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Projeto de Lei Garante Piso Nacional a Professores Temporários

Economia

A Câmara dos Deputados deu um passo significativo para a valorização do magistério ao aprovar na última terça-feira, 14 de maio, um projeto de lei que visa estender o Piso Nacional para Professores Temporários da educação básica. A medida, que agora segue para análise no Senado Federal, busca equiparar os vencimentos desses profissionais aos dos docentes efetivos, atualmente fixados em R$ 4.867,77 para uma jornada de 40 horas semanais.

De autoria do deputado Rafael Brito (MDB-AL) e com relatoria da deputada Carol Dartora (PT-PR), o Projeto de Lei 672/25 estabelece que a garantia do piso salarial se aplique a todos os profissionais do magistério público que possuam vínculo temporário. Para serem contemplados, é exigida a formação mínima conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A proposta amplia seu alcance para além da sala de aula, incluindo também os cargos de suporte pedagógico à docência, como aqueles de direção, administração escolar, planejamento educacional, inspeção, supervisão, orientação e coordenação.

Projeto de Lei Garante Piso Nacional a Professores Temporários

A aprovação na Câmara dos Deputados representa um marco importante para a categoria, evidenciando a crescente atenção do legislativo à educação. O debate em torno do piso nacional para professores temporários tem ganhado força, especialmente em um contexto onde a proporção de docentes com contratos provisórios é expressiva nas redes de ensino. Este avanço legislativo reflete a busca por uma maior equidade e reconhecimento para todos os educadores do país, que atuam em diferentes regimes de contratação.

A pauta da educação esteve em destaque na Câmara, em virtude da Semana da Criança e do Dia do Professor, celebrado anualmente em 15 de outubro. O líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), confirmou o voto favorável do Poder Executivo, enaltecendo a iniciativa como uma forma de homenagear os professores brasileiros. Essa sinalização governamental reforça o apoio à medida e sinaliza uma possível tramitação mais célere no Senado.

Argumentos Favoráveis e o Impacto na Educação

A relatora, deputada Carol Dartora, argumentou que a maioria dos Estados brasileiros já adota a prática de conceder o piso salarial para professores temporários, utilizando recursos provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para cobrir os custos. A parlamentar assegurou que o projeto não gerará despesas adicionais nem transferirá encargos financeiros indevidos para Estados e municípios. Para Dartora, a legislação preenche uma lacuna existente na lei do Piso Nacional do Magistério, visto que muitos docentes são contratados em caráter temporário, mas exercem suas funções por períodos prolongados. Ela ressaltou que “Ninguém se forma para ser professor temporário, mas pra ser professor”, enfatizando a necessidade de estabilidade e reconhecimento para esses profissionais.

Corroborando a defesa do projeto, o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) criticou a prática de governos que, segundo ele, utilizam o conceito de professor temporário como estratégia para reduzir custos, comprometendo a qualidade da educação. Motta apontou que, ao receberem salários inferiores, esses professores frequentemente precisam trabalhar em múltiplas instituições, dificultando a dedicação e atenção necessárias aos alunos. “Os estudantes sofrem, e o governo economiza dinheiro”, afirmou o deputado, sublinhando as consequências negativas para o processo de ensino-aprendizagem.

Cenário Atual do Magistério Temporário no Brasil

Dados recentes da Agência Câmara de Notícias ilustram a relevância da discussão sobre o piso nacional para professores temporários. Atualmente, o quadro de docentes nas redes de ensino do país é composto por 51,6% de professores temporários e 46,5% de profissionais efetivos. Um dado ainda mais alarmante é que 43,6% desses professores temporários já atuam na função por um período superior a 11 anos, evidenciando a natureza de longo prazo de muitos desses vínculos provisórios e a necessidade de uma política salarial justa.

Contrapontos e Preocupações Levantadas

Apesar do amplo apoio, o projeto de lei também enfrentou críticas por parte de alguns parlamentares. O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) expressou preocupação com a viabilidade da medida, argumentando que equiparar os salários de professores temporários e concursados pode ser impraticável para municípios de menor porte e com orçamentos mais restritos. Segundo Lima, essas localidades poderiam recorrer à Justiça para contestar a implementação da medida. Ele classificou a proposta como uma “ideia fictícia, romântica e impraticável”.

Outro ponto de vista crítico foi apresentado pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que sugeriu que, antes de estender o piso salarial aos temporários, seria mais apropriado resolver as pendências e assegurar o pagamento integral do piso nacional aos professores efetivos. A implementação do Fundeb é fundamental para a viabilização do piso salarial, e mais informações podem ser encontradas no portal oficial do Governo Federal.

Discussão Paralela no Supremo Tribunal Federal

A questão do piso nacional para professores temporários não se restringe ao âmbito legislativo. Paralelamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) também está analisando um recurso do governo de Pernambuco. O estado contesta uma decisão judicial local que concedeu o direito ao piso salarial a uma professora temporária. Esse debate no Judiciário sublinha a complexidade e a urgência da matéria, que afeta milhares de profissionais da educação em todo o país.

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A aprovação do projeto na Câmara é um avanço significativo que busca garantir a valorização e a equidade salarial para os professores temporários, reconhecendo a importância do seu papel na educação básica brasileira. O desfecho no Senado e o acompanhamento das discussões no STF serão cruciais para definir o futuro da remuneração desses profissionais. Para se manter atualizado sobre as últimas decisões políticas e seus impactos na sociedade, continue acompanhando a editoria de Política em Hora de Começar.

Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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