Na noite de terça-feira, 7 de maio, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas pede desculpas metanol após um comentário controverso feito sobre a adulteração de bebidas. O gestor, filiado ao Republicanos, expressou seu arrependimento publicamente em suas plataformas digitais, um dia após ter declarado, em tom jocoso, que sua preocupação com a questão do metanol surgiria apenas se marcas como a Coca-Cola fossem alvo de falsificação. Sua postagem foi categórica: “Errei”, assumiu o governador.
O episódio que gerou a controvérsia ocorreu na segunda-feira, 6 de maio, durante uma entrevista coletiva convocada para detalhar as investigações e as medidas que o governo estadual está implementando para combater a adulteração de bebidas. Em determinado momento, ao discorrer sobre um encontro com representantes do segmento de bebidas alcoólicas, Tarcísio de Freitas listou algumas marcas conhecidas, como Jack Daniels e Johnnie Walker, frequentemente visadas pela falsificação. Com um semblante sorridente, ele afirmou: “Não vou me aventurar nessa área que não é a minha praia. No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto”. A declaração, proferida em tom de brincadeira, foi acompanhada por risadas da plateia presente.
Tarcísio pede desculpas por fala sobre metanol
Contudo, o teor da declaração rapidamente ganhou tração nas redes sociais, não de forma positiva, gerando uma onda de críticas e sendo prontamente capitalizada por oponentes políticos. A oposição parlamentar não tardou em acusar o governador de desdenhar do sofrimento da população, estabelecendo paralelos com a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a crise sanitária da COVID-19. Muitos fizeram questão de evocar a infame frase “não sou coveiro”, proferida por Bolsonaro em 2020, em um contexto de questionamento sobre o crescente número de óbitos em território nacional.
Diante da repercussão negativa, a resposta do governador veio em suas redes sociais por volta das 20h da terça-feira. No texto que acompanhou um vídeo explicativo, Tarcísio de Freitas foi direto: “Peço perdão pela colocação inoportuna neste momento e seguirei me dedicando ao máximo para cuidar das pessoas com dignidade e compromisso”. A manifestação buscou conter a insatisfação gerada pelo comentário inicial, reafirmando o compromisso de sua gestão com a saúde e segurança dos cidadãos.
Questionado por jornalistas em Brasília sobre a declaração do governador paulista, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, adotou uma postura cautelosa, evitando críticas diretas. No entanto, o ministro fez questão de reiterar a prioridade de seu órgão: “O ministério se preocupa com qualquer vida que é perdida. É assim que a gente age, sempre com a vida em primeiro lugar”, sublinhou Padilha, destacando a seriedade com que a pasta trata a preservação da vida e a saúde pública.
No vídeo publicado em suas redes, o governador Tarcísio de Freitas aprofundou seu pedido de desculpas, explicando que a intenção da declaração original era “descontrair” a coletiva de imprensa. Ele reconheceu que a “brincadeira” foi “muito mal interpretada” e, de fato, “não cabia naquele momento em face da gravidade do que vem acontecendo”. A confissão pública visava demonstrar reconhecimento do erro e um ajuste de postura em relação à seriedade do tema em questão.
Grande parte do conteúdo do vídeo foi dedicada ao pedido de perdão. Tarcísio de Freitas dirigiu suas desculpas às famílias que enfrentam o luto pela perda de entes queridos e aos comerciantes que veem seus negócios prejudicados pela crise de adulteração de bebidas. O governador enfatizou: “Não tenho compromisso com erro”, e ainda adicionou, com um tom de humildade: “Não é a primeira vez que venho aqui pedir desculpas. Não será a última.” Essa postura de reconhecimento de falhas e aprendizado é um traço marcante na comunicação de crises políticas.

Imagem: Arthur Pacheco via valor.globo.com
Em meio às desculpas, Tarcísio também fez menção às ações que sua administração está empreendendo para combater as fraudes no setor de bebidas, ainda que a maior parte de sua fala tenha focado no pedido de perdão. A gestão tem intensificado esforços para fiscalizar e punir os responsáveis pela adulteração de produtos, que representa um sério risco à saúde pública e à economia. Para mais informações sobre a atuação governamental na saúde, consulte o Ministério da Saúde.
As investigações e o acompanhamento dos casos relacionados à intoxicação por metanol continuam em andamento. Até a noite de terça-feira, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou três óbitos decorrentes da ingestão de bebidas adulteradas. Além disso, há sete mortes que ainda estão sob análise para determinar a causa exata. O número de casos de intoxicação confirmados chegou a 18, enquanto outras 158 ocorrências estão sob apuração, reforçando a complexidade e a gravidade da situação que demanda atenção contínua das autoridades.
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A controvérsia em torno da declaração do governador Tarcísio de Freitas ressalta a importância de uma comunicação cuidadosa por parte de figuras públicas, especialmente em temas sensíveis como a saúde e segurança da população. O pedido de desculpas reflete a pressão social e política, e o compromisso em lidar com a crise do metanol continua sendo uma prioridade. Para acompanhar as últimas novidades sobre política e temas relevantes no estado de São Paulo, clique aqui e explore nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Reprodução/Redes Sociais