Em uma declaração contundente nesta terça-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou a pressão pela devolução dos corpos dos reféns mortos pelo Hamas a Israel. A exigência de Trump surge no momento em que ele anuncia o início da segunda fase de seu plano de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, destacando que a promessa de retorno dos falecidos, um ponto crucial do acordo, ainda não foi integralmente cumprida.
A primeira fase do acordo de paz no enclave palestino havia delineado a libertação de prisioneiros palestinos por Israel e, em contrapartida, a entrega dos reféns israelenses vivos pelo Hamas. Essa etapa inicial trouxe alívio para muitas famílias, com o retorno de vinte reféns que, na medida do possível, se encontram em boas condições de saúde após o cativeiro.
No entanto, a satisfação com esses avanços foi temperada pela frustração com a falta de cumprimento de outra parte vital do pacto. Em uma publicação em sua rede social, Donald Trump expressou sua insatisfação: “Todos os vinte reféns estão de volta e se sentindo bem na medida do possível. Um grande peso foi tirado, mas o trabalho ainda não acabou. Os mortos não retornaram, como prometido. A fase dois começa agora.”
Trump Cobra Devolução de Corpos de Reféns do Hamas a Israel
Este posicionamento sublinha a centralidade da devolução dos corpos de reféns como condição para o avanço das negociações de paz e a manutenção da credibilidade dos acordos estabelecidos entre as partes envolvidas no conflito.
A tensão se elevou na última segunda-feira (13), quando o Hamas entregou apenas quatro corpos de reféns falecidos, um número aquém do esperado pelas autoridades israelenses. Esta liberação parcial foi interpretada pelo governo de Israel como uma clara violação dos termos acordados, o que provocou uma retaliação imediata e severa.
Em resposta à percepção de descumprimento, Israel implementou medidas drásticas: reduziu pela metade o volume de ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza. Além disso, impôs um veto total à entrada de gás e combustível no território palestino, liberando exceções apenas para necessidades específicas e urgentes relacionadas à infraestrutura humanitária essencial. Essas ações visam pressionar o grupo palestino a acelerar e completar a devolução dos corpos dos reféns.
Imagem: Shawn Thew via valor.globo.com
Atualmente, o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, ainda é responsável pela entrega de 28 corpos de reféns a Israel. A organização, contudo, argumenta que o processo pode ser demorado e complexo devido ao desconhecimento sobre a localização exata de alguns dos sepultamentos, dificultando a recuperação e identificação dos restos mortais.
A dificuldade no resgate e na repatriação de restos mortais em zonas de conflito é um desafio reconhecido internacionalmente. Nesta terça-feira (14), o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) corroborou essa perspectiva, enfatizando que a devolução dos restos mortais pode de fato levar um tempo considerável, estendendo-se por “dias ou semanas”. A organização destacou que tais atrasos são decorrentes das dificuldades inerentes à localização e identificação de corpos em um cenário de guerra, como o da Faixa de Gaza. A comunidade internacional, por sua vez, acompanha esses eventos de perto, e organizações como as Nações Unidas documentam as profundas implicações humanitárias do conflito em Gaza, conforme relata a ONU News.
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A exigência de Donald Trump sublinha a complexidade e a delicadeza das negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde a devolução dos corpos de reféns se tornou um ponto crucial para a continuidade do plano de paz e a mitigação da crise humanitária. O cenário permanece incerto, com a comunidade internacional e as famílias dos reféns aguardando novos desdobramentos. Para se manter atualizado sobre este e outros temas relevantes do cenário global, continue acompanhando nossa editoria de Política.
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