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Pix Parcelado: O impacto da nova modalidade no e-commerce

Economia

O Pix Parcelado, uma funcionalidade promissora para o comércio eletrônico brasileiro, teve sua padronização adiada pelo Banco Central recentemente. Apesar do atraso, a expectativa é que esta nova modalidade aprofunde a presença do Pix nas transações digitais, sobretudo ao incluir uma parcela significativa da população que atualmente não possui acesso a cartões de crédito para compras parceladas. Essa inclusão deve gerar um aumento notável na demanda do mercado logístico, impactando diretamente a infraestrutura de distribuição de produtos.

A modalidade Pix já se consolidou como a principal forma de pagamento em compras realizadas pela internet no Brasil. Dados da pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e divulgada em outubro de 2024, revelam um crescimento expressivo: a representatividade do Pix saltou de 66% em 2022 para impressionantes 84% em 2024, entre os usuários que efetuaram compras online nos doze meses anteriores à pesquisa. Em contraste, o cartão de crédito, que anteriormente era a opção favorita dos consumidores virtuais, registrou um recuo, passando de 73% para 67% no mesmo período, conforme dados detalhados em relatórios do Cetic.br.

Pix Parcelado: O impacto da nova modalidade no e-commerce

Na perspectiva de Mauricio Salvador, Conselheiro Deliberativo da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), a implementação de uma nova funcionalidade padronizada para o Pix tem o potencial de expandir ainda mais sua utilização. Ele enfatiza que oferecer o Pix Parcelado irá atrair um segmento da população que hoje não consegue realizar compras parceladas por meio do cartão de crédito, frequentemente devido a limites de crédito já comprometidos. Essa expansão representa uma oportunidade significativa para o setor de varejo online.

Dados do Banco Central apontam que aproximadamente 60 milhões de brasileiros não possuem acesso a um cartão de crédito. Mauricio Salvador projeta que, uma vez que o Pix Parcelado seja popularizado, ele poderá elevar o número de pessoas que utilizam o Pix para pagamentos no e-commerce em uma faixa de 10% a 25%. Tal incremento resultaria em um aumento substancial nas vendas online, impulsionando a economia digital de maneira geral. Este efeito cascata é o que, de acordo com Renato Monteiro, CEO da Sort Investimentos, promete intensificar a demanda por galpões logísticos. Esses espaços são essenciais para varejistas online e transportadoras, funcionando como centros de armazenamento e distribuição para gerenciar o fluxo crescente de compras realizadas em e-commerces e marketplaces.

Impacto no Mercado Logístico e Imobiliário

Renato Monteiro estima que, após a maturação completa do impacto do Pix Parcelado no mercado imobiliário logístico, a valorização do metro quadrado poderá alcançar até 20%, conforme as estimativas internas de sua empresa. No entanto, Monteiro ressalva que o impacto no setor imobiliário tende a ser mais gradual e demorado. Ele aponta para um tempo de maturação de seis meses a um ano, período necessário para que empresas estruturem suas operações e para que os processos burocráticos e de planejamento sejam concluídos. Enquanto as companhias ajustam suas cadeias de suprimentos e estratégias de atendimento, o mercado imobiliário se organiza para suprir essa demanda emergente por infraestrutura logística.

Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, em declaração ao InfoMoney, esclareceu que a padronização do Pix Parcelado trará maior transparência e uniformidade às transações. Essa uniformidade facilitará a comparação entre as diferentes ofertas disponíveis no mercado e a compreensão dos termos por parte do consumidor, o que naturalmente deve fomentar um uso ainda mais amplo do Pix. Contudo, Hoffmann pondera que a nova funcionalidade não deverá ser percebida como uma revolução nos meios de pagamento, uma vez que a modalidade de parcelamento já existe em outras formas e por meio de ofertas privadas. A padronização, portanto, visa organizar e massificar o acesso a algo já conhecido em menor escala.

Adiamento e Perspectivas Futuras

Em 26 de setembro, o Banco Central anunciou o adiamento da divulgação das regras para a padronização da oferta do Pix Parcelado. A autarquia justificou que sua prioridade foi direcionada para o fechamento de brechas regulatórias que estavam sendo exploradas pelo crime organizado. Esta decisão veio após uma série de ataques cibernéticos e a descoberta de vínculos entre instituições financeiras e o Primeiro Comando da Capital (PCC), exigindo uma atenção imediata à segurança do sistema financeiro nacional. A medida visa fortalecer a integridade das operações e proteger os usuários contra fraudes e atividades ilícitas.

Atualmente, não há uma nova previsão de lançamento para as regras definitivas do Pix Parcelado. Apesar do adiamento, as expectativas do mercado permanecem otimistas quanto ao potencial da modalidade. Mauricio Salvador, da Abcomm, reitera que a funcionalidade deve, sim, trazer um incremento significativo ao volume de transações e à inclusão financeira. Ele conclui que será necessário aguardar a efetiva implementação e a adesão das lojas virtuais para se ter uma estimativa mais precisa e assertiva sobre o impacto total do Pix Parcelado no cenário do e-commerce brasileiro.

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O Pix Parcelado representa um avanço estratégico para a inclusão de milhões de consumidores no ambiente das compras online, prometendo um estímulo relevante para o e-commerce e para a infraestrutura logística do país, apesar dos desafios regulatórios. Para continuar acompanhando as últimas notícias e análises sobre economia e tecnologia no Brasil, explore mais conteúdos em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Divulgação

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