O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou na última sexta-feira, 3 de outubro de 2025, diversas obras da COP30 em Belém, no Pará. As inspeções focaram nos projetos em andamento para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, programada para o próximo mês. Entre as estruturas verificadas estavam os canais de drenagem, o complexo cultural e de lazer do porto da cidade, e o futuro local que abrigará os eventos da COP30.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o chefe do executivo federal sublinhou que todas as melhorias implementadas na capital paraense permanecerão como um legado permanente para seus habitantes. De acordo com o presidente, o governo federal está aportando um investimento significativo, que se aproxima de R$ 6 bilhões, na infraestrutura da cidade. Esta iniciativa visa não apenas garantir o sucesso da conferência climática, mas principalmente beneficiar a comunidade local a longo prazo.
Obras da COP30 em Belém: Lula Destaca Legado à População
Os recursos incluem, por exemplo, um financiamento de R$ 1,5 bilhão concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo do Pará. “Quando a COP sair, cada centavo que nós colocamos aqui é do povo de Belém. Aí, ninguém tira mais”, afirmou Lula durante a visita às obras dos canais, ressaltando o caráter duradouro dos investimentos. Ele pontuou que o evento da COP, embora dure no máximo 20 dias, deixará para trás um conjunto de obras que transformarão a cidade.
“Depois, essas obras todas vão ficar para o povo do estado do Pará, para o povo da cidade de Belém. Quando esses canais estiverem bem tratados, bonitos, as ruas estiverem bem tratadas e bonitas, aqui também vai vir turista. Se a gente melhorar a qualidade de vida do povo de Belém, isso significa aumentar a possibilidade de vir mais turistas para o estado do Pará e para Belém”, complementou o presidente, evidenciando o potencial turístico e econômico das intervenções urbanas.
A agenda de Lula em Belém teve início na quinta-feira, 2 de outubro de 2025, com a inauguração do Parque Linear da Doca, um dos marcos de apresentação da COP30. Na mesma data, o presidente inspecionou as instalações da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una. Na manhã seguinte, a comitiva presidencial visitou as obras de macrodrenagem e urbanização do Canal da União, que integra um conjunto de projetos já finalizados nos canais Vileta, Leal Martins e Timbó. O objetivo central dessas obras é mitigar os problemas recorrentes de alagamento na capital paraense, melhorando a qualidade de vida dos moradores.
O projeto do Canal da União abrange uma série de intervenções estruturais. Entre elas, estão 350 metros de retificação, 700 metros de rede de abastecimento de água, 700 metros de rede de esgoto sanitário e 450 metros de drenagem pluvial. Além disso, foram construídas 3 passarelas e 1 ponte, acompanhadas de urbanização viária e calçadas equipadas com piso tátil, garantindo acessibilidade e funcionalidade para a população.
Posteriormente, Lula acompanhou de perto o andamento das obras do Porto Futuro II, um complexo cultural e de lazer em estágio avançado de conclusão. Este projeto ambicioso tem como meta requalificar a antiga área portuária industrial de Belém. Ocupando uma área de 50 mil metros quadrados, o complexo restaura cinco armazéns históricos, que serão transformados para abrigar o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, o Museu das Amazônias, a Caixa Cultural e o Porto Gastronômico.

Imagem: Ricardo Stuckert via agenciabrasil.ebc.com.br
O Museu das Amazônias, em particular, contou com a parceria técnica e um apoio financeiro não reembolsável de R$ 10 milhões do BNDES. Este espaço cultural sediará exposições de renome, como “Amazônia”, do fotógrafo Sebastião Salgado, e “Ajurí”, que apresenta trabalhos de artistas locais, concebida especificamente para este museu. A Presidência da República emitiu um comunicado destacando que o complexo “é o símbolo de um novo tempo para Belém e para a Amazônia, com a união de cultura, ciência, inovação e tradição, para gerar desenvolvimento sustentável e colocar a região no centro de discussões sobre soluções globais.” A entrega do Porto Futuro II reforça o compromisso do Estado com um modelo econômico sustentável, focado na valorização da biodiversidade da região.
Sede da COP30: Parque da Cidade
No período da tarde da sexta-feira, o presidente Lula vistoriou o Parque da Cidade, o espaço escolhido para sediar os eventos oficiais da COP30. Situado em uma área de 500 mil metros quadrados, que anteriormente funcionava como um aeroporto, o parque foi inaugurado em julho do mesmo ano e já recebeu mais de 670 mil visitantes. Atualmente, encontra-se temporariamente fechado para a montagem das estruturas necessárias à conferência.
O Parque da Cidade é um empreendimento multifuncional que abriga o Centro de Economia Criativa, o Centro Gastronômico, um cinema, teatro, biblioteca, uma torre de contemplação, quadras poliesportivas, ciclovia e um parque aquático infantil. Seu projeto paisagístico é igualmente impressionante, com mais de 2,5 mil árvores, 190 mil plantas ornamentais e 83 mil metros quadrados de áreas gramadas. Além disso, o local incorpora tecnologias de mitigação climática, incluindo o uso de energia solar fotovoltaica e sistemas de captação e reaproveitamento de água da chuva, alinhando-se aos princípios da conferência.
Este será o palco principal da COP30, dividindo-se em duas grandes zonas: a Zona Azul e a Zona Verde da conferência. A Zona Azul é o espaço dedicado às negociações oficiais, à Cúpula de Líderes e aos pavilhões nacionais, com acesso restrito a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. Já a Zona Verde é uma área aberta ao público, destinada à exposição de parceiros e a atividades voltadas para a população do país sede. Conforme o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), na COP30, este espaço terá como foco temas cruciais, como a implementação do Plano Clima, que servirá como guia para as ações brasileiras de enfrentamento à crise climática até 2035.
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As obras da COP30 em Belém representam um investimento substancial com a promessa de um legado duradouro para a população. A capital paraense se prepara não apenas para sediar um evento climático de relevância global, mas também para colher os frutos de uma infraestrutura modernizada e sustentável, impulsionando o turismo e a qualidade de vida. Fique por dentro de mais notícias e análises sobre o desenvolvimento urbano e a política climática em nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Ricardo Stuckert