TÍTULO: Substituto Barroso STF: Messias Favorito Após Aposentadoria
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META DESCRIÇÃO: Ministros do STF foram pegos de surpresa pela aposentadoria antecipada de Barroso. Saiba quem são os favoritos para a vaga, com Jorge Messias cotado para o STF.
A notícia da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (9) pegou de surpresa grande parte dos ministros da Corte. Nos bastidores, alguns magistrados já apontam o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, como o principal favorito para preencher a vaga que será deixada pelo ministro Barroso, gerando intensa movimentação nos círculos políticos e jurídicos.
A decisão de Barroso de deixar o cargo antes do previsto não foi comunicada aos seus pares na Suprema Corte. Segundo informações obtidas pelo Valor junto a três ministros, apenas o presidente do STF, Edson Fachin, foi avisado da intenção de Barroso no horário do almoço, pouco antes do início da sessão plenária que começaria às 14h. Um dos magistrados entrevistados revelou que, embora houvesse sinais anteriores indicando uma possível saída, a concretização do anúncio naquele dia específico não era esperada.
Substituto Barroso STF: Messias Favorito Após Anúncio de Aposentadoria
Com a saída confirmada do ministro, a corrida pela sucessão no Supremo ganha contornos mais definidos. Para diversos ministros consultados, o atual chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, desponta como um nome de peso para a indicação presidencial. Um deles, em condição de anonimato, afirmou ao Valor que “se a escolha fosse agora, seria Messias”. Outros magistrados concordam com essa avaliação, mas também consideram que o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), possui alta cotação. Outro nome que surge lateralmente nas discussões é o de Bruno Dantas, ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).
O processo de escolha para o STF é prerrogativa do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a indicação presidencial, o nome precisa passar por sabatina e aprovação no Senado Federal para, então, ser formalmente nomeado pelo chefe do Executivo. Lula manifestou a interlocutores sua intenção de agilizar a decisão, priorizando critérios como competência e lealdade. Jorge Messias, em particular, desfruta de amplo apoio tanto do Palácio do Planalto quanto do Partido dos Trabalhadores.
O presidente Lula, segundo fontes próximas, busca evitar um prolongado período de especulações e pressões de diversos grupos interessados e seus apoiadores, incluindo movimentos que clamam pela nomeação de uma mulher para a vaga. Essa postura contrasta com o tempo levado em indicações anteriores no seu atual mandato, como as de Cristiano Zanin e Flávio Dino, que demoraram meses até serem anunciadas. A convicção presidencial é que o escolhido, além do notório saber jurídico, deve ter demonstrado inequivocamente lealdade e gozar de sua plena confiança.
O anúncio de Barroso encerra um ciclo de especulações que se intensificaram nos últimos meses, especialmente sobre sua saída do STF após o mandato de dois anos como presidente da instituição. A expectativa mais difundida era que sua aposentadoria só fosse anunciada no início de 2026, após um período de retiro espiritual. No entanto, o ministro já vinha dando declarações públicas que sinalizavam a antecipação de sua saída. Na terça-feira (7), ele declarou ao Valor que “certamente” não esperaria atingir os 75 anos, idade-limite compulsória para a aposentadoria de juízes, para deixar a função.
Em um discurso emocionado ao final da sessão plenária, o ministro Luís Roberto Barroso explicou sua decisão, afirmando que “era a hora de seguir novos rumos”. Ele enfatizou não ter apego ao poder e expressou o desejo de viver o restante da vida sem as pesadas responsabilidades do cargo, que, segundo ele, acabam se transferindo para familiares e pessoas queridas. Barroso deixou claro que a decisão foi “longamente amadurecida” e “nada tem a ver com fatos da conjuntura atual”, revelando que já havia comunicado essa intenção ao presidente da República há dois anos. “Essa é a última sessão plenária de que participo”, disse, sendo aplaudido de pé pelos colegas, a quem também elogiou, assim como à imprensa.
Imagem: Antonio Augusto via valor.globo.com
Indicado pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso atuou no STF por 12 anos, desde 2013. Embora não tenha definido a data exata de sua aposentadoria, ele confirmou que a sessão de quinta-feira foi sua última no plenário, e que permanecerá por mais alguns dias para finalizar pendências administrativas. Questionado por jornalistas sobre seus próximos passos, o ministro afirmou não ter intenção de atuar como advogado, mas que continuará sendo um “intelectual público”.
“Eu apenas tive uma sensação no meu coração de ter cumprido um ciclo. A vida é assim. A gente tem que saber ceder”, declarou Barroso. “Eu gosto de pensar o Brasil e trabalho pelo Brasil. Mas aqui não é o único espaço”, complementou. Ele ressaltou que o fator mais importante para sua decisão foi a percepção de ter cumprido seu papel e que era “hora de ceder lugar a outra pessoa, para fazer uma carreira”. O ministro relembrou que, desde a Constituinte, sempre defendeu um mandato de 12 anos para ministros do STF, exatamente o período em que permaneceu na Corte.
A saída de Barroso abre um importante debate sobre a composição do STF e os critérios que guiarão a escolha do próximo ministro. Para entender melhor o rito de nomeação para a Suprema Corte e a função dos ministros, é possível consultar o site oficial do Supremo Tribunal Federal, que detalha o processo.
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A aposentadoria de Luís Roberto Barroso marca o fim de uma era de 12 anos de atuação no STF, deixando um legado notável e abrindo espaço para um novo nome que moldará os rumos do judiciário brasileiro. A expectativa agora se volta para a decisão do Presidente Lula e a sabatina no Senado, que definirá o próximo ocupante da cadeira no Supremo. Para continuar acompanhando as notícias e análises sobre política e os desdobramentos dessa sucessão, acesse nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
