O Estado de São Paulo registrou 25 casos confirmados de intoxicação por metanol, conforme o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta sexta-feira (10). A substância, que é altamente tóxica e de uso estritamente industrial, tem sido encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas, gerando uma grave crise de saúde pública. Além dos casos confirmados, outros 160 estão sob minuciosa investigação para determinar a possível ligação com o consumo de bebidas contaminadas.
A situação epidemiológica aponta para um cenário preocupante, com cinco mortes já confirmadas devido à intoxicação. Outros seis óbitos permanecem em fase de investigação, aguardando resultados de análises para confirmar se foram causados pelo metanol. Paralelamente, 189 suspeitas de intoxicação foram descartadas, sendo 37 delas após um processo rigoroso de análises clínicas e epidemiológicas, que ajudaram a refinar o panorama dos casos.
SP confirma 25 casos de intoxicação por metanol
A resposta das autoridades não tardou. Ainda nesta sexta-feira (10), a polícia de São Paulo desmantelou uma fábrica clandestina situada em São Bernardo do Campo. O local era o epicentro da produção de bebidas alcoólicas adulteradas, onde o metanol era introduzido ilegalmente nos destilados. A substância é um álcool industrial que, se ingerido, pode causar cegueira, danos neurológicos severos e morte, mesmo em pequenas quantidades.
Segundo as declarações do secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, a investigação revelou que o grupo criminoso responsável pela adulteração adquiria o metanol diretamente em postos de combustível. Nestes estabelecimentos, a substância era comercializada de forma ilícita, disfarçada como etanol adulterado. Após a aquisição, o metanol era utilizado para falsificar destilados populares, como vodca e uísque, que eram então introduzidos no mercado de consumo, colocando a vida de inúmeras pessoas em risco.
A operação policial que culminou com a descoberta e interdição da fábrica clandestina foi desencadeada após o registro da morte de duas pessoas por intoxicação. As vítimas, identificadas como Ricardo Lopes, de 54 anos, e Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46 anos, consumiram as bebidas contaminadas no Bar Torres, um estabelecimento localizado no bairro da Mooca, na capital paulista. As investigações aprofundaram a cadeia de distribuição, revelando que o Bar Torres era abastecido por uma distribuidora que, por sua vez, comprava os produtos diretamente da fábrica ilegal em São Bernardo do Campo. Em resposta às evidências, tanto o bar quanto a fábrica foram imediatamente interditados pelas autoridades competentes.
A repressão ao esquema de adulteração de bebidas resultou em novas detenções. Na quinta-feira (9), duas prisões adicionais foram efetuadas em diferentes cidades do estado de São Paulo. Em São José dos Campos, um homem foi detido por estar envolvido na fabricação e rotulagem irregular de bebidas em um depósito clandestino. Simultaneamente, em Cajamar, na região metropolitana, outro indivíduo foi preso durante uma busca em uma adega. As ações policiais culminaram na apreensão de um vasto arsenal de produtos falsificados: cerca de 915 garrafas de uísque, vodca e gim, todas com fortes indícios de adulteração.
A questão do envolvimento de grandes facções criminosas na adulteração das bebidas também foi abordada. O secretário Derrite descartou, por ora, a existência de indícios que liguem o Primeiro Comando da Capital (PCC) a esta modalidade de crime. Contudo, essa hipótese não surgiu sem precedentes. No início da mesma semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, havia levantado a possibilidade de participação do crime organizado. Essa suspeita se baseava em uma ação policial anterior, que visava combater a infiltração de criminosos em postos de combustível e no setor financeiro, setores que poderiam ser utilizados para a aquisição e distribuição de substâncias como o metanol.

Imagem: valor.globo.com
Desde o dia 29 de setembro, as operações de combate às bebidas adulteradas têm sido contínuas e em larga escala. Os resultados são expressivos: mais de 20 mil garrafas de bebidas foram apreendidas, juntamente com 480 mil rótulos falsificados e 113 mil recipientes vazios, que seriam utilizados na produção ilegal. Ao todo, 49 pessoas foram presas no âmbito desta força-tarefa, sendo que 28 dessas prisões ocorreram nas operações mais recentes, destacando a intensificação do trabalho policial para desarticular os grupos criminosos. A Secretaria de Estado da Saúde informou que o próximo balanço detalhado dos casos de intoxicação será divulgado na próxima segunda-feira (13), oferecendo uma atualização sobre a evolução da situação.
A ingestão de metanol é extremamente perigosa e pode ter consequências fatais. Em caso de suspeita de consumo de bebidas adulteradas ou sintomas como visão turva, náuseas, vômitos e dores abdominais, é crucial procurar atendimento médico imediato. Para mais informações sobre os riscos do met metanol, consulte fontes confiáveis como este artigo do G1 sobre intoxicação por metanol.
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A continuidade das investigações e a divulgação de novos balanços pela Secretaria de Estado da Saúde são fundamentais para a transparência e para que a população esteja sempre informada sobre os riscos e as ações de combate a esse tipo de crime. Mantenha-se atualizado sobre os desdobramentos desta e de outras notícias relevantes para a capital e o estado de São Paulo, acompanhando nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Pablo Jacob/Governo de São Paulo