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Plano Trump Nova Gaza: Ambição Imobiliária de Aliados Revelada

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O Plano Trump para Nova Gaza, uma proposta abrangente para o fim do conflito entre Israel e Hamas, está sendo submetido a uma análise aprofundada, revelando nuances que apontam para uma significativa ambição imobiliária por parte de seus principais articuladores. A jornalista Laura Greenhalgh, em sua coluna, destaca como o documento de 20 pontos, embora trate de questões cruciais como cessar-fogo e resgate de reféns, também projeta uma “Nova Gaza” com a visão de megainvestidores do setor.

No cenário geopolítico atual, enquanto o mundo aguarda o anúncio do Nobel da Paz de 2025 e acompanha os desdobramentos de um acordo mediado pelos EUA, a proposta de Donald Trump para a região de Gaza emerge com uma perspectiva peculiar. O documento aborda a deposição de armas, o recuo militar e uma gestão transitória, elementos que formam a base de qualquer resolução de conflito. Contudo, é no tópico 19 que a complexidade do plano se manifesta de forma mais evidente, ao articular uma série de condicionais para a criação de um Estado palestino.

Plano Trump Nova Gaza: Ambição Imobiliária de Aliados Revelada

A formulação para o futuro Estado palestino é notavelmente cautelosa, indicando que “À medida que avance a reurbanização de Gaza e se implemente fielmente o programa de reforma da Autoridade Palestina, poderiam ser criadas as condições para um caminho crível em direção à autodeterminação e à criação de um Estado palestino”. Essa dependência de condições futuras e o uso de termos como “reconstrução” e “reurbanização” desde o início até o fim do plano sublinham uma ênfase particular na dimensão física e econômica da região. A promessa de erguer “prósperas cidades modernas do Oriente Médio” para a Nova Gaza, em vez de focar primariamente no bem-estar do povo que já “sofreu o suficiente”, sugere uma orientação que vai além da pacificação e da ajuda humanitária.

Essa visão, conforme apontado, é intrínseca à mentalidade de um megainvestidor imobiliário que ascendeu à presidência, sendo reforçada pela atuação de negociadores que são seus próximos e parceiros de negócios. Os nomes em destaque são Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, e Jared Kushner, conselheiro sênior e genro de Donald Trump. Ambos possuem históricos notáveis no mercado imobiliário e parecem infundir essa perspectiva nos termos do acordo para a futura Gaza.

Os Arquitetos da “Nova Gaza”: Steve Witkoff e Jared Kushner

Steve Witkoff, com suas raízes no Bronx e descendência judaica russa, construiu um império a partir da recuperação e venda de imóveis em Nova York. Sua empresa, o Witkoff Group, expandiu-se com operações robustas no Catar. A proximidade com Trump é notória, evidenciada por jogos de golfe em Palm Beach, e suas origens familiares, segundo a análise, facilitam o diálogo tanto com Vladimir Putin quanto com Binyamin Netanyahu. A trajetória de Witkoff revela uma familiaridade com grandes projetos de desenvolvimento e uma habilidade em transformar áreas degradadas em empreendimentos lucrativos, uma experiência que parece ser transposta para a concepção da “Nova Gaza”.

Jared Kushner, por sua vez, representa uma holding familiar com múltiplos tentáculos, sendo o setor imobiliário seu pilar mais robusto. Seu pai, Charles Kushner, conhecido por turbinar os negócios familiares e, posteriormente, por uma condenação por falcatruas, ocupa atualmente o posto de embaixador dos EUA na França. A holding dos Kushner possui um bloco de investimentos significativos em países como Arábia Saudita, Catar e Omã, solidificando sua presença em mercados estratégicos do Oriente Médio. A influência de Kushner no plano para Gaza é vista como um reflexo de sua vasta experiência em negociações e investimentos em larga escala, com um claro viés para o desenvolvimento de infraestruturas e propriedades.

Tony Blair e a Convergência de Interesses

A essa dupla, agrega-se um terceiro personagem de peso internacional: Tony Blair, ex-premiê britânico. Após sua aposentadoria da política ativa, Blair passou a presidir um instituto dedicado a “mudanças globais”, que lhe proporciona substanciais consultorias. Ao deflagrar a guerra em Gaza, Blair prontamente ofereceu seus serviços, inicialmente à dupla Biden-Blinken e, em 2025, à formação Trump-Rubio. Embora carregue em seu portfólio o sucesso de negociações de paz na Irlanda do Norte, seu histórico também inclui controvérsias, como os fiascos pós-Saddam no Iraque. A análise da jornalista Laura Greenhalgh sugere que o Plano Trump e os planos de Blair para Gaza se entrelaçam de maneira estratégica, apontando para uma convergência de interesses que vai além de meras coincidências.

Plano Trump Nova Gaza: Ambição Imobiliária de Aliados Revelada - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

O que efetivamente une esses homens, conforme a coluna, é uma “ânsia” palpável de mobilizar um vasto contingente de escavadeiras e guindastes para erguer a “Nova Gaza”. A recente inauguração de um resort de alto luxo por Kushner na Albânia, outrora uma nação comunista, e seu desejo explícito de abrir novas frentes no Mediterrâneo, reforçam a urgência e a prioridade dadas ao setor imobiliário. A proposta parece visar a eliminação não apenas dos escombros físicos, mas também de uma parte da história e do passado recente da região, buscando uma “gentrificação” do direito internacional em favor de um novo ciclo de desenvolvimento.

A menção a António Guterres, secretário-geral da ONU, pedindo a entrada de ajuda humanitária em Gaza no início do artigo original serve como um contraste marcante com a abordagem predominante do plano de Trump e seus agentes. Enquanto a comunidade internacional clama por assistência imediata para mitigar o sofrimento humano, o foco de Witkoff, Kushner e Blair parece estar direcionado para a reurbanização e o desenvolvimento de empreendimentos lucrativos. Essa dicotomia ressalta as diferentes prioridades e visões para o futuro da Faixa de Gaza. Para saber mais sobre o trabalho das Nações Unidas em relação à paz e segurança, um tema intrinsecamente ligado aos desafios de Gaza, é fundamental consultar fontes primárias. A manutenção da paz e da segurança internacionais é um dos pilares da atuação da organização. Saiba mais sobre a manutenção da paz e segurança pela ONU.

A proposta de Donald Trump para a resolução do conflito em Gaza, portanto, vai além de um mero acordo político, inserindo-se em uma complexa teia de interesses econômicos e imobiliários. A presença de figuras como Witkoff e Kushner, com seus vastos portfólios no setor, e a colaboração de Tony Blair, evidenciam uma estratégia que busca redefinir o futuro da região sob uma ótica de desenvolvimento e lucratividade. O termo “Nova Gaza” assume, assim, uma conotação que transcende a reconstrução, apontando para uma transformação impulsionada por ambições mercadológicas.

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Em suma, o Plano Trump para Nova Gaza revela-se um documento multifacetado, com uma forte inclinação para o desenvolvimento imobiliário e a reurbanização, capitaneado por agentes com experiência comprovada nesse setor. A análise de Laura Greenhalgh destaca a intrínseca relação entre a política externa e os interesses comerciais de figuras influentes. Para aprofundar-se em questões de política internacional e seus desdobramentos, continue acompanhando nossa editoria de Política para mais análises e notícias.

Crédito da imagem: Mohammed Salem – 27.nov.23/Reuters

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