rss featured 2680 1760412323

Programa Nova Indústria Brasil Impulsiona Salto Tecnológico

Economia

O Programa Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa governamental lançada no início de 2024, visa impulsionar um salto tecnológico no país, direcionando um financiamento robusto de R$ 300 bilhões para ações estratégicas até 2026. A meta central é fortalecer a capacidade produtiva nacional, reduzindo a dependência externa e fomentando a inovação em setores cruciais.

A relevância de uma produção industrial e tecnológica localizada é inegável para o desenvolvimento de uma nação, gerando um adensamento significativo da cadeia produtiva doméstica. Tal modelo impulsiona investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, estimula a inovação em múltiplos níveis e integra a participação ativa da academia no processo criativo.

Programa Nova Indústria Brasil Impulsiona Salto Tecnológico

Essa estratégia resulta na criação de empregos qualificados, arrecadação de impostos e royalties que permanecem no país, além da crucial retenção de conhecimento em engenharia e propriedade intelectual. Conforme um estudo da P&D Brasil, associação que representa empresas e institutos de desenvolvimento tecnológico nacional e inovação, aproximadamente R$ 85 de cada R$ 100 pagos pelo consumidor por um produto desenvolvido localmente são mantidos dentro do Brasil. “Não é só dinheiro: estamos falando também de conhecimento, empregos, impostos, adensamento da cadeia produtiva, propriedade intelectual e lucro que ficam aqui,” explicou Rosilda Prates, presidente da P&D Brasil, enfatizando a soberania econômica que essa dinâmica proporciona.

Em contraste, a importação de produtos transfere riqueza e tecnologia para outras nações, deixando no Brasil apenas os custos administrativos, enquanto insumos, royalties e lucros são direcionados para o exterior. A P&D Brasil, com seus associados, movimenta um faturamento conjunto de R$ 92 bilhões e destina R$ 2 bilhões em investimentos para pesquisa e desenvolvimento, sendo responsável por 58% da tecnologia desenvolvida nacionalmente, conforme dados apresentados por Prates durante a Futurecom.

Grande parte desses aportes em inovação é catalisada diretamente pelo Programa Nova Indústria Brasil. Paralelamente, houve um substancial fortalecimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados em fevereiro, revelam que a injeção de recursos no FNDCT atingiu um recorde, crescendo 171% em 2023 em comparação com 2022, alcançando R$ 12,7 bilhões em orçamento e execução. Esses fundos são aplicados em pesquisas realizadas tanto por empresas quanto por Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), utilizando modalidades de financiamento reembolsável e não reembolsável.

Por meio da NIB, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) foi responsável pelo investimento de R$ 21,2 bilhões em 1.416 propostas. Desse total, mais de R$ 17,8 bilhões vieram diretamente da Finep, complementados por aproximadamente R$ 3,4 bilhões em contrapartida empresarial, demonstrando o engajamento do setor privado na iniciativa governamental.

As políticas federais continuam focando vigorosamente na chamada Indústria 4.0. Para reforçar esse compromisso, no final de agosto, o governo anunciou uma linha de crédito de R$ 12 bilhões, disponibilizada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Finep, especificamente destinada à renovação de maquinários e equipamentos, visando a modernização e o avanço tecnológico do parque industrial brasileiro.

A estrutura do Programa Nova Indústria Brasil está organizada em seis eixos estratégicos: cadeias agroindustriais, saúde, infraestrutura e mobilidade, transformação digital e defesa. Exemplos concretos de projetos apoiados com o objetivo de gerar tecnologia nacional e diminuir a dependência de importações incluem o avanço de anticorpos para tratamentos contra o câncer no Sistema Único de Saúde (SUS); o desenvolvimento de protótipos de baterias para veículos elétricos; e a criação de um robô móvel autônomo inteligente, integrado a redes neurais, para otimizar a eficiência e a segurança na área de logística.

O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) também exerce um papel estratégico crucial na implementação da nova indústria. David de Oliveira Penha, presidente do conselho gestor do fundo, detalhou que o Funttel é composto por 0,5% da receita bruta das operadoras de telecomunicações e opera com uma governança colaborativa que envolve os ministérios da Indústria, da Ciência e Tecnologia, além do BNDES.

Programa Nova Indústria Brasil Impulsiona Salto Tecnológico - Imagem do artigo original

Imagem: valor.globo.com

“Ele se situa no contexto da industrialização, pesquisa e desenvolvimento no setor de telecom, e foi mapeado como fonte de recursos para implementar a missão da digitalização. Temos projetos de datacenters, IA e descarbonização”, explicou Penha, mencionando um data center em Recife como exemplo de projeto financiado pelo Funttel. Ele também ressaltou a importância da participação popular e da cobrança da sociedade, afirmando: “É importante que a sociedade nos cobre. A NIB tem que ser um espaço democrático e popular, onde o cidadão participe ativamente dos processos.”

A integração da indústria com a cadeia digital é uma necessidade premente, conforme reforçou Laercio Cosentino, presidente do conselho da Brasscom, a associação de empresas de tecnologia da informação e comunicação, durante a Futurecom. Cosentino afirmou que a indústria contemporânea difere significativamente da do passado, exigindo que a fabricação esteja intrinsecamente conectada com logística, consumo e descarte. Para mais informações sobre a importância da inovação no setor, consulte o Portal da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Empresas multinacionais, como a Siemens Brasil, já estão engajadas ativamente na transformação digital do país. Pablo Fava, presidente da companhia, salientou que o Brasil oferece condições singulares para a convergência entre os mundos físico e digital. Ele destacou que a Siemens atua como um “gêmeo digital” para diversas empresas, acompanhando de perto as cadeias de inovação e auxiliando na transição para novos paradigmas tecnológicos.

Fava ainda explicou que a inteligência artificial generativa tem impulsionado a eficiência industrial por meio de capacidades avançadas de predição e manutenção. O conceito de metaverso industrial, por sua vez, permite a projeção de cenários futuros e a simulação otimizada de processos industriais. Além disso, o Brasil possui uma vantagem competitiva considerável e um diferencial importante: mais de 68% de sua cadeia industrial já está descarbonizada, um fator crucial e cada vez mais valorizado no cenário econômico global atual.

Confira também: Investir em Imóveis na Região dos Lagos

O Programa Nova Indústria Brasil, com seu robusto financiamento e foco em diversas cadeias produtivas estratégicas, sinaliza um caminho decisivo para o desenvolvimento econômico e a soberania tecnológica do país. A mobilização de recursos significativos e o incentivo contínuo à inovação prometem redefinir o panorama industrial brasileiro, consolidando o Brasil como um polo de tecnologia e conhecimento. Continue explorando as tendências e análises do setor econômico e industrial em nosso portal. Visite nossa seção de Economia para mais insights e notícias relevantes.

Crédito da Imagem: Valor Econômico

Deixe um comentário