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Redata Impulsiona Competitividade de Data Centers no Brasil

Economia

O Redata Impulsiona Competitividade de Data Centers no Brasil, um novo regime de estímulo para o setor de data centers no país, promete elevar a competitividade brasileira a patamares equivalentes aos dos Estados Unidos. Conforme as declarações de Alexandre Maiorial, presidente da Oracle Brasil, este programa posiciona o Brasil como uma geografia atraente para a expansão global da companhia, que opera algumas das maiores empresas de nuvem do mundo. A expectativa da empresa é que o Redata – batizado como Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter – seja aprovado dentro de aproximadamente três meses, consolidando a Medida Provisória (MP) que foi publicada em setembro.

A Medida Provisória estabelece isenções de tributos federais destinados à aquisição de equipamentos tecnológicos essenciais para a infraestrutura de armazenamento e processamento de dados que sustentam os data centers. Essa iniciativa é vista como um divisor de águas para o setor, que historicamente enfrentava altas cargas tributárias que comprometiam sua viabilidade econômica em comparação com outros mercados internacionais.

Redata Impulsiona Competitividade de Data Centers no Brasil

Com a implementação do Redata, prevê-se uma redução considerável na carga tributária sobre o setor. Segundo Maiorial, em entrevista concedida ao InfoMoney durante o evento Oracle AI World, a alíquota de impostos que normalmente ultrapassava os 50% terá uma queda substancial. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) corrobora essa projeção, indicando que a alíquota efetiva sobre equipamentos de tecnologia da informação deverá diminuir de 52% para 18% sob o novo regime. Componentes como as Unidades de Processamento Gráfico (GPUs), fabricadas por empresas como a Nvidia, estão entre os itens que mais impactam os custos de desenvolvimento e operação de data centers, e serão diretamente beneficiados por essa desoneração.

A operacionalização completa do regime, que ainda depende de definições técnicas finais sobre contrapartidas, posicionará o Brasil no mesmo nível de competitividade de regiões globais como Phoenix, no Arizona, onde a Oracle mantém um de seus data centers. O executivo da Oracle destaca que a aprovação do Redata permitirá que as operações no Brasil alcancem margens competitivas em relação a qualquer outra região do mundo, transformando o país em um local com retorno financeiro importante, o que antes não ocorria.

Do ponto de vista governamental, as projeções indicam que o Redata tem o potencial de atrair cerca de R$ 2 trilhões em investimentos ao longo dos próximos anos. Maiorial avalia que este número pode ser conservador, uma vez que o programa não se restringe apenas a atender a demanda local brasileira, mas capacita o país a servir clientes globalmente, expandindo o alcance e o impacto dos data centers instalados aqui.

Recentemente, a Oracle anunciou a abertura de dois novos data centers no Brasil, localizados em São Paulo e Vinhedo, com o objetivo de suportar as aplicações de sua plataforma de serviços corporativos NetSuite. Maiorial esclareceu que estes investimentos foram planejados e realizados independentemente da aprovação do Redata, refletindo a crença da empresa no potencial do mercado brasileiro e na necessidade de proximidade com os clientes para otimizar a latência e a experiência do usuário.

A participação da Oracle nas discussões sobre o Redata foi fundamental. O time global de taxas da companhia, que conta com um membro brasileiro, colaborou com o governo para expor os desafios tributários que players de tecnologia enfrentavam, demonstrando como a alta carga fiscal era um impeditivo para a competitividade. Essa colaboração auxiliou o governo a compreender a urgência e a relevância de um regime como o Redata, que visa nivelar o Brasil com outros mercados globais.

Além dos incentivos federais, diversos estados brasileiros também estão se movimentando para oferecer estímulos fiscais no âmbito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). São Paulo, por exemplo, sob o governo de Tarcísio de Freitas, já deferiu uma proposta para zerar o ICMS para empresas de tecnologia, embora ainda não tenha se tornado Projeto de Lei oficial. Estados como Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul também estão em discussões avançadas sobre a implementação de tarifas diferenciadas, o que os consolida como polos de grandes possibilidades para o setor de tecnologia e data centers.

Com a redução das tarifas, o Brasil se torna um ambiente propício para a implementação de tecnologias avançadas, como o treinamento de Inteligência Artificial (IA). Anteriormente, a importação de GPUs para o Brasil era inviável devido aos altos impostos, o que dificultava o desenvolvimento de projetos de IA em larga escala. Agora, as condições tarifárias brasileiras se assemelham a projetos de grande porte como o Stargate, da OpenAI, permitindo o uso de infraestrutura robusta para clientes globais com operações na América Latina.

A mudança de cenário tributário significa que investimentos em data centers no Brasil deixarão de ser meros “investimentos” no sentido de apenas cobrir a presença no mercado, para se tornarem empreendimentos com margens de lucro competitivas. A corporação da Oracle, segundo Maiorial, passará a ver o Brasil como uma geografia com retorno financeiro expressivo. O país sempre foi importante por questões de latência, tecnologia e proximidade com clientes, mas a falta de competitividade freava o aporte de capital mais significativo. As conversas com a área técnica do governo para a operacionalização do Redata continuam, com a Oracle se colocando à disposição para auxiliar na compreensão dos processos de importação e construção da infraestrutura.

Quanto à capacidade de fornecimento de GPUs, um insumo crucial para a expansão esperada pelo Redata e para projetos de IA, Maiorial reconhece que a demanda aumentará naturalmente em escala global. Contudo, a parceria estratégica da Oracle com a Nvidia assegura que a empresa receba as GPUs com maior antecedência em comparação com outros players do mercado, o que minimiza o impacto de possíveis problemas de suprimento, equiparando a situação brasileira à realidade de mercados como o Texas nos EUA.

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Em suma, o Redata representa uma virada de jogo para o mercado de data centers no Brasil, transformando o país em um polo de atração para investimentos de alta tecnologia e tornando-o um player global competitivo. A iniciativa promete não apenas desonerar a aquisição de equipamentos, mas também estimular a economia e a inovação em diversas frentes, como a inteligência artificial. Para se manter atualizado sobre os desdobramentos deste e de outros temas relevantes para a economia e a tecnologia, continue acompanhando nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Divulgação/Oracle

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