A relação Lula Trump, historicamente marcada por diferentes abordagens políticas, foi tema de um recente comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em declaração feita na sexta-feira, 10 de outubro de 2025, o chefe de estado brasileiro expressou que os laços entre o Brasil e os Estados Unidos estabeleceram uma conexão que, em sua visão, “nunca deveria ter sido truncada”. A ponderação surgiu após uma conversa entre Lula e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, reforçando a importância do diálogo contínuo entre as duas nações.
O encontro verbal entre os líderes, embora não presencial, permitiu a Lula compartilhar percepções sobre o panorama global e a responsabilidade de ambas as figuras no cenário internacional. Ele relatou ter iniciado o diálogo com Trump de uma forma particular, fazendo referência à idade de ambos. “Comecei a conversar com o Trump dizendo assim: estou completando 80 anos de idade e você vai completar 80 anos no dia 14 de junho do ano que vem. Ele é oito meses mais novo que eu, portanto, tenho idade pra falar mais grosso com ele”, brincou o presidente brasileiro, com um tom bem-humorado que visava estabelecer uma proximidade.
Em um ponto crucial da conversa, Lula transmitiu uma mensagem de peso a seu interlocutor, ressaltando o papel que ambos desempenham. “Disse para o Trump: nós dois, com 80 anos, governamos as duas maiores democracias do Ocidente. A gente não pode passar discórdia, desavença para o restante do mundo. Precisamos passar harmonia, precisamos conversar. Tem divergência? Tem. Vamos colocar na mesa, sentar e conversar. Não tem tema proibido pra conversar comigo”, reiterou o presidente. Esta fala encapsula a essência da visão de Lula sobre a importância da diplomacia e do entendimento mútuo, mesmo diante de eventuais desavenças políticas.
Lula avalia relação com Trump: “Nunca deveria ter sido truncada”
As declarações de Lula foram proferidas durante a cerimônia de lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário em São Paulo. O evento serviu de palco para o presidente abordar a maneira como as divergências entre países devem ser gerenciadas. Segundo ele, a democracia e o respeito são pilares inegociáveis para o tratamento de quaisquer diferenças. O presidente brasileiro enfatizou que sua abordagem não se pauta por ideologias políticas ao lidar com chefes de Estado de outras nações.
“Nunca tratei presidente de outro país ideologicamente. Quem tem que tratar ideologicamente é o povo que o elegeu, eu não. Eu tenho que tratar com respeito alguém que foi eleito e ele tem que tratar com respeito alguém que foi eleito e fim de papo”, afirmou Lula. Esta postura sublinha a visão de que as relações internacionais devem ser construídas sobre a base da legitimidade democrática dos líderes, transcendendo as preferências ideológicas pessoais. Ele complementou, expressando sua preferência por lidar com desavenças de forma transparente e democrática, transformando potenciais conflitos em oportunidades para o diálogo.
O presidente brasileiro também reforçou a política externa do país, que preza pela paz e pela não-confrontação. “O Brasil não tem interesse de brigar com os Estados Unidos. Não quero brigar com a Bolívia, não quero brigar com o Uruguai, por que eu vou brigar com os Estados Unidos? Se a gente ganhar, o que a gente vai fazer? É melhor não brigar. É melhor fazer sentar numa mesa, conversar um pouquinho, assinar uns documentos e tudo fica bem”, declarou. Essa fala salienta o pragmatismo e o desejo de construir pontes, não muros, no cenário global, evitando conflitos que não trariam benefícios concretos ao Brasil.

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Em complemento, Lula abordou a necessidade de o Brasil cultivar uma política externa autônoma, que não dependa da conjuntura política de outras nações ou do “humor” de seus líderes. Ele reiterou a máxima de que o respeito internacional é conquistado pela autoridade moral e pelo caráter do país, e não por submissão. “Essa relação é importante porque, no mundo, ninguém respeita quem não se respeita. Se você acha que lamber botas te ajuda, vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quando percebem que você tem autoridade moral, tem caráter”, concluiu, reforçando a importância de uma postura altiva e soberana no âmbito das relações exteriores. A relação Lula Trump e as futuras interações entre Brasil e EUA, portanto, deveriam seguir esses preceitos.
Essa perspectiva é fundamental para o país, que historicamente busca fortalecer seus laços diplomáticos com nações estratégicas, conforme detalhado nas diretrizes de política externa brasileira.
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A conversa entre o presidente Lula e Donald Trump sublinha a complexidade e a importância das relações diplomáticas, especialmente entre nações com grande influência global. As declarações de Lula reiteram o compromisso do Brasil com o diálogo, o respeito mútuo e a busca por harmonia, mesmo diante de divergências, reforçando uma política externa pautada pela soberania e pelo caráter. Para aprofundar-se em outros temas relevantes da cena política nacional e internacional, convidamos você a explorar mais conteúdos em nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil