo trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. Jørgen Watne Frydnes, presidente do Comitê, afirmou em Oslo que “como líder do movimento pela democracia na Venezuela, Maria Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, defendendo a relevância da premiação.

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A controvérsia em torno do Nobel da Paz para María Corina Machado reflete as complexidades das relações internacionais e as diferentes interpretações sobre o papel de lideranças políticas em cenários de crise. As críticas e os apoios dividem opiniões, sublinhando a natureza politizada de um prêmio que busca, em essência, celebrar a paz. Para se manter informado sobre os desdobramentos na cena política internacional e nacional, convidamos você a explorar mais notícias em nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: REUTERS/Gaby Oraa.

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