Petrobras investirá R$ 100 milhões em audiovisual até 2027

Petrobras investirá R$ 100 milhões em audiovisual até 2027

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A Petrobras investirá R$ 100 milhões em audiovisual até 2027, reforçando seu compromisso com o setor cultural brasileiro. O anúncio foi feito durante uma cerimônia especial na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, que celebrou os 30 anos da retomada do cinema nacional e o apoio contínuo da estatal às produções desse período.

Os recursos substanciais, que serão destinados nos próximos quatro anos, visam impulsionar diversas frentes do segmento audiovisual. A iniciativa abrangerá desde a produção e distribuição de filmes e séries, essenciais para a renovação e visibilidade das obras, até a manutenção de salas de cinema, cruciais para a democratização do acesso. Além disso, o patrocínio a importantes festivais como Gramado, Tiradentes (MG), Bonito Cine Sur (MS) e a Mostra de Gostoso (RN) garantirá a vitalidade e a diversidade da exibição cultural pelo país.

Petrobras investirá R$ 100 milhões em audiovisual até 2027

Milton Bittencourt, gerente de patrocínios culturais da Petrobras, enfatizou o objetivo claro da companhia ao declarar: “Nosso compromisso é fortalecer o cinema brasileiro, garantindo que ele continue a contar as histórias do país, dialogando com o presente e projetando o futuro”. Essa visão estratégica sublinha a importância de um investimento duradouro e com impacto significativo na identidade cultural brasileira.

A celebração dos “30 anos de retomada” marca um momento histórico para o cinema no Brasil. Em 1994, o lançamento de “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, dirigido e estrelado por Carla Camurati, simbolizou a redescoberta do público pelas salas de cinema. A obra marcou o fim de um período de estagnação, provocado pelo encerramento da Embrafilme no início da década de 90 e pela ausência de políticas públicas eficazes para o setor, um cenário que demonstra a relevância de entidades de fomento ao cinema, como a Agência Nacional do Cinema (Ancine), na estruturação do mercado.

Com esse espírito de reconhecimento e celebração, a Petrobras organizou a mesa de debates “Petrobras e Cinema Brasileiro: 30 anos de história”. O evento contou com a participação de figuras ilustres do cenário artístico, incluindo o ator Rodrigo Santoro, o produtor Flávio R. Tambellini, a distribuidora Silvia Cruz, e o próprio Milton Bittencourt, com a mediação da apresentadora e cineasta Marina Person. O encontro foi uma oportunidade para revisitar a trajetória e os impactos da parceria entre a estatal e o cinema nacional.

Ao longo dessas três décadas, a Petrobras consolidou-se como uma das maiores incentivadoras do audiovisual brasileiro, patrocinando mais de 600 produções. Essa vasta lista inclui uma gama diversificada de longas, curtas e documentários, muitos dos quais se tornaram marcos na história do cinema nacional. Títulos aclamados como “Cidade de Deus”, “Tieta do Agreste”, “O Quatrilho”, “Carandiru”, “Bacurau” e o recente “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho – premiado em Cannes e indicado ao Oscar – exemplificam a qualidade e o reconhecimento que o cinema brasileiro alcançou com esse suporte.

O patrocínio cultural da Petrobras vai além do financiamento, atuando como um instrumento fundamental para a construção da identidade, memória e diversidade cultural do país. Marina Person, durante o encontro, realçou a importância desse apoio contínuo, afirmando: “Não haveria 30 anos de história e 600 filmes viabilizados sem um aporte consistente como o da Petrobras. É um investimento que não só fortalece a produção, mas também a identidade cultural do país.”

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Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

O ator Rodrigo Santoro, convidado de honra, compartilhou memórias que conectam sua própria jornada à Petrobras, revelando que seu pai, um imigrante italiano, dedicou décadas de trabalho à empresa. “A rotina de dedicação do meu pai à Petrobras foi um exemplo que me marcou profundamente. Esse senso de responsabilidade e disciplina certamente me acompanha até hoje”, relatou Santoro. Ele também recordou seu primeiro papel em longa-metragem, no premiado “Bicho de Sete Cabeças” (2001), de Laís Bodanzky. Em um momento de reflexão sobre as leis de incentivo, Santoro defendeu o fomento cultural: “Há muito preconceito em relação à Lei Rouanet e ao patrocínio cultural. Criou-se um estigma, mas é preciso compreender a importância desse fomento. Sem esse apoio, muitos dos filmes que hoje celebramos jamais teriam existido.”

A distribuidora Silvia Cruz, da Vitrine Filmes, destacou o sucesso e o impacto social do projeto “Sessão Vitrine Petrobras”, uma iniciativa que democratiza o acesso ao cinema nacional. O programa leva filmes brasileiros, incluindo lançamentos e obras restauradas, a mais de 20 cidades, com ingressos a preços reduzidos. “É uma iniciativa que democratiza o acesso. Graças a esse apoio, conseguimos distribuir tanto lançamentos como obras restauradas, alcançando públicos que, de outra forma, não teriam contato com esses filmes”, explicou Cruz.

O produtor Flávio Tambellini enfatizou a concretização de “Malês”, filme dirigido e protagonizado por Antonio Pitanga, um projeto que levou mais de duas décadas para sair do papel. “Foi um processo longo e desafiador. O apoio da Petrobras foi essencial para tornar realidade essa obra que resgata a história de resistência negra no Brasil. É um filme histórico e necessário, que só pôde existir com esse suporte”, afirmou Tambellini, ressaltando o papel vital da estatal na viabilização de produções de grande relevância histórica e social.

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Em suma, o novo investimento da Petrobras de R$ 100 milhões no audiovisual até 2027 reafirma seu papel crucial no fomento ao cinema brasileiro, garantindo a continuidade da produção, a diversidade cultural e o acesso do público a narrativas que refletem a identidade nacional. Para mais análises sobre investimentos e o cenário econômico do país, continue acompanhando nossa editoria de Economia.

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